O Ministério Público se manifestou a favor de liberar o delator da corrupção em Sidrolândia, o advogado Milton Matheus Paiva Matos, das restrições de recolhimento domiciliar noturno e de pernoitar na comarca do interior.
No documento apresentado à Justiça, a promotora de Justiça, Bianka M. A. Mendes, recomenda que o juiz libere Milton das citadas restrições, uma vez que, até o momento, não descumpriu nenhuma medida como comparecimento mensal em juízo e do próprio recolhimento domiciliar noturno.
Além disso, pesou o fato dele ter feito acordo de colaboração premiada. “O que cria vínculo processual reforçado entre ele e o Ministério Público/Juízo“, diz a promotora.
Matos é o segundo delator do esquema chefiado por Claudinho Serra (PSDB). Ele relatou vários crimes ao Gaeco contra grupo que envolve ex-secretários e até vereadores.
Para convencer o juiz, Milton cita que atua como advogado regularmente e que necessita viajar para trabalhar, além do fato de estar colaborando com as investigações, já que possui acordo de colaboração premiada homologada pela Justiça ainda vigente.
Milton era proprietário da 3M Produtos e Serviços LTDA, que teve o montante de R$ 532.735,60 bloqueados.
A primeira delação é de Thiago Basso da Silva, ex-chefe de licitações de Sidrolândia.
Agora, o pedido será analisado pelo juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva.
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Acusado de fraudar compra de carne para indígenas
A apuração do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) apontou que Milton Paiva e o ex-chefe de compras de Sidrolândia Tiago Basso teriam articulado a emissão de notas fiscais para compra de carne para indígenas, e os respectivos pagamentos, para fins pessoais e de terceiros, por meio da Prefeitura Municipal e da Fundação Municipal Indígena.
Na divisão de tarefas, o advogado Milton Paiva ficaria responsável pela gestão dos recursos vindos da Prefeitura para a Fundação Indígena, mesmo não tendo vínculo com a municipalidade, enquanto o servidor Tiago Basso seria o responsável pela arrecadação e pelo gerenciamento da propina.
Dados extraídos do celular de Milton Matos mostram uma planilha nomeada como “Financeiro” que faz menção em duas abas (Josimar, Claudinho) a valores que seriam destinados a Claudinho Serra e Tiago Basso da Silva.
Conforme investigação do MP, o grupo teria usado a empresa SH Informática (Taurus) para fazer o provável desvio de recursos da Fundação Indígena. Em uma troca de mensagens, Milton Paiva teria orientado como deveria ser feito o repasse para beneficiar Cláudio Serra Filho.
“O único problema é o Tiago querer ficar passando Taurus pro Cláudio através do Josimar, da Fundação Indígena, isso aí não dá, né, mas, exemplo, hoje tem cinquenta mil, se esses cinquenta mil ficasse quieto lá, todo mês fosse passando dez, passando quinze, beleza, rapidão mata”, diz o áudio.
Nova prisão de Claudinho Serra

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Claudinho foi preso no dia 5 de junho, junto do assessor Carmo Name Júnior e do empreiteiro Cleiton Nonato Correia (GC Obras), o único que continua preso. Serra saiu da prisão após ficar 105 dias atrás das grades.
O advogado Tiago Bunning, que representa Claudinho Serra, explicou que foram restabelecidas as mesmas medidas cautelares que o político estava cumprido anteriormente, como uso de tornozeleira e restrições para ficar em casa em determinados horários.
Relembre as prisões de Claudinho:
- Claudinho Serra é preso durante operação por suspeita de corrupção em esquemas
- Claudinho Serra volta para cadeia em nova fase da Operação Tromper em Campo Grande
Operação Tromper

Com as primeiras fases, a investigação identificou a organização criminosa voltada às fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura de Sidrolândia.
Então, o MPMS aponta na denúncia que o grupo criminoso agia para fraudar e direcionar licitações em Sidrolândia, favorecendo-se.
Com isso, desviava valores desses contratos para os investigados. Claudinho, então secretário de Fazenda do município, seria mentor e teria cooptado outros servidores. Assim, o ex-vereador e outros dois alvos de mandados de prisão foram presos na semana passada.
A 4ª fase da operação mirou mais de 20 pessoas ligadas à administração pública. A ação da 3ª Promotoria de Justiça de Sidrolândia, do Gecoc e do Gaeco cumpriu três mandados de prisão e 29 de busca e apreensão.
Aliás, a nova investida das autoridades contra o esquema de corrupção chefiado por Serra atingiu diretamente o núcleo familiar do político. O pai, Cláudio Jordão de Almeida Serra, e a esposa, Mariana Camilo de Almeida Serra — filha da ex-prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo —, foram indiciados.
Veja abaixo todos os réus na 4ª fase da Tromper:
- Claudio Jordão de Almeida Serra Filho (preso) – apontado como o chefe do esquema;
- Claudio Jordão de Almeida Serra – pai de Claudinho;
- Mariana Camilo de Almeida Serra – esposa de Claudinho;
- Carmo Name Júnior – assessor de Claudinho;
- Jhorrara Souza dos Santos Name – esposa de Carmo Name;
- Cleiton Nonato Correia (preso) – empreiteiro, dono da GC Obras;
- Thiago Rodrigues Alves – intermediário de propinas entre as empreiteiras GC/AR e grupo de Claudinho;
- Jéssica Barbosa Lemes – esposa de Thiago;
- Valdemir Santos Monção (Nanau) – ex-assessor parlamentar;
- Sandra Rui Jacques – empresária e esposa de Nanau;
- Edmilson Rosa – empresário;
- Ueverton da Sila Macedo (Frescura) – empresário;
- Juliana Paula da Silva – esposa de Ueverton;
- Rafael de Paula da Silva – cunhado de Ueverton.
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