Apenas quatro dias após sair da prisão sob acusação de integrar a ‘farra das empresas convidadas’ em Terenos, o empreiteiro Genilton da Silva Moreira voltou para a cadeia novamente. Desta vez, investigado por esquema de corrupção em Bonito.
Conforme apurado pela reportagem, ele é um dos quatro presos por mandado de prisão preventiva, na Operação Águas Turvas, deflagrada na terça-feira (7) pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção).
A Operação Águas Turvas, deflagrada por agentes do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, busca estancar um rombo de R$ 4,3 milhões em licitações na cidade, reconhecida como a capital do ecoturismo nacional.
Além de Genilton, foram presos o secretário de Administração e Finanças de Bonito, Edilberto Cruz Gonçalves; a diretora de Licitações, Luciane Cintia Pazette; o empresário Carlos Henrique Sanches Corrêa; e o corretor de imóveis Luis Fernando Xavier Duarte — preso em flagrante com arma de fogo e solto após pagar fiança.
O Portal da Transparência do município de Bonito informa que a prefeitura mantém três contratos de obras, no valor somado de R$ 5.263.823,13, com a empresa Genilton da Silva Moreira (CNPJ 35.450.684/0001-08).
Essa é a terceira prisão de Genilton por envolvimento em esquema de corrupção. A primeira ocorreu em Terenos, em 13 de agosto do ano passado, na Velatus. Depois, foi preso novamente em 9 de setembro, também em Terenos, na Spotless.
Fraude de R$ 4,3 milhões em licitações
Além das quatro prisões, os agentes cumpriram 15 mandados de busca e apreensão em Bonito, Campo Grande, Terenos e Curitiba (PR). Agentes também estiveram na Prefeitura Municipal de Bonito.
A investigação do Gecoc identificou um grupo que atuava fraudando constantemente licitações de obras e serviços de engenharia em Bonito, desde 2021. São vários certames fraudados, simulando concorrência e prevendo exigências para favorecer as empresas investigadas.
Servidores públicos integram o esquema, em que repassavam informações privilegiadas a empresários e organizavam a fraude licitatória para ajudar as empreiteiras a vencerem. Em troca, recebiam vantagens indevidas.
Os investigados são suspeitos dos crimes de organização criminosa, fraude em licitações, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, entre outros.
“Águas Turvas”, termo que dá nome à operação, faz alusão a algo que perdeu a transparência ou limpidez e contrasta com a imagem de Bonito, reconhecido por suas belezas naturais e águas cristalinas, as quais, contudo, vêm sendo maculadas pela atuação ilícita dos investigados.
Em nota divulgada no início da noite de ontem, a administração afirmou que “foram adotadas todas as medidas necessárias para garantir pleno acesso aos objetos do mandado de busca, em total colaboração com as autoridades competentes”, reforçando ainda que “a administração municipal sempre pautou suas ações pela legalidade, ética e transparência junto à população”.
“A Prefeitura permanece à disposição das autoridades responsáveis para fornecer todas as informações e documentos necessários ao devido andamento das investigações”, afirmou o texto da gestão do prefeito Josmail Rodrigues (PL), que, ao longo do dia, não retornou às diversas tentativas de contato da reportagem, para manifestação sobre a ação.
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(Revisão: Dáfini Lisboa)