Já homenageei minha terra natal, a bela cidade morena em 26.8.2013 com um artigo publicado na Sedep.

Campo-Grande-Mato-Grosso do Sul foi fundada em 26 de Agosto de 1899 por José Antônio Pereira de origem mineira.

Vários escritores já contaram a saga de CGMS.

O local possui dois córregos, o do prosa e o do  segredo.

O clima é bom e a terra é cultivável.

No início de sua fundação foi muito importante a vinda dos imigrantes, principalmente os árabes e japoneses.

Os árabes atuaram no comércio e os japoneses na lavoura.

A coletividade sírio-libanesa é cristã, em sua maioria bem como seus descendentes.

Originariamente o comércio começou na rua Joaquim Murtinho, e foi se alastrando para rua 7 de Setembro, Av. Calógeras, XV de Novembro e 14 de Julho.

Nossa  cidade é  acolhedora, e assim foi recebendo gente de todos os lugares.

E o comércio ficou forte, hoje CGMS é uma metrópole e com rara exceção tivemos bons prefeitos durante toda sua história.    

Os primeiros árabes desbravadores, quando chegaram de seu país de origem eram pobres e via de regra, tinham a vocação ao comércio, mas uma vontade grandiosa ao trabalho, formar sua família e eram bons chefes de família e amorosos com os filhos e sobretudo  valorizavam  sua família e tinham como objetivo  vencer na vida e dar conforto para sua família, assim foi feito.

Alguns imigrantes trabalhavam na implantação dos trilhos da NOB e ganhavam por tarefa de pôr dormente e trilho etc. Por exemplo, titio Abdala Jorge Warde irmão do meu pai Razuk Jorge da minha família o primeiro que chegou em Campo Grande foi titio Abadala Jorge Warde tornando-se comerciante atacadista e muito estimado e generoso pelos idos de 1920 e fundou seu comércio com  o nome de “Casa Primavera”, situado na Avenida Calógeras com a rua 7 de Setembro. Nessa década papai veio de Mardin na Turquia, no navio aportando-se em Santos e para Campo Grande onde terminou seus dias, sendo enterrado no cemitério Santo Antônio e aqui formou seu clã, casado com Catun Domingos, minha querida mãe, seus 7  filhos, Jorge, Tufi, João, Maria, Elias, Eduardo e Abrão.

Depois, com a implantação  da Ferrovia da Noroeste do Brasil foi instalada uma estação aqui em Campo Grande. E os árabes adquiriram carroça e faziam frete (changa) do transporte de mercadoria que vinha de São Paulo e de outros Estados e abastecia o comércio de Campo Grande, o trajeto da NOB era de Bauru até Corumbá, fronteira com a Bolívia, havia as estações em Bauru, Campo Grande, Miranda, Corumbá e Ponta Porã etc.

Com o dinheiro ganho da changa os árabes instalaram pequeno comércio intitulado de bolicho onde vendiam alimentos e mercadorias que serviam para utilização nas fazendas do , outrora Estado uno, MT.

Com o tempo e pela vocação e muito trabalhadores e econômicos viraram atacadistas fortes e prosperaram muito financeiramente e com destaque que investiam muito em imóveis, haja vista que a maioria dos imóveis bem localizados e valiosos pertence à  coletividade árabe- sírio-libanêsa.

Ficaram  famosos os campos de vacaria, e outros lugares de MS, Maracaju, Sidrolândia, Dourados e Ponta Porã. Polos de oportunidades e vinham fazer compra dos atacadistas de Campo Grande, por exemplo, Razuk Jorge, Abdala Jorge Warde, José Abrão, Naim Dibo, Carmo Jabour, Jamil Nachif, família Basmage, Aikel Mansour, família João Rezek, família João Chacha e outros que serão lembrados no próximo artigo, se Deus quiser.

Na evolução dos negócios a economia de Mato Grosso do Sul cresceu muito o plantio da soja para exportação para o mercado estrangeiro em particular para China onde a população é numerosa, como consequência incontáveis fazendeiros, que investiam  na pecuária e possuem terra, passaram a arrendar suas fazendas ou no todo ou em parte, vez que, no momento ficou muito lucrativo o plantio da soja.

