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Transparência

Servidor condenado por fraudes em Sidrolândia pede absolvição: ‘Provas mostram o contrário’

Acusado de corrupção no esquema de Claudinho Serra diz que MPMS não apresentou provas concretas
Gabriel Maymone -
Prefeitura de Sidrolândia após operação contra corrupção. (Henrique Arakaki, Midiamax)

Condenado à pena de 5 anos e a devolver R$ 26,7 mil aos cofres públicos, o ex-servidor municipal de César Augusto dos Santos Bertoldo apresentou recurso ao (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

Conforme o documento, Bertoldo pede sua absolvição, alegando que as provas apresentadas pelo MPMS (Ministério Público de MS) não são suficientes para condená-lo. “Nenhuma condenação pode se fundar exclusivamente em delação premiada”, diz o do réu.

Para tentar convencer a Justiça a livrá-lo da condenação, César diz que as testemunhas apresentadas pelo Ministério Público “afastaram qualquer indício de ilicitude por parte do apelante”.

Ainda, o advogado de César diz que ficou comprovado que a função do servidor seria apenas a de solicitar mercadorias, e o responsável pelas compras seria somente o secretário municipal.

Assim, a defesa do servidor diz que, “em todo material apreendido, periciado e apreciado pelo MP,
não foi levantado qualquer envolvimento do apelante”.

Por fim, pede a absolvição de César — porém, caso não seja esse o entendimento do TJMS, que seja apreciada a redução da pena aplicada a César, fixando ainda a prisão no regime aberto ou até mesmo a substituição por medidas cautelares.

Penas somam 111 anos de prisão

Sidrolândia. (Foto: Arquivo/Midiamax)

Dois anos após o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) tomar as ruas de Sidrolândia na operação que ficou conhecida como Tromper, o juiz da Vara Criminal de Sidrolândia, Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, condenou os seis primeiros réus do caso, em esquema chefiado por Claudinho Serra, que desviou milhões dos cofres municipais da cidade localizada a 70 km de .

Assim, cinco empresários e dois servidores municipais somam pena de 111 anos e 11 meses de prisão por crimes de corrupção, peculato, organização criminosa e também fraude em licitações.

Investigadores que conduziram a investida policial, do Gaeco e do Gecoc (Grupo Especial de Combate à ), do MPMS, disseram que o grupo criminoso agia desde 2017, com aberturas de empresas de fachada.

Na trama, o bando manipulava licitações, criava empresas sem estrutura ou capacidade técnica para executar os contratos, com objetivos definidos: sumir com recursos públicos. 

Conforme a sentença, o empresário Ueverton da Silva Macedo, o Frescura, foi o réu punido com maior condenação. Ele terá de cumprir 37 anos, 10 meses e 8 dias de prisão. Na sequência, o também empresário Ricardo José Rocamora Alves, sentenciado a 28 anos, três meses e 20 dias de prisão.

  • César Augusto dos Santos Bertoldo, servidor público, a 5 anos, 6 meses e 20 dias de prisão;
  • Roberto da Conceição Valençuela, outro empresário, foi condenado a 11 anos e 6 meses de prisão;
  • O empresário Odinei Romero de Oliveira foi sentenciado a 4 anos, 9 meses e 18 dias de prisão;
  • Everton Luiz de Souza Luscero, também empresário, a 15 anos e 9 meses de prisão;
  • O servidor público Flávio Trajano Aquino dos Santos, a 8 anos e 4 meses de prisão.

Investigações chegaram a Claudinho Serra

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Claudinho Serra comandava esquema de corrupção em Sidrolândia, segundo investigações do Gecoc. (Montagem: detalhe de Claudinho Serra – reprodução — e Prefeitura de Sidrolândia, Alicce Rodrigues / Jornal Midiamax)

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No ano passado, as investigações chegaram ao apontado como chefe do bando, o ex-secretário municipal de Finanças de Sidrolândia, Claudinho Serra. Ele chegou a ficar preso por 23 dias, mas foi solto com uso de tornozeleira.

No entanto, em junho de 2025, a Tromper chegou a sua 4ª fase. Com a prisão de Claudinho Serra, também foram encarcerados Carmo Name Júnior, ex-assessor de Claudinho; e Cleiton Nonato Correia, empreiteiro, dono da GC Obras.

Relembre as prisões de Claudinho:

Operação Tromper

Com as primeiras fases, a investigação identificou a organização criminosa voltada a fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura de Sidrolândia.

Então, o MPMS aponta na denúncia que o grupo criminoso agia para fraudar e direcionar licitações em Sidrolândia, favorecendo-se.

Com isso, desviava valores desses contratos para os investigados. Claudinho, então secretário de Fazenda do município, seria mentor e teria cooptado outros servidores. Assim, o ex-vereador e outros dois alvos de mandados de prisão foram presos na semana passada.

A 4ª fase da operação mirou mais de 20 pessoas ligadas à administração pública. A ação da 3ª Promotoria de Justiça de Sidrolândia, do Gecoc e do Gaeco cumpriu três mandados de prisão e 29 de busca e apreensão.

Aliás, a nova investida das autoridades contra o esquema de corrupção chefiado por Serra atingiu diretamente o núcleo familiar do político. O pai, Cláudio Jordão de Almeida Serra, e a esposa, Mariana Camilo de Almeida Serra — filha da ex-prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo —, foram indiciados.

Veja abaixo todos os réus na 4ª fase da Tromper:

  • Claudio Jordão de Almeida Serra Filho (preso) – apontado como o chefe do esquema;
  • Claudio Jordão de Almeida Serra – pai de Claudinho;
  • Mariana Camilo de Almeida Serra – esposa de Claudinho;
  • Carmo Name Júnior (preso) – assessor de Claudinho;
  • Jhorrara Souza dos Santos Name – esposa de Carmo Name;
  • Cleiton Nonato Correia (preso) – empreiteiro, dono da GC Obras;
  • Thiago Rodrigues Alves – intermediário de propinas entre as empreiteiras GC/AR e grupo de Claudinho;
  • Jéssica Barbosa Lemes – esposa de Thiago;
  • Valdemir Santos Monção (Nanau) – ex-assessor parlamentar;
  • Sandra Rui Jacques – empresária e esposa de Nanau;
  • Edmilson Rosa – Empresário;
  • Ueverton da Sila Macedo (Frescura) – empresário;
  • Juliana Paula da Silva – esposa de Ueverton;
  • Rafael de Paula da Silva – cunhado de Ueverton.

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(Revisão: Dáfini Lisboa)

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