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Brasil

No Rio, ato contra Dilma tem gritos de ‘Lula, o japonês vai te pegar’

Por volta das 14h, houve um início de tumulto
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Por volta das 14h, houve um início de tumulto

 

Sob sol forte e com a praia de Copacabana cheia de banhistas, a manifestação dos cariocas a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff reuniu pouca gente. Os organizadores estimavam em 60 mil manifestantes e a PM do Rio não fez sua estimativa, mas uma caminhada pelo calçadão mostrou uma quantidade consideravelmente inferior de pessoas, na comparação com as passeatas de março e de agosto. Três carros de som acompanharam a passeata. Do alto de um deles, um dos organizadores pedia aos manifestantes que se juntassem para que helicópteros de emissoras de televisão que sobrevoavam o ato registrassem imagens de uma massa mais compacta. 

De outro carro de som, o humorista Marcelo Madureira saudou a presença do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) e pediu que ele subisse ao carro. Os manifestantes se dividiram. Alguns gritaram seu nome, outros o vaiaram. Bolsonaro não subiu.

Por volta das 14h, houve um início de tumulto quando um grupo de cerca de 200 skatistas que vinha em sentido contrário foi confundido com manifestantes pró-Dilma. Os skatistas, no entanto, vinham do Aterro do Flamengo e aparentemente não tinham relação com nenhum movimento. Um policial militar que acompanhava a manifestação chegou a apontar uma arma que dispara bombas de gás lacrimogêneo para os skatistas. A tensão só se dissipou quando alguns skatistas começaram a gritar “fora Dilma”.

A manifestação começou pouco depois do meio-dia, com o Hino Nacional cantado pelos participantes, mas o grupo só começou a caminhar pouco depois das 13h, em direção ao Leme.

Do carro de som, manifestantes puxavam palavras de ordem como “Um, dois, três, Lula no xadrez”, “eu vim de graça” e “pé na bunda dela, Brasil não é Venezuela”. Em alguns momentos, uma sirene policial era disparada do carro de som enquanto os participantes do ato gritavam “Lula, o japonês vai te pegar”. Alguns participantes do ato também pediam a prisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, responsável pela aceitação do pedido de abertura do impeachment da presidente.

O consultor Igor Maia, de 34 anos, montou uma minicela e colocou-se dentro dela, vestido de presidiário, com barba postiça. Disse que já foi a outras passeatas pelo impeachment, mas é a primeira vez que usa tal produção. Para ele, o fato de o processo ter sido deflagrado por Eduardo Cunha, cuja permanência  como presidente da Câmara está sujeita a julgamento no Conselho de Ética, “não invalida” sua tramitação. “Não sou a favor do Cunha, mas alguém precisava iniciar o processo.”

A aposentada Suzana Kronig vestiu-se de verde e amarelo. Na cabeça, um arco com duas bandeiras do Brasil. Para ela, a passeata era a mais importante em defesa do impeachment. “Está se consolidando a saída do PT do governo”. Para ela, a oposição “é muito fraca”. Em sua opinião, “Cunha foi útil mas deve cair”, e “Temer é melhor do que Dilma, mas também muito ruim”.

Fábio Tavares, de 42 anos, vendia camisas com estampa do “Pixuleco”. Dono de uma confecção em Duque de Caxias, diz ter feito 200 unidades, que vendia a R$ 20. Perguntado se faria versões antiimpeachment para a manifestação do próximo dia 16, disse que não. Para ela, o processo é “legal”. “Não pedimos impeachment por incompetência da Dilma. Existe um procedimento dentro da legalidade e constitucional embasando o pedindo de saída dela”.

O terminou um pouco antes das 16h.

O fim de semana de manifestos no Rio começou timidamente no sábado, com um protesto contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, convocado nas redes sociais. Embora mais de mil pessoas tenham confirmado presença, a passeata contou com apenas 200 manifestantes, que marcharam da Lapa até a Praça Tiradentes, carregando uma faixa que protestava contra o impeachment e contra Cunha. O movimento acabou sendo um guarda-chuva de causas, com gente criticando a ação da Polícia Militar do Rio. Chamava a atenção um grupo de cerca de 20 bolivianos, que pediam maior integração cultural com seu pais. Foi um aperitivo para a manifestação nacional contra o impeachment, convocada para quarta-feira, dia 16.

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