15 de 16 presos no dia 9 de setembro acusados de integrar organização criminosa que desviou R$ 15 milhões em contratos de obras na prefeitura de Terenos, a 30 km de Campo Grande, completam duas semanas presos nesta terça-feira (23).
O Gaeco ‘derrubou’ o grupo ao deflagrar a operação Spotless, que apontou o prefeito, agora afastado, Henrique Budke (PSDB), como o líder da corrupção no município. Somente ele teria embolsado mais de R$ 611 mil em propinas.
Nos últimos dias, o desembargador relator do caso, Jairo Roberto de Quadros negou diversos pedidos liminares (provisórios) de liberdade dos investigados.
A exceção é a empreiteira Nádia Mendonça Lopes, dona da Lopes Construtora e Empreiteira Ltda, que foi autorizada a ir para prisão domiciliar, com justificativa de cuidar dos filhos pequenos.
Nesta terça-feira, o desembargador negou habeas corpus ao pm maçom, Fábio André Hoffmeister Ramires, apontado como sócio oculto da Tercam, empreiteira que participava de licitações fraudulentas. O magistrado sequer analisou o mérito, já que não conheceu do recurso (por entender ter sido pedido de forma inadequada).
Aliás, cinco dos presos faziam parte da mesma loja maçônica, em Terenos.

Confira a relação completa de presos
- Henrique Wancura Budke, prefeito que pediu afastamento após a operação
- Arnaldo Santiago, empreiteiro
- Cleberson José Chavoni Silva, empreiteiro
- Eduardo Schoier, empreiteiro
- Fábio André Hoffmeister Ramires, terceiro-sargento da PM
- Fernando Seiji Alves Kurose, empreiteiro
- Genilton da Silva Moreira, empreiteiro
- Hander Luiz Correa Grote Chaves, empreiteiro
- Isaac Cardoso Bisneto, ex-secretário de obras
- Leandro Cícero Almeida de Brito, engenheiro
- Nadia Mendoça Lopes, empreiteira
- Orlei Figueiredo Lopes, ‘testa de ferro’ do prefeito, enviado para receber propinas
- Sandro José Bortoloto, empreiteiro
- Sansão Inácio Rezende, empreiteiro
- Tiago Lopes de Oliveira, ex-chefe de gabinete
- Valdecir Batista Alves; ex-secretário de desenvolvimento econômico e diretor na Agraer
Prefeito comprou imóveis e empresas com dinheiro de propina

✅ Clique aqui para seguir o Jornal Midiamax no Instagram
Conforme o relatório de investigação ao qual o Jornal Midiamax teve acesso, Budke viu seu patrimônio declarado aumentar 691% entre as eleições de 2020 — a primeira que disputou — e de 2024 — na que se reelegeu.
Os investigadores cruzaram dados e levantaram que Henrique teria recebido cerca de R$ 611 mil em propinas.
Para o Gaeco, ao menos três bens do prefeito foram declarados com valores muito inferiores ao que realmente valem.
Exemplo citado na investigação é a Fazenda Ipê Amarelo, de 161 hectares, em Aquidauana, que ele declarou valer R$ 1,5 milhão — pagos à vista. No entanto, o valor de mercado da propriedade seria de R$ 4.356,017,67.
Para os investigadores, o enriquecimento vivenciado pelo prefeito era incompatível com suas funções. Assim, o Gaeco conclui que os valores recebidos como propina foram usados para aumentar o patrimônio de Henrique.
Além disso, ele também investiu em empresas, como a Resilix Ltda., da qual ele declarou ter apenas R$ 1 mil pela participação societária de 33%. “Parece ter recebido valores ilícitos, pois sofreu uma alteração exponencial em seu capital social“, diz o documento.
Logo, os investigadores descobriram que o capital social da empresa atingiu R$ 2.237,700,00. Ou seja, Budke seria dono de R$ 745,9 mil da empresa — e não de apenas R$ 1 mil como informado anteriormente.
“Somado o valor real de mercado, o montante dos bens alcançaria em 2024 o montante real de R$ 6.141.948,18, o que indicaria crescimento de 691% em relação ao que foi declarado na eleição de 2020“, destaca outro trecho da investigação.
O prefeito foi preso durante a Operação Spotless, junto de um policial militar do Choque, o terceiro-sargento Fábio André Hoffmeister Ramires. Além deles, outras 10 pessoas foram presas: Arnaldo Santiago, Sansão Inácio Rezende, Nadia Mendonça Lopes, Orlei Figueiredo Lopes, Genilton da Silva Moreira, Eduardo Schoier, Fernando Seiji Alves Kurose, Hander Luiz Corrêa Chaves, Sandro José Bortoloto e Valdecir Batista Alves.
Sabe de algo que o público precisa saber? Fala pro Midiamax!
Se você está por dentro de alguma informação que acha importante o público saber, fale com jornalistas do Jornal Midiamax!
E pode ficar tranquilo, porque nós garantimos total sigilo da fonte, conforme a Constituição Brasileira.
Fala Povo: O leitor pode falar direto no WhatsApp do Jornal Midiamax pelo número (67) 99207-4330. O canal de comunicação serve para os leitores falarem com os jornalistas. Se preferir, você também pode falar com o Jornal direto no Messenger do Facebook.