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Cotidiano

Dentes são ‘minas’ de DNA para identificação em tragédias como a queda de avião no Pantanal

Queda de avião em Aquidauana matou os quatro tripulantes
Osvaldo Sato, Thatiana Melo -
(Foto: Madu Livramento, Midiamax)

Em tragédias aéreas seguidas de incêndio, como a queda registrada na terça-feira (23), na Fazenda Barra Mansa, em , um dos maiores desafios para a perícia criminal é a identificação das vítimas. O fogo carboniza os corpos e destrói impressões digitais e características físicas, obrigando os especialistas a recorrerem ao DNA para chegar à identidade.

Segundo um perito criminal ouvido pela reportagem do Jornal Midiamax, que preferiu não se identificar, os dentes são considerados “minas” de DNA nesses casos. “A estrutura dura do esmalte protege o interior do dente, onde conseguimos encontrar material genético mesmo após altas temperaturas”, explicou. Essa proteção torna as amostras dentárias mais seguras do que tecidos moles ou mesmo alguns ossos longos.

Ele explicou que “o calor intenso fragmenta e degrada o material genético. Quanto maior a temperatura e o tempo de exposição, menores as chances de encontrar DNA preservado. Além disso, o carvão e os resíduos químicos produzidos pelo fogo podem inibir os testes laboratoriais”.

O processo de obtenção de DNA a partir de ossos ou dentes segue etapas cuidadosamente planejadas para garantir que o material genético seja preservado e possa ser analisado. Primeiro, realiza-se a limpeza da amostra, removendo a camada externa que costuma estar mais danificada e sujeita a contaminações. Em seguida, ocorre a moagem e desmineralização, quando o osso ou dente é pulverizado e tratado com substâncias químicas que dissolvem os minerais, liberando o DNA que está preso na matriz óssea.

Depois, vem a extração, etapa em que técnicas especializadas, desenvolvidas a partir de pesquisas com DNA antigo, isolam até mesmo fragmentos muito pequenos do material genético. Por fim, acontece a amplificação, na qual o DNA obtido é multiplicado usando a técnica chamada PCR (reação em cadeia da polimerase). Esse procedimento permite que pequenas quantidades de DNA sejam suficientes para identificar marcadores genéticos, essenciais para o reconhecimento das vítimas ou para estudos forenses e científicos.

“Em casos extremos, quando o DNA nuclear está muito degradado, os peritos recorrem ao DNA mitocondrial, que é mais resistente e herdado pela linha materna. Ele pode não individualizar uma pessoa, mas ajuda a estreitar as possibilidades em conjunto com informações familiares.”

Acidente no Pantanal

No acidente no Pantanal, os corpos do piloto Marcelo Pereira de Barros e do cineasta Rubens Crispim Júnior chegaram ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) de na sexta-feira (26). A identificação de Marcelo foi confirmada por DNA extraído dos dentes, enquanto Rubens foi reconhecido em exame necroscópico.

Já o cineasta Luiz Fernando Ferraz teve o processo atrasado porque a Polícia Civil de precisou solicitar apoio da Polícia Técnica de São Paulo para coletar material genético de familiares. No caso do arquiteto chinês Kongjian Yu, os exames dependeram de autorização da Embaixada da China.

No trabalho laboratorial, após a coleta, a amostra passa por limpeza, moagem e desmineralização para liberar o DNA. Técnicas avançadas permitem recuperar até fragmentos mínimos, que depois são multiplicados pela reação em cadeia da polimerase (PCR). Quando o DNA nuclear não resiste ao calor, os peritos recorrem ao DNA mitocondrial, herdado pela linhagem materna.

“Esse material pode não individualizar totalmente a vítima, mas ajuda a reduzir as possibilidades quando comparado com informações familiares”, explica a perita criminal e diretora do Ialf (Instituto de Análises Laboratoriais Forenses), Josemirtes Prado da Silva.

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(Revisão: Dáfini Lisboa)

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