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Transparência

Foragido, despachante que implicou políticos com escândalo no Detran-MS muda defesa

Inicialmente, defensores estudam pedir revogação da preventiva; comenta-se ainda a possibilidade de uma delação premiada
Celso Bejarano -
David é réu em outra ação por fraude no Detran e está foragido desde a operação policial | (Reprodução)

Recém contratados pelo despachante David Cloky Hoffaman Chita, há nove meses por suspeitas de fraudes contra o Detran de , os advogados André Borges Netto e Vander Ricardo Gomes de Oliveira Almeida preparam novas estratégias para defender o implicado.

“David tem muito a esclarecer. É experiente no setor. Muitos anos como despachante. Se submeterá à lei e ao Judiciário. Espera ser tratado com justiça e moderação”, disse André Borges, idealizador do renomado André Borges Advocacia, escritório já há mais de três décadas no mercado.

O despachante aparece como suposto integrante do esquema de fraude desde a operação Miríade, em junho de 2023, perto de dois anos atrás.

Investigadores da Polícia Civil, que tocaram a investida policial, informaram à época que determinados servidores públicos seriam responsáveis por inserir dados falsos no sistema do Detran de MS. A operação cumpriu mandados nas cidades de Campo Grande, Rio Negro, e .

DELAÇÃO

“Estamos estudando os vários processos. Devemos no início lidar com o tema da liberdade dele. Divulga-se que ele quer fazer delação premiada: não é o que nos disse. Ele aguarda nossas orientações e possibilidades de defesa, para avaliar se entregar”, afirmou André Borges.

Há, contra o despachante um mandado de prisão preventiva, aquele que não tem data definida para expirar. Antes, os ex-advogados do foragido tentaram convencer o STJ (Superior Tribunal de Justiça) a revogar o pedido de prisão de David Chita, que negou o recurso. O despachante é tido como foragido desde o dia 12 de junho do ano passado.

André Borges agora atua na defesa de David Chita | (reprodução)

De acordo com os investigadores da trama, David Chita seria o líder das eventuais fraudes que consistiam em liberar de modo ilegal as restrições administrativas de veículos. Em troca disso, os servidores envolvidos recebiam propina.

Tal esquema foi descoberto dentro do próprio Detran a partir de relatos de um um servidor do órgão que não atuava no grupo.

David, sustenta a investigação, teria uma relação amorosa com uma ex-servidora do Detran, que recebia mimos dele como iPhone, eletrônicos, joias e quantia via Pix.

MPMS NA COLA

Conforme noticiado ontem, sábado, 22, pelo Midiamax, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) rebateu a defesa de quatro réus acusados de fraude no sistema do Detran-MS para esquentar documentação de veículos com restrições.

Em manifestação à Justiça, a promotoria reforça pedido de condenação do grupo.

De acordo com a denúncia são réus no processo: o ex-gerente da agência de Rio Negro – onde as fraudes eram realizadas -, Gênis Garcia Barbosa, o despachante David Cloky Hoffaman Chita, e os ex-servidores Eufrásio Ojeda e Abner Aguiar Fabre.

Tudo foi investigado na Operação Miríade, que revelou esquema para esquentar documentação de veículos com restrições. Tratou-se de uma de várias ações para combater fraudes no órgão, mas que nunca chegaram aos ‘cabeças’ das operações.

Do grupo, Gênis encontra-se preso no Instituto Penal de Campo Grande. Já o despachante David está foragido desde junho do ano passado, quando a polícia não o encontrou para cumprir mandado de prisão preventiva.

Então, o promotor de Justiça, Adriano Lobo Viana de Resende, rebateu a tese da defesa dos acusados, de que a denúncia estaria sem embasamento legal, já que alegam não terem sido citados. “Há, no presente caso, a incidência da Súmula n. 330/STJ, a qual dispensa a resposta preliminar de que trata o artigo 514 do Código de Processo Penal quando a ação penal é precedida de inquérito policial […] desse modo, diante da inexistência de efetivo prejuízo, não há se falar em cerceamento de defesa e, portanto, na nulidade da decisão que recebeu a denúncia”, conclui o MP.

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