Confirmação foi feita por autoridades do Texas a partir de radiografias da arcada dentária

 

O corpo encontrado na semana passada no deserto do Texas, próximo à cidade de Encinal, é mesmo da professora de inglês Najla da Cunha Salém, de 42 anos. A informação foi passada nesta quarta-feira (25) pelo tio da professora, Luiz Antônio da Cunha, que mora em Barra Mansa, no Sul Fluminense.

Segundo ele, a confirmação veio das autoridades do Texas e foi feita a partir de radiografias da arcada dentária de Najla, enviadas para os Estados Unidos. A professora, que também morava com a família em Barra Mansa, entrou ilegalmente nos EUA pela fronteira com o México.

O último contato feito por Najla com um conhecido foi em 1º de fevereiro, quando ela telefonou para o namorado para informar que já estava no território norte-americano. No entanto, segundo outras pessoas que estavam no grupo de imigrantes ilegais, ela não resistiu ao esforço físico e morreu durante uma caminhada no deserto.

Najla iria se encontrar com o namorado e o filho, que nasceu nos Estados Unidos e tinha viajado legalmente dias antes por ter dupla nacionalidade. O adolescente de 13 anos estava em Nova Iorque e retornou ao Brasil recentemente. Segundo o tio, ele chorou muito ao saber da notícia, pois até agora não acreditava na morte da mãe.

A professora chegou a deixar recomendações para a família. Segundo Luiz Antônio, Najla afirmou que o filho deveria ficar com ele se algo desse errado. Ela e o filho moraram com o tio durante quatro anos em Altamira, no Pará, depois de ela ter sido deportada dos EUA.

“Parece que ela estava adivinhando. Fez esta recomendação pouco antes de viajar”, contou.

Luiz Antônio informou ainda que a família vai tentar a liberação do corpo através do consulado do Brasil em Houston, no Texas. Os parentes estudam fazer a cremação do corpo nos EUA e o traslado das cinzas para o Brasil.