Via Leilões oferta 157 lotes com carros apreendidos do tráfico até o dia 3 de julho
Com valores de R$ 20 a R$ 35 mil, a leiloeira Via Leilões abriu edital para venda de 157 lotes, oriundos do tráfico de drogas. São veículos para circular, sucatas aproveitáveis e sucatas inservíveis. O leilão começou no dia 19 de junho, mas os lances, feitos online, vão até o dia 3 de julho. De […]
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Com valores de R$ 20 a R$ 35 mil, a leiloeira Via Leilões abriu edital para venda de 157 lotes, oriundos do tráfico de drogas. São veículos para circular, sucatas aproveitáveis e sucatas inservíveis. O leilão começou no dia 19 de junho, mas os lances, feitos online, vão até o dia 3 de julho.
De acordo com o leiloeiro Ilto Antônio Martins, para a compra é compulsória a visitação dos interessados no pátio da empresa. A visita aos lotes poderá ser feita de 1ª a 3 de julho, das 8h às 11h e das 13h às 17h.
Do total de lotes, apenas 151 estão à disposição para lances, isso porque seis foram retirados do leilão pelo leiloeiro. A estimativa inicial é que as vendas cheguem à R$ 625 mil, porém, para Martins, com os lances o valor deve ultrapassar R$ 1 milhão.
Os veículos e sucatas colocados à venda foram apreendidos por delegacias de Mato Grosso do Sul durante ações contra o tráfico de drogas. Após serem levados para o pátio de delegacia, eles passam por um processo legal, até serem liberados para que o leiloeiro os retirem da polícia, sempre com autorização judicial.
Conforme Ilto Martins, o leilão é coordenado pela Corregedoria do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). O evento também tem parceria com a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública).
O veículo mais antigo do leilão é o lote 131, um Fusca 1.300, de 1977 que foi colocado na categoria sucata aproveitável. O lance inicial deste lote é de R$ 370. Já o carro mais novo está no lote 12, um Chevrolet Onix Joye, de 2018 que está na categoria para circular com documentação.
Segundo o leiloeiro, a venda desses veículos ajuda a “limpar” o pátio das delegacias de Mato Grosso do Sul, que sempre estão lotadas devido à grande quantidade de apreensões feitas contra o tráfico de drogas, já que o Estado é importante corredor para a passagem desses produtos, vindo dos países vizinhos.
Os valores dos lotes são estabelecidos conforme a tabela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) com decréscimo de 50%, e ainda perda de valor dependendo do tempo que o veículo ficou parado no pátio da delegacia.
Os lotes podem ser conferidos também pelo site da leiloeira, onde serão realizadas as vendas. Os lotes começam a ser encerrados a partir das 15h (horário de Mato Grosso do Sul – 16h horário de Brasília) do dia 3 de julho. Desde vez eles não terminam todos no mesmo horário, a cada minuto um será encerrado, conforme ordem numérica dos lotes.
Leiloeiro especializado
Ilton Martins conta que é leiloeiro há 16 anos, mas desde 2014 começou a trabalhar com veículos oriundos do tráfico de drogas e se especializou neste ramo da profissão. Além dele, apenas outros cinco profissionais da área fazem este tipo de trabalho em Mato Grosso do Sul.
A Via Leilões possui pátio para guardar os carros em três cidades de Mato Grosso do Sul, Campo Grande (avenida Três Barras, 5003, Jardim Nossa Senhora do Perpétuo Socorro), Dourados (avenida Coronel Ponciano, 412, bairro Parque dos Jequetibás) e Paranaíba (avenida principal 1, sem número, rodovia BR-262, km 10).
O leiloeiro, que é formado em direito, conta que coloca para venda apenas lotes sem restrição nenhuma, para que não gere problemas para os clientes. “Por isso contrato apenas advogados para trabalhar comigo, para fazer a checagem completa”, pontuou.
“Todos os meses fazemos esses leilões com essa média de carros, de 150 a 160 veículos. Em dois anos, só a minha leiloeira já recolheu á recolheu 300 automóveis do pátio da Polícia Federal de Dourados, mas ele continua cheio, é um trabalho que não para”, declarou Martins.
No ano passado o leiloeiro diz que recolheu R$ 9,8 milhões para os cofres públicos com a venda desses carros. O profissional recebe 5% de comissão na venda do comprador e outros 5% é retirado do valor que o veículo foi vendido antes de repassar aos cofres públicos.
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