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Política

Jogadoras que se negaram a dividir campo com mulher trans são homenageadas na Câmara

Com cartazes, elas cobraram justiça e segurança, defendendo a preservação de direitos às categorias femininas
Vinicios Araujo, Anna Gomes -
Atletas homenageadas expuseram cartazes na Câmara. (Foto: Anna Gomes, Midiamax)

Jogadoras de feminino do Leoas estiveram na Câmara de Vereadores para serem homenageadas com moção de apoio após episódio polêmico, no dia 6 de setembro, contra o Fênix Futebol Clube. O fato é que as atletas se recusaram a entrar em campo após descobrirem que, no time adversário, havia uma jogadora trans.

A partida aconteceria em .

A situação repercutiu e, nesta quinta-feira, 18/9, o vereador bolsonarista Rafael Tavares (PL) recebeu as jogadoras para homenageá-las durante a sessão ordinária da Câmara. Com cartazes, as atletas cobraram respeito, justiça e segurança à categoria feminina. 

“Pelo futuro do esporte feminino. Nossas conquistas não podem ser apagadas. Categorias femininas existem para mulheres. Segurança e igualdade já”, afirmava um dos cartazes.

Em nota, o Fênix FC afirmou que respeita o direito da equipe de não disputar a partida, mas que “a situação ganhou contornos de preconceito quando atletas do time Leoas ofereceram seus uniformes a homens”. 

O posicionamento pontua que “a atitude não só fere a dignidade da Adriana, como também evidencia uma prática de injúria e exclusão, absolutamente inaceitável em qualquer espaço social e esportivo”.

Entretanto, a técnica do Leoas, Bárbara Augusta Santana, diz que não se trata de transfobia. Ela afirma que a situação fere a história de conquista do espaço feminino no esporte.

“Lutamos muito para conquistar espaço no futebol feminino. Queremos que seja um ambiente sem vantagens biológicas desleais e que seja justo”, disse.

Segundo Bárbara, o time não entrou em campo “por falta de transparência e imposição do organizador da competição”. Ela relata que, faltando 5 minutos para iniciar a partida, a organização informou a participação da jogadora trans feminina no evento.

Ela considerou que a participação seria desleal ao time Leoas. “A nova regra causava uma grande deslealdade para nossas atletas, principalmente devido à grande diferença de força e velocidade entre sexos distintos”, informou.

Marginalizados

Para o vereador Jean Ferreira, do PT, grupos trans sofrem com a marginalização e são impedidos de serem aceitos em espaços sociais onde deveria existir a inclusão.

O parlamentar considera que “todo mundo tem o direito de se posicionar em relação a essas novas mudanças na sociedade, mas o jogo em si era um esporte para sempre ter inclusão”.

“As mulheres já lutaram tantos anos para poder se imprimir no futsal e no futebol. O futsal só foi ter, de fato, participação da mulher em 1983. E as mulheres trans já estão tão excluídas da sociedade. A gente não é excluído de poder participar de um esporte, ter o direito de jogar bola; [mulheres trans] já não estão dentro do mercado de trabalho, já não estão nos postos de poder, estão fora das escolas, fora das casas das suas famílias, mas a gente vai tirar a possibilidade de jogar bola para poder ter um sentido na vida, para não cair na prostituição, como mais de 90% da população trans está?”, questiona.

O vereador acusa a bancada do PL de “atacar” grupos LGBTQIAPN+ com recorrência na Casa de Leis.

Aproveitou o embalo

Durante a recepção, o vereador André Salineiro (PL) aproveitou para criticar a mobilização da Parada LGBTQIAPN+ realizada no fim de semana. De acordo com o parlamentar, não deveria ser investido recurso público no evento. 

“Tivemos um evento com apoio do poder público que não é favorável às crianças. No evento, havia a presença de menores que recebiam a estimulação de frases eróticas, cantores com conteúdo erótico e até com os seios aparecendo. A criança tem que ser preservada”, disse.

Salineiro afirmou ainda que, durante o evento, cartazes expunham frases ‘Crianças trans existem’. O parlamentar criticou a medida. 

Nesse momento, ele foi rebatido por uma mulher trans que estava presente na sessão. Ela disse: “Existem, sim”.

A sessão acabou ficando acalorada, mas logo voltou à normalidade.

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(Revisão: Dáfini Lisboa)

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