Pai e três irmãos que anualmente colocavam fogo em vegetação para criação de pasto para o gado, em Corumbá, os quais viralizaram há um ano, por causar uma ‘muralha de fogo’ durante a tradicional Festa de São João, tiveram R$ 40 milhões em bens bloqueados pela Justiça Federal.
Após operação da Polícia Federal mirar na família por conta do incêndio que margeou o Rio Paraguai por dias, o MPF (Ministério Público Federal) contabilizou um dano ambiental no valor de R$ 40.770.358,55 por falta de serviços ecossistêmicos.
Conforme os autos do processo que corre na esfera federal, pai e filhos angariaram irregularmente cadastro da Iagro-MS (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), usufruindo de áreas particulares e da União para criar gado.
Além disso, laudo pericial determinou ponto de ignição em 1º de junho de 2024 no interior de duas propriedades de uso da família em questão. “Desse modo, resta evidente que os requeridos são os responsáveis pelo incêndio com vistas a facilitar o manejo de bovinos, estes criados ilicitamente em área pertencente à União”, diz decisão judicial.
Além do incêndio, a família cometia outros crimes ambientais, inclusive que favoreciam a poluição do Rio Paraguai. O rancho fica inserido totalmente em APP (Área de Preservação Permanente) do rio e encontra-se próximo de ponto de captação de água para o abastecimento de Corumbá.
Instalações precárias da propriedade impedem a regeneração natural da vegetação local. Assim, provoca danos pelos lançamentos de esgoto e lixo, o que aumenta o risco de contaminação do solo e do Rio Paraguai. Consequentemente, a água contaminada pode acabar indo para os corumbaenses, caso eventualmente haja falha no tratamento.

Muralha de fogo pintou a paisagem
Vídeo do incêndio que atingiu o Pantanal, publicado em uma rede social mostrando o contraste da realidade da cidade de Corumbá, chamou atenção. Enquanto as chamas consumiam a vegetação em uma margem do Rio Paraguai, do outro lado, a população da cidade aproveitava o tradicional arraial.
A celebração acabou sendo alvo de críticas na internet, porque o fogo consumindo a mata mostra o contraste entre a tragédia ambiental e a diversão.
“Nem precisaram fazer fogueira”, comentou um dos internautas, Jullio Cardia. Outro comentário disse: “um misto de Titanic com [o filme] ‘Não olhe pra cima’”, afirma Mariana Glasner.
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