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Transparência

Ex-chefe de licitações do governo de Reinaldo pode ser condenado por rombo de R$ 6,3 milhões no HRMS

Ex-servidores e empresários foram denunciados por fraude em pregões eletrônicos para compra de reagentes para o hospital
Gabriel Maymone -
Processo sobre corrupção no HRMS está próximo de sentença (Jornal Midiamax)

Ex-chefe de licitações durante o governo de Reinaldo Azambuja (), Marcus Vinícius Rossettini de Andrade Costa está implicado em diversos esquemas de . Um deles ‘caminha’ para sentença.

A ação foi impetrada em 2019, após denúncia do MPMS (Ministério Público de ), que acusa Rossettini de agir em conluio com o ex-coordenador de licitações, José Roberto Scarpin Ramos, e os empresários Luiz Antônio Moreira de Souza e Michaela Ximenes Castellon, da Neo Line Produtos e Serviços Hospitalares (atual Novos Ciclos Produtos e equipamentos para Saúde Ltda), além de Carlos Almeida Araújo e Mauro Raup Estrela, da Lab Pack Produtos Hospitalares.

Assim, o MP aponta que R$ 6,3 milhões teriam sido desviados de dois contratos firmados a partir de uma licitação com suspeita de fraude, em 2016.

Em maio, a Justiça realizou audiência para ouvir os réus. Após a sessão, o juiz Ariovaldo Nantes Corrêa abriu prazo para as alegações finais, que são a última chance que as partes têm para apresentar suas defesas diante de tudo o que foi juntado no decorrer do processo.

Após essa fase, o juiz irá analisar tudo para proferir uma sentença.

A primeira parte a apresentar alegações finais foi o MP, autor da ação.

Desviaram valores astronômicos, diz promotor

Trecho da manifestação do MP pedindo condenação dos réus (Reprodução)

Então, conforme manifestação assinada pelo promotor de Justiça Adriano Lobo Viana de Resende, o grupo desviou “valores astronômicos, que deveriam ter sido investidos nesta área que tanto carece de melhoria. Tal grave ilícito não pode passar desapercebido pelos olhos do poder judiciário”.

Dessa forma, o representante do MP aponta que o processo possui farta documentação comprovando as fraudes. “A ilicitude é manifesta, inclusive contando com fartas provas documentais da fraude. A atuação dos requeridos demonstra verdadeiro descaso aos cidadãos”.

Portanto, o MPMS pede a perda dos bens dos implicados em R$ 6,3 milhões pelas supostas fraudes, assim como o ressarcimento integral do dano. Além disso, se condenados, podem ter direitos políticos suspensos de oito a dez anos. Também foi solicitado o pagamento de multa civil de três vezes o valor do acréscimo patrimonial e dano.

Por fim, as empresas podem perder o direito de contrato com o Poder Público ou receber benefícios, ou incentivos fiscais por dez anos.

Como funcionava o esquema

Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (Arquivo, Jornal Midiamax)

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Segundo o Ministério Público, o Estado adquiriu um equipamento analisador de bioquímica, modelo Dimension, da marca Dade Behring. A marca é incorporada à Siemens Healthineers, que já operava na realização de exames no HRMS.

Este equipamento funciona com sistema de exclusividade, ou seja, “somente permite a utilização de reagentes da mesma marca”, da Siemens Healthineers. Assim, por vários anos seguidos, a empresa Neoline Produtos e Serviços Hospitalares Ltda manteve sucessivos contratos com o Estado para fornecer os reagentes específicos para a máquina.

Segundo as investigações, eles se beneficiaram pelo fato de ser a única fornecedora da marca Siemens Healthineers em MS. O equipamento pertencia à própria empresa que fornecia os reagentes, a Neo Line Produtos e Serviços Hospitalares. “Mantendo-se, desta forma, mediante fraude, a justificativa para a exclusividade da marca de reagente”, defende o MPMS.

Nos autos, o Ministério também explica a dinâmica das supostas fraudes nas licitações. A Neoline e a Lab Pack do Brasil Produtos Hospitalares participavam dos processos licitatórios separadamente.

Contudo, vale lembrar que uma é interligada com a outra. Assim, colocavam valores próximos e a Neoline mantinha os preços mais baixos.

Ex-chefe de licitações de Reinaldo é elo entre esquemas de corrupção

Marcus Vinícius atuou na gestão de Azambuja em 2017 e 2018. (David Majella, Arquivo, SAD)

Marcus Vinícius Rossettini de Andrade Costa aparece em processos por desvios na educação e no HRMS durante período em que foi chefe de licitações na gestão de Reinaldo (2015-2023).

Além disso, também é réu na Operação Tromper, já que foi ‘escalado’ por Claudinho Serra (PSDB) para coordenar licitações em , durante administração da ex-prefeita Vanda Camilo, sogra de Serra.

Inclusive, o Jornal Midiamax revelou conversas entre os dois em que Serra diz a Marcus que ele ‘já é do time’ e que ‘não abandona parceiro por nada’. Ele chegou a ser preso em abril de 2024, na terceira fase da operação. Atualmente, usa tornozeleira eletrônica.

Aliás, a servidora Andréa Cristina Souza Lima, que fazia licitações na SED e foi implicada pela PF (Polícia Federal) por receber propina de até R$ 50 mil de empresários, também foi nomeada pelo ex-governador. O Jornal Midiamax mostrou como a professora convocada, que ganhava R$ 3.533,40, passou a ganhar R$ 11.739,20 com Reinaldo.

Como secretário especial e superintendente de Gestão de Compras e Materiais, Marcus Vinícius acolhia o parecer e acatava os recursos no mesmo dia da emissão do parecer. O modus operandi se repetiu em algumas ocasiões.

Além disso, Marcus também já teria respondido por suspeitas de fraudes em licitações enquanto servidor público em Jardim, entre 2009 e 2010.

A reportagem acionou a defesa de Marcus para se manifestar sobre as acusações, mas não obteve retorno até esta publicação. Porém, o espaço segue aberto para posicionamento.

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