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Transparência

Ministro negou liberdade de acusados de desvios na educação alegando ‘fatos contemporâneos’

Voto vencido, magistrado pontuou que acusação de fraudes em licitações é grave
Gabriel Maymone -
Acusados na Malebolge ganharam liberdade após recursos no STJ. (Divulgação)

Voto vencido na Quinta Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça), o ministro Messod Azulay Neto proferiu pela manutenção da prisão de três acusados de desvios de uniformes na Prefeitura de , implicados na Operação Malebolge, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao ).

Ao todo, 11 pessoas — entre empresários, secretária de Finanças, filho de prefeito e servidores — foram presas durante a Operação Malebolge. A ação aconteceu em 18 de fevereiro, pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção).

Assim, Fernando Passos Fernandes, filho do prefeito de Rochedo, Fabrício da Silva, empresário que mantinha contrato com o Executivo, e Renato Franco do Nascimento, servidor com cargo na Diretoria de Licitações do município, foram liberados quatro meses após a prisão.

Relator do HC (habeas corpus) na Corte Superior, Neto justificou seu voto alegando que se trata de fatos graves e contemporâneos: “Os fatos são contemporâneos, além de serem concretamente graves, e a instrução processual está no início, sendo razoável manter a custódia, que poderá ser revista pela instância de primeiro grau em momento oportuno”.

Apesar das defesas alegarem que contratos com as empresas investigadas foram rompidos e os servidores envolvidos foram exonerados, o ministro pontuou que “os fatos são recentes, sendo que, em março deste ano, ainda estavam em vigor os contratos administrativos, e mesmo que estes contratos já não estejam mais em vigor e os servidores públicos tenham sido afastados dos cargos de confiança, não há um tempo excessivo da custódia cautelar”.

Leia também – STJ manda soltar empresários acusados de desviar R$ 10 milhões de merenda e uniformes em MS

Desvios de R$ 10 milhões

As investigações apuraram um esquema de desvios de R$ 10 milhões na saúde e educação nos municípios de Rochedo e Água Clara, ambos administrados pelo PSDB.

Todos eles foram presos em 18 de fevereiro, na deflagração da Operação Malebolge. Chegaram a ser soltos no início de março, após conseguirem liminar no  (Tribunal de Justiça de MS). Entretanto, a decisão acabou revogada depois, pela 3ª Câmara Criminal.

O Jornal Midiamax tentou contato com o prefeito de Rochedo, Arino Jorge (), para questionar sobre o afastamento dos servidores. Porém, até esta publicação, não houve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.

Consta no Portal da Transparência de Rochedo que Fernando e Renato mantinham cargo em comissão de assessoramento até janeiro. Entretanto, a partir de fevereiro (mês da operação), ambos foram remanejados para o cargo de assistência de administração, na Diretoria de Almoxarifado e Patrimônio.

Operação Malebolge

Segundo nota oficial, o grupo especial do MPMS apontou que empresário comandava esquema de fraudes em contratos ultrapassando os R$ 10 milhões, nos municípios de Água Clara, administrado por Gerolina Alves (PSDB), e Rochedo, cujo prefeito é Arino Jorge (PSDB).

Assim, as investigações apontaram que o esquema contava com pagamento de propinas a servidores para fraudar licitações, principalmente na área da Educação.

Por fim, “Malebolge”, termo que dá nome à operação, é uma referência à Divina Comédia, obra clássica de Dante Alighieri, que descreve a jornada de um homem pelos reinos do inferno, purgatório e paraíso.

Dentro do inferno, o “Malebolge” é a região onde punem os fraudadores e corruptos conforme a gravidade de seus pecados. 

Confira a lista de investigados:

  • Douglas Geleilaite Breschigliari – empresário, dono da D&B Comércio Atacadista de Confecções.
  • Mauro Mayer da Silva – empresário, dono da Zellitec Comércio e Serviços.
  • Izolito Amador Campagna Júnior – empresário, dono da I.A. Campagna Junior & Cia LTDA.

Rochedo

  • Celso Souza Marques – servidor municipal da área de Licitações.
  • Luciana Mendes Carneiro – empresária, dona da Iris & Lo Inf Store.
  • Fabrício da Silva – empresário, dono de um Cyber Café que prestaria serviços para a Prefeitura de Rochedo.
  • Renato Franco do Nascimento – servidor municipal, atua na Diretoria de Licitações.
  • Fernando Passos Fernandes – filho do prefeito Arino Jorge (PSDB) e servidor municipal da Diretoria de Licitações.

Água Clara

  • Denise Rodrigues Medis – secretária de Finanças de Água Clara (exonerada pós-operação).
  • Ana Carla Benette – servidora da Secretaria de Educação.
  • Jânia Alfaro Socorro – servidora da Secretaria de Educação.

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