A família e os amigos  já começaram uma campanha nas redes sociais para conseguir ajuda com o traslado do corpo

O corpo do estudante pernambucano Ivson Nunes, 26 anos, encontrado morto no último domingo na Universidade de Lincoln, em Londres, já foi liberado pelas autoridades inglesas. A polícia trabalha com a hipótese inicial de suicídio, pois o corpo do universitário foi achado sem marcas e nada suspeito foi encontrado no apartamento dele. No entanto, a família de Ivson ainda não conseguiu ter acesso ao corpo, já que ele teria morrido de causas não-naturais e, portanto, teria perdido o direito ao seguro que cobriria o traslado do corpo.

O laudo com a conclusão da morte do estudante só chegará ao Brasil em dois meses. Ivson era natural de Gravatá e foi para a Inglaterra através do Programa Ciência Sem Fronteiras estudar na Universidade de Lincoln, a 230 quilômetros de Londres. 

Os familiares do pernambucano enfrentam dificuldades de comunicação com o Consulado Brasileiro na Inglaterra. As poucas informações conseguidas afligem os parentes de Ivson, que também estão com problemas para providenciar o translado do corpo. O alto custo do procedimento é o principal complicador. Segundo Fábio Alexandre da Silva, amigo do estudante, seria mais barato cremar o corpo na Inglaterra e trazer as cinzas para o Brasil do que apenas o corpo. “O valor é muito alto, e a família não tem condições de arcar com os gastos. A Universidade de Lincoln já se comprometeu a ajudar com parte das despesas, já que ele morreu dentro do campus, mas ainda não é o suficiente”. 

A família e os amigos de Ivson já se mobilizaram e começaram uma campanha nas redes sociais para conseguir que as autoridades facilitem o translado do corpo do intercambista. A mãe do estudante, Isis Lima de Oliveira, em postagem no Facebook, pediu ajuda para superar toda a burocracia que envolve o processo. “Não tenho condiçoes de arcar com as despesas para trazer ele de volta”, afirma.

Ideia de suicídio não tem lógica, acredita amiga

Amiga de infância do estudante, Marília Soares está convicta de que a hipótese de suicídio não tem sentido. “Quando estudava na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) ele evitava passar perto de um prédio onde ocorreram vários casos e dizia que isso era muita fraqueza. Além disso, sonhava em ter um bom emprego para cuidar dos pais”, lembrou. E acrescentou que no dia 2 falou com Ivson Nunes, que comprara passagem para o Brasil, no dia 7. “Disse que estava muito cansado com os trabalhos da universidade e pretendia passar uns dias descansando em Gravatá antes de voltar aos estudos”, relembrou. 

Marília acredita que o fato de Ivson ser muito dedicado era a causa do cansaço. Na conversa, contou, Ivson Nunes disse que não residia mais junto com um colega indiano, porque ele era muito bagunceiro, e regressara de um curso de ilustração na Alemanha, que considerava um equívoco cometido. “Fiz uma escolha errada, não devia ter ido para Alemanha”, foi a frase que recordou ter ouvido dele.