O agro negócio pecuária e lavoura  é antigo e atuante em MS e há  grandes fazendas de  cria de gado, grandes pecuaristas com destaque para Laucídio Coelho, família Pereira, Israel Pereira, sogro do Sr. Joaquim José da Silva (Sr. Negreto, meu padrinho) e esse tio avô do atual governador que é filho do Roberto Silva e neto do  Dr. Elarindo Silva, dentista, que era irmão do Sr. Negreto e d0 meu amigo Toró.

Vou me ater apenas da contribuição dos árabes para o progresso e desenvolvimento da nossa terra querida, minha terra natal e  eu nasci na rua  xv de novembro 83 em frente da casa do professor do Colégio Oswaldo Cruz, Agostinho Bacha, homem íntegro e correto.

Ao meu ver, os comerciantes que impulsionaram a cidade morena foram algumas famílias de origem sírio- libanesa.

Destacaram-se no comércio e formaram sua família e aqui se radicaram e morreram, deixando sua prole, hoje na quarta geração, composta de profissionais liberais em diversos setores, como no direito, medicina, engenharia, contabilidade etc. Eles se notabilizaram por serem bons profissionais e competentes.

Alguns  pelo nome ou  pela família, a saber:  Naim  Dibo, Carmo Jabour, Razuk Jorge, José Abrão, Simão Abrão, Aikel Mansour, Jamil Nachif, Kalil e Chaim Jorge, Natala Sadalla, família Siufi, Abdala Jorge Warde, família Dualibi, família Chaadi Scaff, Michel Sadi, Miguel Ouríveis, Leodgar Ouríveis, Jorge k. Duailibi, Miguel Abuhassan, Hana Abdulahad, Jorge e Tufi Razuk (irmãos), kalil e Issa Jacob (irmãos). Família Elosta, família Bacha, família Adri, família Jafar, família Amizo, família Trad, família Maksoud, Troncoso, família Zahran- Jorge Bedoglim e José Domingos, Jorge e Miguel Bedoglim, família Chaia, família Anache, família karmouche, família Neder, Abdala Sleiman, família Tannus, família Ferzelli, família Saad, família Rahmo Abdulahad e filhos George e Carmo e Karima Abdulahad, Gabriel Domingos e filhos, tio Gabriel era irmão da mamãe, família Buainaim, família Contar, família Raslan, família Catan, família Sater, família Safar Murad, família Calarge, família Gabriel Spipe Calerge, conhecido por Gabura, ex-presidente do Radio Clube, família Nasser, comendador Michel Nasser, família Saab, Adib Massad, Cel Adib comandou o DOF (Departamento de Operações de Fronteira, ex vereador de Dourados, nascido em Cáceres em 22/4/1929 e faleceu no dia 04/03/2021, viveu 91 anos, foi um Paladino da Justiça, homem íntegro, rígido mas justo, passou para história da segurança pública, de origem árabe, pessoa afável e educado, orgulho da coletividade sírio-libanesas e do Brasil.

  • Meu confrade Guimarães Rocha escreveu um livro sobre o Cel. Adib, denominado “Coronel Adib, a História”. Compareci nessa noite de autógrafo do livro, no auditório da FIEMS, deputado Estadual Capitão  Rene Contar, desembargador Carlos Eduardo Contar, presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, família Maluf.

Filhos dos primeiros imigrantes que aqui vieram que tiveram destaque em suas profissões, sem menosprezo por ninguém, pois todos têm o seu devido valor, família Zahran, Eduardo Elias Zahran, Ueze Elias Zahran, Jorge, João e Janete Zahran, Naim Dibo (esse de vendedor de amendoim e engraxate virou dono de banco) e com grande destaque ao  empreendedor Ueze Elias  Zahran inaugurou a TV Morena, Copagás, sendo reconhecido nacionalmente. Foi homenageado pela Academia Sul-Mato-Grossense de Letras sendo saudado por mim, cujo evento está registrado no Museu Zahran em São Paulo, Capital, a família Trad destaca-se na política como seu pioneiro, o advogado Nelson Trad (advogado criminalista e grande tribuno  e político) e Ricardo Trad, brilhante orador da tribuna do júri e Marcelo Gerald Trad, advogado e grande jogador de e exímio  comentarista de futebol. 

