Governo de MS prorroga contrato no valor de R$ 11,7 milhões com empresa investigada por corrupção
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O governo de Mato Grosso do Sul, por meio da secretaria estadual de Saúde, anunciou nesta segunda-feira (17), via Diário Oficial, um termo aditivo em que se compromete a repassar R$ 11.760.240,00 à Isomed Diagnósticos Ltda. A empresa é investigada há pelo menos dois anos e três meses por suspeitas de fraude em licitação promovida pelo Estado.
Em novembro de 2023, a empresa em questão, que locava equipamentos médicos e hospitalares ao Estado foi alvo de investigação tocada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e o Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).
Entre os implicados na eventual trama apareciam empresários, servidores públicos e até um funcionário do alto escalão da Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais).
Dez dias depois da Off Turn, como ficou conhecida a operação conduzida pelo MPMS, a justiça mandou libertar os encarcerados.
Pela apuração, os envolvidos nas supostas fraudes em licitações, citados em relatório do MPMS como integrantes de organização criminosa, poderiam ser investigados por corrupção ativa, fraude em licitações e ainda lavagem de dinheiro.
Investigadores do caso informaram, à época, que o esquema teria dado um prejuízo de ao menos R$ 70 milhões aos cofres estaduais.
Dinheiro extra
O dinheiro anunciado nesta segunda pelo Diário Oficial a ser repassado à empresa Isomed, diz o publicado, “tem como objeto a prestação de serviços médico hospitalar”.
Os milhões de reais devem ir para a conta da empresa a partir deste mês de fevereiro até o início ao próximo ano.
O chamado termo aditivo é legal e aplicado para atualizar ou ajustar os termos do acordo inicial.
O Midiamax tentou ouvir o Estado por meio da assessoria de imprensa, mas até a publicação deste texto não havia tido respostas. Assim que houver manifestação, o material será reajustado.
A ideia era a de saber se o recurso extra a ser repassado pode ser feito mesmo se a empresa beneficiada for alvo de investigação.