John Hudson dos Santos Marques, de 27 anos, teria sido morto e decapitado pelo PCC por ter ligação com a facção rival, o Comando Vermelho e por se destacar no comércio de drogas e armas na região do Bairro Zé Pereira, em Campo Grande, local de onde ele desapareceu no dia 14 de fevereiro.

John foi decapitado pelo PCC por fazer 'sucesso' vendendo drogas no Zé Pereira
Foto: Henrique Kawaminami

Na tarde desta terça-feira (3), o juiz Aluízio Pereira dos Santos ouviu seis testemunhas de acusação durante a primeira audiência na Justiça que investiga a morte do jovem. Ao todo, prestaram depoimento cinco policiais que trabalharam na investigação do caso e a namorada da vítima.

Sete homens são acusados de sequestrar e matar John Hudson depois de submetê-lo ao ‘tribunal do crime’. São eles Gabriel Rondon da Silva, Tiago Rodrigues de Souza, Wellington Felipe dos Santos Silva, os irmãos Leonardo Caio dos Santos Costa, Mackson Ferreira dos Santos e Eloinai Oliveira Emiliano, que está foragido.Todos os réus são apontados como integrantes do PCC.

Em depoimento, todos os policiais confirmaram a versão de que John foi morto porque passou a vender drogas para a facção rival, o Comando Vermelho. Além disso, o fato de ele ser um traficante em ascensão e ter destaque no comércio de drogas e armas na região do Bairro Zé Pereira,  teria incomodado membros do PCC que decidiram que ele seria submetido a ‘julgamento do crime’, que o sentenciou à morte e decapitação.

Investigação apontou que no dia em que foi sequestrado, John foi atraído por suposto cliente que teria encomendado cerca quantidade de drogas por ligação. Ao se aproximar do carro em que estava o suposto freguês, ele foi abordado por Wellington, Leonardo e Gabriel. Depois disso, ele foi levado para uma casa no Bairro Mário Covas, onde foi ‘sentenciado’ e morto.

John foi decapitado pelo PCC por fazer 'sucesso' vendendo drogas no Zé Pereira
Foto: Henrique Kawaminami

segundo os investigadores, quando foi preso Leonardo Caio não teria esboçado arrependimento e reforçou contentamento em ter participado do homicídio. “Eu fiz um CV”, teria dito no momento em que foi preso”. Após o crime, ele e Wellington teriam fugido para o Paraguai, onde foram presos pela polícia.

Ao juiz, a namorada de John afirmou que sabia que o namorado vendia drogas, mas afirmou desconhecer envolvimento dele com facções criminosas. Com medo, ela se recusou a prestar depoimento na frente dos acusados pela morte do companheiro, que também participaram da audiência que aconteceu no Fórum de Campo Grande.

Relembre o caso

Desaparecido desde o dia 14 de fevereiro no Bairro Zé Pereira, em Campo Grande,  John Hudson dos Santos Marques, de 27 anos, foi encontrado decapitado no dia 22 do mesmo mês, em uma estrada vicinal entre o distrito de Indubrasil e Terenos. No entanto, a confirmação veio apenas nesta sexta-feira (9) depois de equipe que conduz a investigação prender um jovem de 19 anos, que confessou ter participado e indicou o lugar onde o crime aconteceu. No local, os policiais descobriram que o corpo já havia sido encontrado e levado por equipe da Polícia Civil de Terenos.

Para a polícia  o jovem afirmou que depois de ser sequestrado, Jhon passou por interrogatório que durou algumas horas, e após isso veio a ordem para que ele fosse morto. Então, os suspeitos levaram a vítima até uma estrada vicinal entre o distrito de Indubrasil e a cidade de Terenos. Lá, ele teria levado dois tiros e em seguida, decapitado com uma faca.

Nesta sexta-feira, equipe de investigação foi até o local onde o corpo foi deixado  e encontrou uma caixa de luvas descartáveis. Sem encontrar o corpo, pediram informações a um morador, e foram informados que manhã do dia 22 de fevereiro, uma semana depois do desaparecimento da vítima, populares encontraram um corpo decapitado e acionaram a polícia.

Em fevereiro, o Jornal Midiamax apurou que uma imagem que mostraria o jovem decapitado chegou até amigo da família. A pessoa foi quem levou a situação ao conhecimento de parentes de John, que procuraram a polícia. O corpo que aparece na foto foi identificado por parentes e pela polícia como sendo do jovem desaparecido.

O desaparecimento

John estava em casa com sua namorada, quando disse que iria para frente da residência fumar um cigarro e desde então desapareceu. Ele saiu apenas com celular e sem documentos. No momento do desaparecimento estava sem camisa, usava bermuda jeans e chinelo na cor azul.

Após meia hora de seu desaparecimento, três homens desconhecidos foram até a sua residência e perguntaram por ele.