Atualmente o Dr. Marcos Trad, é o prefeito de Campo Grande, MS e Nelson Trad filho, senador e ex-prefeito e Fábio Trad, advogado e deputado Federal e a  família Saliba, comerciante e profissionais liberais, família Adri,  Pierre Adri, advogado e jornalista, era querido e hospitaleiro, fundou a revista “destaque”, o médico Fauze Adri, ex- presidente do clube libanês, e grande orador, educado e solícito.

Como profissionais liberais destacaram-se o professor Alfredo Abrão, excelente oncologista, prof. da Faculdade Paulista de Medicina e diretor do Hospital do Câncer  A. C. Camargo e Fauze Simão Abrão e Rafael Possik, Alberto e Alfredo, Rene e Humberto Neder, Samuel Jacob Chaia, médico, Najo Jacob Chaia-comerciante, Agostinho Nachif, médico, Eduardo Victor Nachif e Roberto Nachif, médicos, William  Maksoud, médico humanitário e ex-vereador, Wilson  Maksoud, fundador da Clínica Di Imagem, médico conceituado e amigo da minha família por ocasião de seu óbito fiz  o panegírico (oração fúnebre) em seu velório, e o querido professor César Maksoud, professor e advogado, latinista e muito culto e a Hadda Maksoud, foi minha aluna na Faculdade de Direito na UCDB, outrora FUCMAT, é uma honra enaltecer essa pleiâde de grande homens descendentes dos  imigrantes sírio-libanês e que fiquem na memória da juventude como exemplo de conduta e de moralidade e exemplo e vocação ao trabalho e o progresso dessa majestosa urbe.

Citem-se os descendentes que se destacaram a saber, Gabriel Abrão, advogado e empreendedor , fundador de São Gabriel do Oeste,

Kalil Abrão, vereador em CGMS e comerciante, Abrão José Neto, engenheiro civil e ocupou cargo público na Sanesul, Alberto Abrão, comerciante, Francisco Abrão-comerciante, Habib Possik,  comerciante, tinha a Concessionária Studebaker.

Rubens Salim Saad, foi presidente do Operário Futebol Clube e empreendedor e advogado, trabalhou no escritório do João Lacerda de Azevedo, desembargador aposentado e professor, e Eduardo Machado  Metello, advogado e pecuarista e Joni João  Jallad, foi presidente do Esporte Clube Comercial e empreendedor, Abdala Jallad, desembargador aposentado do TRT 24a. Região, Roberto Razuk, ex-deputado Estadual por dois mandatos  e constituinte e presidente da Comissão de Sistematização na  elaboração da Constituição Estadual, Gandi Jamil ex presidente da Assembleia Legislativa, Neno Razuk, atual deputado Estadual de MS, Gerson Domingos, ex-presidente da Assembleia Legislativa, deputado João Henrique Miranda Soares Catan, família El Kadri, Jamil Razuk, pecuarista.

O advogado e escritor e membro da ASL, Paulo Coelho Machado publicou o livro intitulado “Pelas ruas de Campo Grande” e narra os moradores das ruas de Campo Grande que eram  sírio libanês originários e descendentes e traça o perfil de muitos arábes, portanto é uma fonte importante de pesquisa para conhecimento da saga desses notáveis homens que foram o sustentáculo dessa grande urbe e que alavancaram essa bela cidade para o progresso e hoje desponta como uma das melhores qualidades de vida para se morar.

Meus confrades e confreiras da academia Sul Mato Grossense de Letras saudaram Campo Grande, pelo aniversário de 26 de agosto de 2021, destacando-se Ileides Muller, Geraldo Ramon Pereira, Lélia Rita de Figueiredo, Elizabeth Fonseca, J. Barbosa Rodrigues, Américo Calheiros e Rubenio Marcelo e essa saudação foi publicada no jornal “Correio do Estado”, no suplemento cultural pertencente à ASL, no dia 21/22 de agosto de 2021.

Parabéns Campo-Grande-MS  pelos seus 122 anos de glória e progresso e pela sua fulgurante beleza e bem arborizada onde voam as araras azuis e o povo tem a boa qualidade de vida.

Artigo escrito por Abrão Razuk em 26 de agosto de 2021(quinta-feira).