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Política

‘Banco Vermelho’ é lançado na Capital com a missão de tirar MS do mapa do feminicídio

MS registrou este ano, até o momento, 29 casos de feminicídio e mais de 16,4 mil denúncias de violência doméstica
Vinicios Araujo -
Banco Vermelho está na Câmara de Vereadores, mas deve circular em outros órgãos da Capital. (Foto: Eliel Dias/Midiamax)

O programa “Banco Vermelho”, iniciativa que transforma um simples banco em um memorial público em homenagem às mulheres vítimas de feminicídio, foi lançado na manhã de ontem (9) na Câmara Municipal de . O projeto, articulado pela vereadora Luiza Ribeiro (PT), tem como objetivo criar pontos de reflexão na paisagem urbana e servir como um chamado à ação pelo fim da violência de gênero.

A realização do programa na Capital conta com o apoio da Conab-MS (Companhia Nacional de Abastecimento de Mato Grosso do Sul). Durante o lançamento do banco, o superintendente do órgão no Estado, Agnaldo Dias, desafiou a saída de MS do mapa do feminicídio.

“O Banco Vermelho, além de ser um informativo, ele é um símbolo para a gente refletir em relação ao feminicídio. Nós saímos do mapa da fome e, agora, Luiza, nós precisamos sair do mapa do feminicídio”, declarou Dias. Ele justificou o envolvimento da Conab, afirmando que “toda a sociedade deve se preocupar com isso”.

A vereadora Luiza Ribeiro usou vídeo nas redes sociais para explicar a origem e o propósito do movimento.

“O Banco Vermelho é um programa que começou na Itália em 2016 e veio trazido pra cá por iniciativa de duas pernambucanas […] que perderam amigas para o feminicídio”, contextualizou. “E o banco significa um ponto na paisagem urbana para você parar e refletir sobre a violência contra as mulheres, desejar o fim disso, desejar o fim da misoginia e de todo o preconceito, levantar-se e agir”, completou a parlamentar.

O banco inaugurado na Câmara Municipal é itinerante. Nas próximas semanas, ele percorrerá diversas instituições para ampliar a mensagem de conscientização, incluindo o MPT/MS (Ministério Público do Trabalho), a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), o IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul), a Casa da Mulher Brasileira e o Instituto Mirim. Segundo Luiza Ribeiro, a intenção é de que o programa, após percorrer a cidade, possa “rodar o Estado inteiro”.

Dados do feminicídio em MS

Segundo o Monitor da Violência contra a Mulher da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), 2025 registrou, até o momento, 29 casos de assassinato contra mulheres sob a tipificação do feminicídio. O último caso ocorreu há 8 dias.

O número mostra que, em média, foram quase 3 casos de feminicídio por mês.

Quando o assunto é a , os números são tão alarmantes quanto. Somente neste ano, foram mais de 16,4 mil registros de agressão contra mulher. Vale destacar que esses números consideram os boletins de ocorrência registrados, o que pode suscitar a subnotificação dos casos de violência em Mato Grosso do Sul.

Campanhas como Agosto Lilás, Banco Vermelho e ações realizadas ao longo do mês de março, reconhecido como mês da mulher, destacam a importância da denúncia para o enfrentamento da violência.

No ano passado, MS registrou mais de 21 mil casos de violência doméstica e 35 feminicídios.

📍 Onde buscar ajuda em MS

Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos fins de semana.

Além da Deam, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.

☎️ Existem ainda dois números para contato: 180, que garante o anonimato de quem liga, e o 190. Importante lembrar que a Central de Atendimento à Mulher – 180 é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.

As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. O serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os fins de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.

Já no Promuse, o número de telefone para ligações e mensagens via WhatsApp é o (67) 99180-0542.

📍 Confira a localização das DAMs, no interior, clicando aqui. Elas estão localizadas nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.

⚠️ Quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.

(Revisão: Dáfini Lisboa)

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