Neste mês, é celebrado o Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher. O deputado estadual Jamilson Name (PSDB) fez um apelo urgente sobre os alarmantes índices de violência contra mulheres em Mato Grosso do Sul, destacando a necessidade contínua de enfrentar essas agressões e discriminações.
“É fundamental que reforcemos as políticas públicas para que possamos diminuir esses números preocupantes e garantir a proteção das mulheres em nossa sociedade”, declarou o deputado.
De acordo com o Monitor de Violência Contra a Mulher do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), em 2015 foram registrados 17 casos, um número que mais que dobrou em 2016, saltando para 35.
Desde então, os dados mostraram oscilações, com picos em 2020 (40 casos) e 2022 (44 casos) — o maior total no período analisado. Até o momento, em 2025, já foram contabilizados 30 casos, evidenciando a urgência de ações continuadas no enfrentamento da violência contra a mulher.
Os dados também revelam que a maioria das ocorrências se dá em residências e locais semelhantes, totalizando 208 registros. As propriedades rurais somam 65 casos, seguidas pelas vias urbanas, com 58 relatos de violência. Outros locais mencionados incluem estabelecimentos comerciais (9), unidades de saúde (8), vias rurais (6), espaços públicos (2) e escolas (2), além de um caso registrado em outro tipo de estabelecimento de ensino.
Perfis das vítimas
A maior parte das vítimas é composta por mulheres adultas, com idades variando entre 30 e 59 anos, seguidas por jovens de 18 a 29 anos. Também há registros de idosas, adolescentes e até crianças, evidenciando que a violência de gênero afeta diversas faixas etárias e demanda atenção em todas as fases da vida.
Em relação à raça e cor das vítimas, a predominância é de mulheres pardas (161 registros), seguidas por mulheres brancas (75 casos). Também foram documentadas ocorrências envolvendo mulheres pretas (10) e indígenas (2). Em outros 105 casos, não foi possível identificar a cor ou raça das vítimas.
Os dados mostram ainda que, na maioria das situações, o agressor tem um vínculo direto com a vítima. O cônjuge é identificado como o principal autor das agressões, com 76 registros, seguido por conviventes (23) e filhos (10). Outros laços familiares, como namorados, irmãos, sogros, cunhados, avós e pais, também foram observados entre os agressores.
Orientações
A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 é um serviço de utilidade pública essencial para o enfrentamento à violência contra as mulheres. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. O Ligue 180 presta os seguintes atendimentos:
- orientação sobre leis, direitos das mulheres e serviços da rede de atendimento (Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referências, Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), Defensorias Públicas, Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres, entre outros;
- informações sobre a localidade dos serviços especializados da rede de atendimento;
- registro e encaminhamento de denúncias aos órgãos competentes;
- registro de reclamações e elogios sobre os atendimentos prestados pelos serviços da rede de atendimento.
É possível fazer a ligação de qualquer lugar do Brasil ou acionar o canal via chat no WhatsApp (61) 9610-0180. Em casos de emergência, deve ser acionada a Polícia Militar, por meio do 190.
Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira funciona 24 horas por dia, inclusive aos fins de semana, e está localizada na Rua Brasília, s/n, no bairro Jardim Imá.
No local, além da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), também atuam a Defensoria Pública, o Ministério Público, a Vara Judicial de Medidas Protetivas, além de serviços de atendimento social e psicológico.
A Casa conta ainda com alojamento, brinquedoteca (espaço de cuidado para crianças), a Patrulha Maria da Penha e o apoio da Guarda Municipal.
Para contato, basta ligar para o número 153.