Artesãs indígenas de MS integram intercâmbio étnico-cultural em Roraima
O Encontro Ancestral fez parte do Festival das Panelas de Barro Macuxi, realizado no TI Raposa Serra do Sol
Nathália Rabelo –
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Mulheres indígenas das etnias Kadiwéu e Terena de Mato Grosso do Sul foram até Roraima para participar de intercâmbio étnico-cultural com indígenas Macuxi, do Território Raposa Serra do Sol. Evento reuniu pessoas de várias idades para valorizar a cultura ancestral do Brasil.
As representantes de MS foram Zilda da Silva, da aldeia São João; Jussara Derriune, da Barro Preto, Creuza Virgílio e Marilene, ambas da aldeia Alves de Barros; e Selma Polidório, da aldeia Cachoeirinha, em Miranda.
O “Encontro Ancestral – barro, uma linguagem da Terra” ocorreu até 8 de outubro. Exposição de artesanato e panelas de barro Maxuxi, oficinas sobre cerâmica indígena pantaneira e troca de experiências marcaram a programação do evento.
Para as artesãs que fazem parte da Associação das Mulheres Artistas Kadiwéu (Amak), um dos principais objetivos do intercâmbio foi entender o processo que garante a resistência das panelas de barro elaboradas pelas indígenas Macuxis. Atualmente, um dos desafios das ceramistas Kadiwéu está no transporte das peças até os grandes centros.
“Na minha arte, eu já faço bonecas de cerâmica e, aqui, aprendi técnicas para fazer a cabeça de bonecas de barro. Já fiz uma mulher Kadiwéu, aqui, a partir do uso da técnica e quando chegar na aldeia quero continuar aprimorando essa técnica”, explica a presidente da Amak, Creuza Virgílio.
Segundo a organização, o evento contribuiu muito para a ampliação de conhecimento.
“Gostei muito das panelas, o tamanho e o acabamento me chamaram a atenção. Outra coisa interessante é a argila que elas trabalham que é mais macia que a nossa. Saio daqui pensando em tudo que aprendi e que pode ser colocado em prática na aldeia”, avaliou Selma. Durante o evento, o público também foi convidado a assistir alguns ritos Macuxi, como danças e cantos, ritual de pimenta nos olhos com a finalidade de afastar energias ruins, pinturas corporais, entre outras tradições.
O intercâmbio entre os povos originários foi uma realização do Conselho Indígena de Roraima (CIR) através do Projeto Bem Viver, com apoio da Wetlands International Brasil, Instituto Terra Brasilis, Universidade Federal de Roraima (UFRR), Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), Nature e Culture International, USAID – Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional e o Sebrae/RR.
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