Morador de rua que invadiu APP (Área de Preservação Permanente) em Campo Grande pode virar alvo de inquérito do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por construir um barraco e armazenar materiais de reciclagem no local.
Isto porque a 34ª Promotoria de Justiça de Campo Grande instaurou uma investigação para apurar a invasão da área pública – que também é protegida – na Vila Piratininga. Durante outros procedimentos para averiguar a situação, equipe da SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) encontrou um homem de 51 anos que invadiu a área, pois tinha perdido tudo para um agiota.
Tudo começou após moradores da região reclamaram ao MP que repetidas invasões na APP resultaram em problemas ambientais e sociais, como transmissão de doenças.
“Além da invasão em si, estamos enfrentando o problema do descarte irregular de pneus, o que representa um sério risco para o meio ambiente e atrai insetos transmissores de doenças, como o mosquito da dengue“, diz a denúncia.
Morador perdeu tudo para agiota
Ainda durante procedimento de Notícia de Fato, equipe da assistência social do Município encontrou o homem responsável pela invasão. Ele contou que mora no barraco há 12 anos, pois perdeu tudo para um agiota há 14 anos.
O morador relata que ficou em situação de rua durante cerca de 2 anos antes se se instalar na região. Ele chegou a procurar atendimento dos serviços da Assistência Social, mas disse que não conseguiu se adaptar ao acolhimento.
Comendo de marmita, o atual catador de materiais recicláveis se diz formado em administração desde 1989. O local não tem rede regular de energia e não possui abastecimento de água. Ele usa o barraco para se abrigar e guardar os materiais recicláveis que julga ter valor, como pneus.
Além disso, o morador afirma que só sai do local para sua casa própria. Com a instauração do inquérito civil, o MP vai ter que apurar a responsabilidade do caso e deve resolver a situação.
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