Pular para o conteúdo
Transparência

Temendo erros, Corregedoria cobra ‘uso ético’ de IA no alto escalão do MPMS

Procuradores e promotores podem ser responsabilizados em caso de erros cometidos por negligência no uso de inteligência artificial
Vinicios Araujo -
Uso de ferramentas como ChatGPT deverá ser conduzido por meio de critérios exigentes. (Foto: Vinicios Araújo, Midiamax)

A Corregedoria do Ministério Público de Mato Grosso do Sul () publicou recomendações para o uso de inteligência artificial nos gabinetes de procuradores e promotores da instituição.

O departamento, que fiscaliza a atuação dos servidores do órgão, ética no manejo de dados por meio de ferramentas experimentais semelhantes ao ChatGPT, da OpenAI, no exercício dos trabalhos ministeriais.

Conforme a recomendação, a incorporação da IA nas atividades do MPMS deve observar os princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade, eficiência e transparência.

Sobretudo, os membros devem lembrar que a Lei Geral de de Dados (Lei nº 13.709/2018) estabelece diretrizes para o tratamento adequado de dados pessoais, reforçando a necessidade de segurança e controle sobre as informações processadas por sistemas de IA.

A Corregedoria ressalta que a atuação do alto escalão do órgão deve ser pautada pela responsabilidade no uso da IA, garantindo que sua aplicação “ocorra de maneira criteriosa, supervisionada e fundamentada na análise humana”.

Para isso, cobrou dos procuradores e promotores que o manejo de ferramentas de IA nas atividades ministeriais devem, sobretudo, amparar-se na ética e responsabilidade institucional; na segurança e proteção de dados, resguardando a confidencialidade e a integridade das informações processadas; além da transparência e explicação por parte da ferramenta utilizada, de modo a permitir a checagem e a correção dos resultados pelo membro do Ministério Público. 

Além disso, é preciso assegurar a supervisão humana contínua, sendo a decisão final sempre do membro do Ministério Público, sendo inadmitida a substituição da análise técnico-jurídica por mecanismos automatizados.

Segurança de informação

A utilização de sistemas de IA por parte dos membros do MPMS deverá considerar cuidados relacionados à segurança da informação. Por exemplo, a preferência por soluções corporativas ou contratadas, “que assegurem níveis adequados de confidencialidade, integridade e rastreabilidade das informações processadas”. 

Assim, os agentes deverão evitar o uso de plataformas gratuitas sem garantias formais de proteção de dados. 

O alto escalão do Ministério deve ainda substituir nomes reais por pseudônimos ao utilizar plataformas abertas, gratuitas ou não homologadas institucionalmente, a exemplo do ChatGPT, além de abster-se de inserir, processar ou compartilhar dados sensíveis ou sigilosos em plataformas de IA abertas, diante da inexistência de garantias formais de proteção e controle das informações. 

Os procuradores e promotores devem ainda evitar o fornecimento de feedbacks ou qualquer espécie de autorização para que a ferramenta de IA possa utilizar a pesquisa desenvolvida para (re)treinamento do modelo de linguagem. 

Restrições de acesso

A Corregedoria proíbe também que as autoridades utilizem credenciais institucionais, como endereço de e-mail e telefones funcionais como login de acesso às IA não corporativas, e cobra para que evitem que a plataforma utilizada faça extração indevida de dados nem represente vetor de risco de ataques cibernéticos aos sistemas ou base de dados institucionais.

O departamento ainda pede para que os membros não façam a instalação de aplicativos de IA em dispositivos institucionais, dando preferência à utilização de navegação web.

O que se pode com tantas restrições?

Diante de tantas restrições, a Corregedoria assegura que o uso de IA nos processos do MPMS poderá ser utilizado como ferramenta de apoio em processos internos, especialmente para triagem, organização e análise de dados. 

O órgão destaca que a utilização autônoma na tomada de decisões administrativas ou judiciais não é recomendada. 

“O membro do Ministério Público deverá revisar e validar criticamente os resultados gerados por sistemas de IA antes de utilizá-los como fundamento de manifestações, recomendações ou providências oficiais, prevenindo a ocorrência de conteúdos inverídicos ou incorretos produzidos pelo sistema de IA”, ressalta a recomendação.

A Corregedoria destaca que a responsabilidade técnico-jurídica dos resultados oferecidos pela IA será de total atribuição ao membro que a utilizou, sendo injustificável a transmissão de culpa por eventuais erros à ferramenta, que deve ser utilizada apenas como subsídio complementar, sob supervisão humana”, acrescenta. 

Por fim, o órgão recomenda que os membros do Ministério Público de MS busquem capacitação contínua quanto ao uso da IA, incluindo seus riscos, potencialidades, limitações e implicações jurídicas e éticas, devendo ainda orientar servidores, estagiários e demais integrantes de sua equipe sobre as implicações relacionadas ao uso dessas ferramentas.

Sabe de algo que o público precisa saber? Fala pro Midiamax!

Se você está por dentro de alguma informação que acha importante o público saber, fale com jornalistas do Jornal Midiamax!

E você pode ficar tranquilo, porque nós garantimos total sigilo da fonte, conforme a Constituição Brasileira.

Fala Povo: O leitor pode falar direto no WhatsApp do Jornal Midiamax pelo número (67) 99207-4330. O canal de comunicação serve para os leitores falarem com os jornalistas. Se preferir, você também pode falar com o Jornal direto no Messenger do Facebook.

***

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Incêndio de grandes proporções atinge área de vegetação em Sidrolândia

vander loubet

Ministro Paulo Teixeira deve entregar títulos em MS, diz Vander Loubet

Show de Munhoz e Mariano e Festival do Hambúrguer agitam evento com entrada solidária em Campo Grande

Cidades de MS lideram rankings de maiores temperaturas e menores umidades do ar

Notícias mais lidas agora

Justiça marca audiência para ouvir despachante foragido e ex-servidor do Detran-MS por fraudes

‘Superfederação’ União Progressista oficializa Tereza Cristina como presidente em MS

Cancelamento de concurso do TRT-24 revolta candidatos aprovados em MS

Motociclista é reanimado por PM em acidente grave no Carandá Bosque

Últimas Notícias

Cotidiano

UEMS oferece curso gratuito de português para imigrantes

O curso faz parte do programa de extensão “UEMS Acolhe”

Cotidiano

Ciclone extratropical chega e traz ventos de mais de 60 kmh em cidades de MS

Em Bonito, ventos atingiram mais de 66 kmh e na Capital ventania atingiu 55,5 kmh

Brasil

Projeto que pune quem impedir funcionamento da Câmara avança

O projeto foi apresentado pela Mesa Diretora da Casa

Cotidiano

Forte temporal causa estragos e interdita MS-156 no trecho entre Tacuru e Amambai

Prefeito de Paranhos, Helio Acosta, passava pelo local e gravou vídeo, em que alerta população sobre o perigo e a interdição da pista