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Transparência

Prefeito afastado após escândalo de corrupção em Terenos tem pedido de liberdade negado

Dos 16 presos, apenas uma empreiteira foi para prisão domiciliar, a fim de cuidar dos filhos pequenos
Gabriel Maymone -
Prefeito de Terenos, Henrique Budke. (Foto: Reprodução, Redes Sociais)

O desembargador Jairo Roberto de Quadros negou pedido de liberdade e manteve preso o prefeito afastado de , Henrique Budke (), preso no último dia 9 de setembro, acusado de chefiar organização criminosa que desviou R$ 15 milhões dos cofres municipais.

Trata-se de pedido liminar, ou seja, provisório. Isso significa que os demais desembargadores da 3ª Câmara Criminal ainda vão analisar o pedido para dar um ‘parecer final’.

Recentemente, o próprio magistrado negou pedidos de liberdade de outros implicados no esquema, como o PM (policial militar) maçom — e sócio oculto de empreiteira — Fábio André Hoffmeister Ramires.

Também tiveram pedido de liberdade negado o empreiteiro Arnaldo Santiago e Orlei Figueiredo Lopes.

Já a empreiteira Nádia Mendonça Lopes, dona da Lopes Construtora e Empreiteira Ltda., foi autorizada a ir para a prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica. O desembargador autorizou, para que ela possa cuidar dos filhos pequenos.

Em nota enviada à reportagem, a defesa de Henrique, representada pelo Julicezar Barbosa, manifestou respeito pela decisão proferida. “Mas seguirá buscando a liberdade pelos meios cabíveis”, informou.

Comprou imóveis e empresas com dinheiro de propina

Cinco dos presos faziam parte da mesma loja maçônica de Terenos: Genilton, Fábio André, Orlei, Henrique Budke e Hander. (Reprodução)

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Conforme o relatório de investigação ao qual o Jornal Midiamax teve acesso, Budke viu seu patrimônio declarado aumentar 691% entre as eleições de 2020 — a primeira que disputou — e de 2024 — na que se reelegeu.

Os investigadores cruzaram dados e levantaram que Henrique teria recebido cerca de R$ 611 mil em propinas.

Para o Gaeco, ao menos três bens do prefeito foram declarados com valores muito inferiores ao que realmente valem.

Exemplo citado na investigação é a Fazenda Ipê Amarelo, de 161 hectares, em Aquidauana, que ele declarou valer R$ 1,5 milhão — pagos à vista. No entanto, o valor de mercado da propriedade seria de R$ 4.356,017,67.

Para os investigadores, o enriquecimento vivenciado pelo prefeito era incompatível com suas funções. Assim, o Gaeco conclui que os valores recebidos como propina foram usados para aumentar o patrimônio de Henrique.

Além disso, ele também investiu em empresas, como a Resilix Ltda., da qual ele declarou ter apenas R$ 1 mil pela participação societária de 33%. “Parece ter recebido valores ilícitos, pois sofreu uma alteração exponencial em seu capital social“, diz o documento.

Logo, os investigadores descobriram que o capital social da empresa atingiu R$ 2.237,700,00. Ou seja, Budke seria dono de R$ 745,9 mil da empresa — e não de apenas R$ 1 mil como informado anteriormente.

Somado o valor real de mercado, o montante dos bens alcançaria em 2024 o montante real de R$ 6.141.948,18, o que indicaria crescimento de 691% em relação ao que foi declarado na eleição de 2020“, destaca outro trecho da investigação.

O prefeito foi preso durante a operação Spotless, junto de um policial militar do Choque, o terceiro-sargento Fábio André Hoffmeister Ramires. Além deles, outras 10 pessoas foram presas: Arnaldo Santiago, Sansão Inácio Rezende, Nadia Mendonça Lopes, Orlei Figueiredo Lopes, Genilton da Silva Moreira, Eduardo Schoier, Fernando Seiji Alves Kurose, Hander Luiz Corrêa Chaves, Sandro José Bortoloto e Valdecir Batista Alves.

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(Revisão: Dáfini Lisboa)

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