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Brasil

Dilma garante autonomia na articulação política a Temer

Temer deixou a presidência do PMDB
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Temer deixou a presidência do PMDB

A presidente disse nesta quinta-feira que o vice-presidente , que nesta semana assumiu o comando da articulação política do governo, terá autonomia na nova função e elogiou o auxiliar por sua “imensa capacidade” de construir consensos. Horas depois, Temer decidiu deixar a presidência do PMDB. Em seu lugar, quem deve ficar no posto é o senador Valdir Raupp (RO), que é um dos políticos investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Lava Jato.

Dilma, que tem sofrido com tensões em sua base aliada no Congresso, disse que Temer poderá usar a autoridade de vice-presidente e a experiência de ter sido parlamentar e de ter presidido a Câmara dos Deputados.

“O vice-presidente, assim como qualquer outro do nosso governo, leva em consideração que a nossa base é integrada por diversos partidos… a autonomia está dada, porque ele integra o governo e não é estranho ao governo. Ele vive o dia-a-dia do governo”, disse a presidente a jornalistas em Duque de Caxias, após participar de cerimônia de entrega de residências do Minha Casa Minha Vida.

“Minha avaliação (sobre Temer na articulação política) é a melhor possível. Tenho certeza que o vice-presidente Temer tem todas as condições, com a sua autoridade de vice; em segundo lugar tem a experiência da vida como presidente da Câmara… e tem também imensa capacidade para o diálogo, construir a relação necessária para uma coalizão da envergadura da nossa.”

Temer assumiu a coordenação política do governo Dilma nesta semana depois de o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, que é do PMDB e próximo de Temer, recusar o convite para substituir o petista Pepe Vargas como ministro da Secretaria de Relações Institucionais.

Como o convite a Padilha vazou, a solução encontrada por Dilma foi colocar a articulação sob comando de Temer e incorporar a SRI à Vice-Presidência. Vargas, por sua vez, assumiu o comando da Secretaria de Direitos Humanos no lugar da também petista Ideli Salvatti.

Com a ida de Temer, que também preside do PMDB, para a articulação, Dilma coloca na interlocução com o Congresso o presidente do maior partido de sua coalizão, que já detém os comandos da Câmara e do Senado e que tem sido a principal fonte de dor de cabeça para o governo no Legislativo.

PARTIDO

Temer e Raupp conversaram nesta quinta-feira, 9, para acertar os detalhes da transição. Segundo a assessoria de imprensa de Temer, o vice-presidente avaliou que seria melhor deixar o comando do PMDB para não acumular as duas funções, já que atuar na coordenação política vai tomar grande parte do seu tempo.

O fato de ser um dos investigados pelo STF fez com que Raupp hesitasse em assumir o posto. Ele, no entanto, era o quadro natural, já que ocupa a primeira vice-presidência do partido. Caso não aceitasse, o nome mais cotado era o do senador Romero Jucá (RR), que também está na lista dos investigados pelos desvios na Petrobrás.

Terceirização

Dilma comentou também o projeto de lei sobre terceirização, aprovado na noite de quarta-feira na Câmara dos Deputados. Ela disse que o governo acompanha com interesse a questão e disse que a legislação não pode retirar direitos dos trabalhadores.

“A lei da terceirização está em processo de aprovação e eu acredito que há uma questão da terceirização que tem que ser tratada. Agora, a posição do governo é que a terceirização não pode comprometer direitos dos trabalhadores”, disse Dilma.

O PT tem posição contrária à lei por entender que, se aprovada, ela implicará em precarização nas relações de trabalho. Sindicalistas também realizaram manifestações contra a proposta e chegaram a entrar em confronto com a polícia em frente ao Congresso.

“Não podemos desorganizar o mundo do trabalho e temos que garantir que as empresas contratadas assegurem salários, impostos e contribuições previdenciárias. Nesse sentido, vemos com muito interesse sobre como vai se desdobrar a votação daqui para frente, principalmente da responsabilização solidária das empresas contratadas”, disse Dilma.

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