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Transparência

Implicado em escândalo de corrupção, coordenador da Agraer tem retorno ao cargo liberado pela Justiça

Valdecir Batista Alves ficou preso por 24 dias, junto do prefeito (agora afastado) de Terenos, Henrique Budke (PSDB)
Gabriel Maymone -
Valdecir Batista Alves é acusado por corrupção em Terenos. (Reprodução)

Solto pelo STJ na sexta-feira (03), o coordenador da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), Valdecir Batista Alves, foi autorizado pela Justiça a retornar ao cargo.

Ele havia sido preso no dia 9 de setembro, no contexto da Operação Spotless, que revelou esquema de fraudou mais de R$ 15 milhões em contratos de obras em . Aliás, Valdecir foi secretário municipal de desenvolvimento Econômico, Agrário, Turismo e Meio Ambiente do município entre 2021 e 2023.

Ele e outras 15 pessoas, incluindo o prefeito (agora afastado) de Terenos, Henrique Budke (), foram presos acusados de integrar organização criminosa que desviou R$ 15 milhões do município do interior. O grupo fraudava licitações e também contratos de obras na cidade, entre 2021 e 2023.

Conforme publicação no Diário da Justiça, o desembargador Jairo Roberto de Quadros retirou a medida cautelar de Valdecir. “Retiro a cautelar de afastamento da função pública na AGRAER em relação a Valdecir
Batista Alves
“.

Por outro lado, o magistrado reforçou proibição de participar de processos licitatórios, de contratar e de renovar contratos com o Poder Público aos investigados – e suas respectivas empresas e/ou pessoas jurídicas de todos os investigados, incluindo Valdecir.

Confira a relação completa de presos:

  • Henrique Wancura Budke, prefeito que pediu afastamento após a operação;
  • Arnaldo Santiago, empreiteiro;
  • Cleberson José Chavoni Silva, empreiteiro;
  • Eduardo Schoier, empreiteiro;
  • Fábio André Hoffmeister Ramires, terceiro-sargento da PM;
  • Fernando Seiji Alves Kurose, empreiteiro;
  • Genilton da Silva Moreira, empreiteiro;
  • Hander Luiz Correa Grote Chaves, empreiteiro;
  • Isaac Cardoso Bisneto, ex-secretário de Obras;
  • Leandro Cícero Almeida de Brito, engenheiro;
  • Nadia Mendonça Lopes, empreiteira;
  • Orlei Figueiredo Lopes, ‘testa de ferro’ do prefeito, enviado para receber propinas;
  • Sandro José Bortoloto, empreiteiro;
  • Sansão Inácio Rezende, empreiteiro;
  • Tiago Lopes de Oliveira, ex-chefe de gabinete;
  • Valdecir Batista Alves, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico e diretor na Agraer

Prisão do coordenador da Agraer

O Gaeco apurou que Valdecir tinha estreita relação com o empreiteiro Sandro Bortoloto, da Angico, que foi quem o aproximou do então prefeito recém-eleito — em 2021 —, Henrique.

Conversas interceptadas pelo Gaeco revelaram que, após uma reunião com o prefeito, Valdecir disse que o empreiteiro deveria arcar com o conserto de um veículo, que ficou em R$ 1.450.

Depois, o então secretário pediu para Sandro apagar as mensagens.

As investigações revelaram que Valdecir agia como um intermediador do prefeito Henrique. Em uma situação, por exemplo, o prefeito diz ao empreiteiro que Valdecir lhe passaria um serviço de dedetização de 10 escolas, antes mesmo do processo licitatório.

O relatório de investigação do Gaeco aponta que, mesmo após deixar o cargo na prefeitura, em 2023, Valdecir atuou na coordenadoria regional da Agraer de , mas que continuava mantendo contato com os investigados.

Trecho do relatório destaca: “Então, conforme ponderado na investigação, os tentáculos do grupo, de dentro da Administração Municipal de Terenos/MS, e o tráfico de influência resultante, alcançariam empresários que estivessem à mercê do pagamento de propinas, com a garantia de que obras públicas seriam direcionadas às suas pessoas jurídicas, em detrimento da competitividade licitatória”.

Prefeito comprou imóveis e empresas com dinheiro de propina

Prefeito de Terenos, Henrique Budke. (Foto: Reprodução, Redes Sociais)

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Conforme o relatório de investigação ao qual o Jornal Midiamax teve acesso, Budke viu seu patrimônio declarado aumentar 691% entre as eleições de 2020 — a primeira que disputou — e de 2024 — na que se reelegeu.

Os investigadores cruzaram dados e levantaram que Henrique teria recebido cerca de R$ 611 mil em propinas.

Para o Gaeco, ao menos três bens do prefeito foram declarados com valores muito inferiores ao que realmente valem.

Exemplo citado na investigação é a Fazenda Ipê Amarelo, de 161 hectares, em Aquidauana, que ele declarou valer R$ 1,5 milhão — pagos à vista. No entanto, o valor de mercado da propriedade seria de R$ 4.356,017,67.

Para os investigadores, o enriquecimento vivenciado pelo prefeito era incompatível com suas funções. Assim, o Gaeco conclui que os valores recebidos como propina foram usados para aumentar o patrimônio de Henrique.

Além disso, ele também investiu em empresas, como a Resilix Ltda., da qual ele declarou ter apenas R$ 1 mil pela participação societária de 33%. “Parece ter recebido valores ilícitos, pois sofreu uma alteração exponencial em seu capital social“, diz o documento.

Logo, os investigadores descobriram que o capital social da empresa atingiu R$ 2.237,700,00. Ou seja, Budke seria dono de R$ 745,9 mil da empresa — e não de apenas R$ 1 mil como informado anteriormente.

Somado o valor real de mercado, o montante dos bens alcançaria em 2024 o montante real de R$ 6.141.948,18, o que indicaria crescimento de 691% em relação ao que foi declarado na eleição de 2020“, destaca outro trecho da investigação.

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