O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) reduziu em quase 300 hectares o espaço do Assentamento Esperança, em Anaurilândia, conforme publicado no DOU (Diário Oficial da União) nesta semana.
Processo administrativo corria na União e o órgão decidiu regularizar a retificação das informações no Projeto de Assentamento Esperança. Assim, diminui a área de 4.074,5600 hectares do local para 3.782,4838 ha (hectares/área).
Em Mato Grosso do Sul, atualmente, 12.980 pessoas aguardam um pedaço de terra destinado pelo Incra. O Estado não registra a criação de novos assentamentos rurais efetivos ao menos desde o início do atual governo de Lula (PT), gerando expectativa em centenas de famílias.
Menos famílias no assentamento
O assentamento se originou do imóvel rural chamado de Fazenda Esperança. Os moradores da área a utilizam para exploração individual, dedicando-se a trabalhar na terra em atividades familiares e societárias. Entretanto, o Incra também reduziu o número da capacidade do assentamento, de 270 famílias para 236.
Recentemente, representando mais de 2,8 mil dessas famílias acampadas, uma comitiva da Femams (Frente dos Movimentos Agrários do MS) esteve em Brasília em busca de respostas e, principalmente, ações concretas do Governo Federal.
A comitiva se reuniu com representantes do Incra nacional, do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) e da Câmara de Conciliação Agrária, além de movimentos sociais de outros 19 estados.

Análise de novos pedaços de terra
No município, o presidente da AFBLA (Associação das Famílias Bonitenses pela Luta da Reforma Agrária), Nei Sanches, afirma que a maioria dos acampados nasceu e cresceu no campo, tem profundo conhecimento de agricultura familiar e deseja produzir alimentos e gerar renda de forma sustentável.
“Nosso povo não está pedindo favor, está reivindicando direito. Sabemos que há grandes áreas de devedores da União em nossa região, com terra parada, enquanto famílias dormem debaixo de lona. Reforma agrária não é caridade — é justiça social e desenvolvimento local”, reforça Nei.
Entre as áreas mais polêmicas, está a Fazenda Aruanã/Mutum, com aproximadamente 2.053 hectares, segundo dados do Sigef (Sistema de Gestão Fundiária do Incra).
O Incra alega que estudos preliminares indicaram baixa viabilidade para implantação de projetos de assentamento nos latifúndios da seita coreana, devido, sobretudo, ao “solo ruim”. Mesmo assim, não descarta novas análises das terras.
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