Pular para o conteúdo
Artigo

Planejamento energético sumiu

Aristóteles Drummond
Arquivo -
Aristóteles Drummond
Aristóteles Drummond

Essa monumental crise hídrica, com ausência de chuvas acentuada, vem causando mais problemas à economia do que a própria pandemia. Pela escassez na oferta, pelo maior uso da energia térmica, pelo alto preço, penalizando o comércio e a indústria. O campo também se ressente e vamos ter quebras significativas na agricultura. O petróleo nas alturas.

 

Este mês, por exemplo, a de Belo Monte vai começar a gerar e a socorrer o sistema sudeste, pela via da interligação nacional, uma vez que o seu regime de águas é diferente do Sudeste. A usina é criticada, apesar de ser a de maior capacidade no Brasil, pelo aproveitamento durante curto período, mas de significativa importância por aliviar os demais sistemas que acumulam água nestes meses. Mas ninguém fala que a usina foi mutilada por movimentos ambientalistas e indígenas, diria que sabotada, pois o reservatório previsto no projeto original foi reduzido a menos da metade. Os poucos índios, menos de cinco mil, teriam hoje uma bela renda para sua qualidade de vida com os royalties do lago. E na área, além de não ser habitada, nada se planta. O lago daria emprego e renda aos índios e aos agricultores que ali viessem a se instalar. Sem falar nas cidades de Altamira e Vitoria do Xingú.

Belo Monte pede um reforço, que não a térmica pedida, mas sim a construção da Usina de Altamira, com um lago maior, embora com capacidade menor, que seria compensada com a vazão para Belo Monte. Infelizmente, depois dos governos Figueiredo e Sarney, o planejamento da Eletrobrás acabou e o governo Dilma veio destruir o setor que sempre foi de excelência. Em Roraima, é lamentável que o presidente Bolsonaro tenha manifestado conhecer o projeto de Cotingo, sonho de Cesar Cals e do governador de Roraima, Brigadeiro Ottomar Pinto, e não tenha levado adiante o projeto, o mais barato e fundamental para o Estado. Esta semana liberou o linhão Manaua-Boavista emperrado há décadas.

 

Com a força dos 57 milhões de votos e o compromisso com o desenvolvimento, o governo deixou de tocar projetos possíveis no Tapajós, por exemplo. Assim como ter socorrido as distribuidoras alterando o sistema do ICMS, que é sobre o faturado e não pelo recebido. Hoje, parte das tarifas é para cobrir o imposto recolhido sobre contas não pagas, num burocrático processo de compensação.

 

Houvesse conhecimento da história da distribuição no Brasil, poderia ser recriado, em termos mais modernos em todos os sentidos, o que no passado foram as Comissões de Luz, nas comunidades. A Light, por exemplo, recebia, pois entregava na entrada das comunidades a energia na média tensão e a Comissão de Luz a distribuía, ganhando com a diferença tarifária e geralmente comandada por lideranças da área. Convenceram o presidente Figueiredo de que o fornecimento direto “daria cidadania” ao consumidor e deu no que se sabe.

 

Com as empresas hoje em mãos de gestores financeiros, que acham que basta ter bons técnicos para as coisas funcionarem, talvez nem saibam o que foram as comissões de luz aqui referidas e muito menos do absurdo de se recolher imposto sobre contas não pagas.

Os dirigentes e acionistas destas empresas deveriam tomar um curso com os cardeais do setor que estão aí, como são os casos de José Antônio Muniz Lopes, Altino Ventura, José Luiz Alqueres, José Carlos Aleluia e Firmino Sampaio.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais
trump carne

‘Governo federal precisa agir rápido’, diz Lucas de Lima sobre tarifaço de Trump

Esposa encontra marido sem vida em MS

Haddad: 90% do decreto do IOF é incontroverso

dia da cobra bioparque

Leve a ‘amiga’: Bioparque convoca população para celebrar o dia da cobra

Notícias mais lidas agora

MS procura novos mercados para romper impacto da exportação de carne aos EUA, avalia Acrissul

campo grande cidade de cobras

Cidade de cobras, como Campo Grande lida com tanto veneno?

MP recorre para condenar Carlos Assis por contrato superfaturado durante gestão de Reinaldo

Operação no Paraguai ‘derruba’ centro de processamento de maconha destinada ao Brasil

Últimas Notícias

Polícia

Autor de homicídio de idosa é condenado a 13 anos de prisão em MS

Crime aconteceu em 2021, em um assentamento rural de Itaquiraí

Cotidiano

MS pode perder R$ 1,3 bilhão por ano se parar de exportar carne aos EUA após tarifaço de Trump

Os EUA são o destino de apenas 17,6% da carne bovina de MS, mesmo assim, estas exportações representam R$ 1,3 bilhão

Política

Estado projeta arrecadação de R$ 23 bilhões em 2026 com meta de dobrar PIB em 10 anos

LDO foi publicada nesta quarta-feira, 16 de julho

Famosos

Lexa doa itens da falecida filha para bebês que se chamam Sofia: ‘Coração cheio’

Lexa saiu à procura de bebês chamados Sofia para doar os itens personalizados que havia comprado para a filha com Ricardo Vianna; confira