Em nota divulgada após a prisão do ex-vereador Claudinho Serra, na manhã desta quinta-feira (5), durante a 4ª fase da Operação Tromper, a defesa alega que não existem motivos para uma nova prisão. Claudinho chegou a ir para a prisão na 3ª fase, em abril de 2024, ficou 23 dias em reclusão e saiu com tornozeleira eletrônica.
“Cláudio Serra Filho está afastado da vida pública e não ocupa mais cargo político. Está sob monitoramento eletrônico, fazendo uso de tornozeleira desde 26/04/2024, ou seja, há 14 meses. Neste período, não foi comunicada a prática de crime e não houve violação das medidas cautelares. Não existem motivos para nova ordem de prisão”, diz o texto assinado pelo advogado Tiago Bunning.
Em março, houve a manutenção da medida cautelar. Assim, o ex-vereador e outros cinco envolvidos nos esquemas ficariam com o equipamento até novembro.
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As equipes do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) estiveram desde o começo da manhã na residência do ex-político, em prédio de luxo na região do Jardim dos Estados, em Campo Grande.
Ele acabou preso preventivamente, segundo agente do Gaeco. Além disso, o MP também cumpriu mandados de busca e apreensão, mas não foi revelado o que acabou apreendido. Claudinho volta para a cadeia pouco mais de um ano após a primeira prisão, em abril de 2024.
“[…] muito me espanta, depois de 14 meses, uma nova prisão, já que ele estava de tornozeleira. Não tem nenhuma violação, nada. Não foi comunicada nenhuma violação da tornozeleira, nenhum crime novo para ele praticar […] É isso que a gente vai contestar. Ele tá na tornozeleira há muito tempo”, havia dito Bunning logo após a prisão.

Esquema de Claudinho continuou após operações
O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) deflagrou a nova fase com três mandados de prisão e 29 de busca e apreensão, em Campo Grande e Sidrolândia, após descobrir que o esquema criminoso continuou mesmo após as fases anteriores.
A nova fase visa ao aprofundamento das investigações, que miram em fraude em licitações e contratos administrativos da Prefeitura de Sidrolândia.
Além disso, são contratos milionários com empresas atuantes no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica. Os contratos já identificados e objetos da investigação alcançam o montante aproximado de R$ 20 milhões.
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Entretanto, o grupo apurou que a organização criminosa permaneceu ativa mesmo após a deflagração das operações anteriores e a aplicação de medidas cautelares.
Nessa nova fase, reuniram-se diversos elementos que comprovam o pagamento de enormes quantias de propina a agentes públicos. Os crimes de ocultação e dissimulação da origem ilícita de valores provenientes dos crimes antecedentes também foram descobertos.
Claudinho Serra comandou esquema de corrupção
Além disso, o parlamentar é ex-secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia e está implicado nas investigações da 3ª fase da Operação Tromper, deflagrada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), com apoio do Gaeco.
Claudinho Serra e outros 22 viraram réus, em 19 de abril, após o juiz da Vara Criminal da comarca de Sidrolândia, Fernando Moreira Freitas da Silva, aceitar a denúncia apresentada pelo MPMS.
Ainda, investigações do Gecoc e delação premiada do ex-servidor Tiago Basso da Silva apontam supostas fraudes em diferentes setores da Prefeitura de Sidrolândia, como no Cemitério Municipal, na Fundação Indígena, abastecimento da frota de veículos e repasses para Serra feitos por empresários. Os valores variaram de 10% a 30% do valor do contrato, a depender do tipo de “mesada”.

Operação Tromper e fraudes em Sidrolândia
O esquema de corrupção sobre licitações da Prefeitura de Sidrolândia envolve empresários da cidade que fraudavam documentos das empresas concorrentes, para garantir que seriam as contratadas. Mesmo assim, sem estrutura, essas empresas terceirizavam os serviços pelos quais receberam milhões de reais do dinheiro público.
Conforme a peça que embasou a operação, o esquema de corrupção teria se iniciado em 2017. Desta forma, os empresários aproveitavam os CNPJs para participar das licitações, mesmo sem qualquer tipo de experiência, estrutura ou capacidade para executarem os serviços ou fornecimento nos contratos firmados.
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