A empresa Conect Construções (13.763.559/0001-15), alvo da Operação Spotless na terça-feira (9), tem sede em uma casa que pertence ao prefeito de Terenos, Henrique Budke (PSDB). O dono da empresa, Eduardo Schoier, e Budke estão entre os 14 presos.
Em 2024, na declaração de bens apresentada à Justiça Eleitoral para a campanha de reeleição, o prefeito declarou ter uma casa no bairro Camilo Boni, onde já morou, como sede da empresa dele, Cerrado Engenharia Ambiental.
A Conect tem como sede registrada na Receita Federal o mesmo endereço de Budke. A empresa tem como atividade “instalação e manutenção elétrica”. Além disso, a residência é a atual moradia de Schoier.
Empresa tem contratos de R$ 4,3 milhões
Desde 2014, a Conect tinha contratos com a prefeitura de Terenos. Henrique Budke está no cargo desde 2021.
No total, a empresa soma dez transações com o município, que chegam a R$ 4,3 milhões. Metade delas foram feitas na gestão do tucano.
Os contratos anteriores ao mandato de Budke somam R$ 1.419.999,98. Já as transações feitas após a eleição dele totalizam R$ 2.901.003,82.
A transação de maior valor é de R$ 877.811,47. Esse contrato valeu entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2025 para a prestação de serviços continuados de operação e manutenção da iluminação pública, com fornecimento de mão-de-obra e materiais.
O único contrato em vigor com a Conect foi assinado em 25 de julho deste ano, sendo válido até 2026. A empresa foi contratada para realizar serviços de manutenção corretiva e preventiva de semáforos.
Prefeito de Terenos chefiava esquema de fraude em licitação
Henrique Budke é apontado como líder da organização criminosa alvo da Operação Spotless, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), nesta terça-feira, 9 de setembro.
A investigação apontou que o grupo liderado por Budke tinha núcleos com atuação bem definida. Servidores públicos fraudaram disputa em licitações, a fim de direcionar o resultado para favorecer empresas.
Os editais foram elaborados sob medida e simulavam competição legítima. Somente no último ano, as fraudes ultrapassaram os R$ 15 milhões.
O esquema ainda pagava propina para agentes públicos que atestavam falsamente o recebimento de produtos e de serviços, bem como aceleravam os processos internos para pagamentos de contratos.
A Operação Spotless foi deflagrada a partir das provas da Operação Velatus, que foi realizada em agosto de 2024. O Gaeco e Gecoc obtiveram autorização da Justiça e confirmaram que Henrique Budke chefiava o esquema de corrupção.
Spotless é uma referência à necessidade de os processos de contratação da administração pública serem realizados sem manchas ou máculas. A operação contou com apoio operacional da PMMS (Polícia Militar de MS), por meio do BPCHq (Batalhão de Choque) e do Bope (Batalhão de Operações Especiais).
Sabe de algo que o público precisa saber? Fala pro Midiamax!
Se você está por dentro de alguma informação que acha importante o público saber, fale com jornalistas do Jornal Midiamax!
E você pode ficar tranquilo, porque nós garantimos total sigilo da fonte, conforme a Constituição Brasileira.
Fala Povo: O leitor pode falar direto no WhatsApp do Jornal Midiamax pelo número (67) 99207-4330. O canal de comunicação serve para os leitores falarem com os jornalistas. Se preferir, você também pode falar com o Jornal direto no Messenger do Facebook.