César Cals foi dos mais preparados executivos do chamado período militar. Dirigiu as obras da usina de Boa Esperança, no Piauí, ainda no governo Jango,e o setor elétrico do Maranhão. Engenheiro militar, formado no IME, e civil na UFRJ, foi lembrado pelo presidente Médici para governar o Ceará, sua terra natal e onde o pai foi prefeito de Fortaleza, sempre bem lembrado. Aliás, depois foi o filho Cesar Neto que administrou a capital de forma correta. Governador competente e de visão, olhou para o interior e deu impulso à agricultura local. Em 1978, foi eleito senador, mandato que só foi exercer por dois anos, convocado que foi para ser ministro das Minas e Energia, pelo presidente João Figueiredo. 

Onde marcou seu nome pelo sucesso, dedicação e correção foi ao enfrentar a crise energética e implantar programa até hoje não superado em volume e resultados. Tanto na energia, como na mineração e no petróleo.

O excelente ministério de Figueiredo atuava em sintonia com homens devotados e movidos pelo patriotismo. Assim, João Camilo Pena implantou a produção de álcool e César Cals a mistura na gasolina, a presença do combustível em todo o país. 

No petróleo, fixou a meta de triplicar a produção nacional, o que acompanhou a cada dia, impondo prioridades e ritmo à Petrobras. Tocou obras relevantes, como Tucuruí e Itaipu, com Costa Cavalcanti, e estimulou as fontes alternativas, ainda começando. Na mineração, o Projeto Carajás e sua ferrovia, a cargo da Vale, foram iniciados e inaugurados no governo, no qual foi dos poucos ministros a permanecer no cargo os seis anos do governo Figueiredo.

Em Roraima, por exemplo, Cals sonhou com o projeto de Cotingo, que, além de gerar energia com baixo custo, teria dado recursos para melhorar a qualidade de vida da população indígena que ali vive. Bolsonaro chegou a se referir à obra, mas, pelo visto, esqueceu de recomendar tocar o projeto. 

Como foi o caso do também coronel Mário Andreazza, outro exemplo de sucesso nos três governos a que serviu. Outro que deve ser lembrado é Jarbas Passarinho, polivalente nos serviços prestados em diferentes áreas, inclusive em dois mandatos de senador.

Curiosa a preocupação da oposição com a presença de tantos militares no governo atual. Devemos a eles bons momentos da vida nacional, como no governo JK, que teve no Almirante Lúcio Meira o coordenador da criação da indústria automobilística, e Amaral Peixoto, como ministro, também oriundo da Marinha. Juraci Magalhães foi excelente governador da e, depois de 64, ministro nos governos militares, e Getúlio contou com muitos dos tenentes de 30 no seu longo e produtivo mandato. 

Agora, se pode ser feito algum reparo, não é no recrutamento, mas,  na escolha equivocada.

 

Justifica-se a preocupação das esquerdas com os militares. Deles, o povo brasileiro só tem motivos para recordar com admiração os anos de segurança com desenvolvimento.