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Transparência

Prefeito é alvo de investigação após criar cargos comissionados e aumentar salário de secretários

Propostas tramitaram em regime de urgência no final do ano passado, o que para o MPMS demonstra vícios significativos à legalidade
Vinicios Araujo -
Manoel Nery (PP) é alvo de investigação no MPMS. Foto: Reprodução/Redes Sociais

O prefeito , do PP, entrou na mira do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) após abertura de inquérito civil para apurar possíveis irregularidades na criação de cargos comissionados e no aumento dos subsídios de secretários municipais pela Prefeitura de

A investigação, formalizada por meio da portaria n.º 06.2025.00000774-3, publicada no Diário Oficial do MPMS desta sexta-feira (22), aponta para eventuais violações por parte da gestão municipal mediante uso do processo legislativo para afronta aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade.

A apuração, conduzida pela 1ª Promotoria de Justiça da comarca, tem como foco três projetos de lei , um deles complementar de n° 06 e outros dois nº 27 e nº 34, ambos de iniciativa do Poder Executivo, aprovados pela Câmara de Vereadores em dezembro de 2024. 

As propostas, que resultaram na criação de cargos comissionados e na instituição da Secretaria Municipal de Esporte, Turismo e Cidadania, tramitaram em regime de urgência especial, o que, segundo o Ministério Público, ocorreu sem a comprovação de excepcionalidade exigida pelo regimento interno do Legislativo municipal.

Segundo o MPMS, “há indícios de violação à Lei de Responsabilidade Fiscal dado que os projetos que aumentaram despesas com pessoal foram protocolados, votados e sancionados nos últimos 180 dias do mandato do Prefeito”.

O inquérito também aponta para o reaproveitamento de um mesmo estudo de impacto orçamentário-financeiro para justificar diferentes proposições legislativas, contrariando os artigos 15 e 16 da LRF. 

Outra irregularidade em apuração é a criação da nova secretaria municipal sem dotação orçamentária específica na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, o que pode configurar violação ao artigo 167 da Constituição Federal. 

“Tal conduta, somada à ausência de planejamento, ocasionou interrupção parcial de serviços públicos, em afontra ao princípio da continuidade”, acusou a promotoria.

A investigação também menciona que um estudo técnico já havia alertado o chefe do Executivo sobre o risco de o município ultrapassar o limite prudencial de gastos com pessoal caso todos os cargos criados fossem preenchidos. 

Há também indícios de nomeação de servidores comissionados em número superior ao previsto em lei e de divergências entre a estrutura administrativa legal e a ocupação efetiva dos postos.

As investigações buscam verificar se assessores de procurador, que são cargos comissionados, estariam desempenhando funções de natureza técnica permanente, típicas de servidores de carreira, o que poderia configurar desvio de finalidade. 

Segundo o Ministério Público, a eventual extrapolação das funções de confiança e assessoramento pessoal afronta os princípios da legalidade e impessoalidade.

Para a apuração dos fatos, o promotor de Justiça, Gustavo Henrique Bertocco de Souza, requisitou uma série de documentos à Prefeitura e à Câmara de Camapuã, que devem ser entregues no prazo de dez dias úteis. 

Entre as solicitações estão cópias dos pareceres jurídicos sobre a criação dos cargos, a folha de pagamento dos comissionados desde janeiro de 2025, o relatório sobre os impactos financeiros das novas leis e os documentos que embasaram a fixação dos subsídios dos secretários municipais. 

A Promotoria também solicitou a descrição detalhada das atribuições dos assessores de procurador.

O inquérito civil tem prazo de um ano para ser concluído, podendo ser prorrogado. Caso confirmadas as irregularidades, medidas judiciais podem ser acionadas a fim de assegurar a proteção do patrimônio público e da moralidade administrativa.

Outro lado

O prefeito Manoel Nery, do PP, afirmou ao Jornal Midiamax que não havia sido notificado ainda. Ele disse que acionaria a Procuradoria-Geral do Município para tomar pé da investigação. Ele não se manifestou quanto às alegações do MPMS sobre os projetos de lei elaborados pela sua gestão.

A reportagem tentou contato com a Câmara de Vereadores de Camapuã, mas não obteve êxito até o fechamento da matéria.

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