Encerrada às 16 h deste domingo (17), as eleições gerais bolivianas devem ser decididas somente no segundo turno, conforme os resultados de boca. Conforme levantamento divulgado hoje pela emissora Unitel TV, o senador centrista Rodrigo Paz, do Partido Democrata Cristão (PDC), aparece na frente com 31,3% dos votos.
Em segundo lugar, o ex-presidente conservador Jorge “Tuto” Quiroga, da coalizão Alianza Libre, que soma 27,3% na preferência do eleitorado. Ou seja, diferença que não seria suficiente para garantir a vitória no primeiro turno, em 19 de outubro.
Na Bolívia, um candidato vence no primeiro se obtiver mais de 50% dos votos válidos ou se tiver pelo menos 40% com uma vantagem mínima de dez pontos percentuais sobre o segundo colocado.
A reportagem do g1 lembra que o resultado preliminar confirma previsões de eleição acirrada, em cenário marcado pelos efeitos da crise institucional e das mudanças de poder que a Bolívia enfrentou nos últimos anos.
O país vizinho vive grave crise econômica, política e social. A cúpula do partido governista Movimiento al Socialismo (MAS) está dividida entre o presidente Luis Arce e o ex-presidente Evo Morales, que foi impedido de concorrer.
Nesta manhã, o candidato da esquerda Andrônico Rodrigues foi atacado com pedras após votar. Entre alguns episódios sem muita gravidade, autoridades eleitorais avaliaram uma votação com tranquilidade e normalidade, sem grandes tumultos ou interrupções.
Cenários político e econômico caóticos
Os bolivianos convivem com inflação alta, escassez de combustíveis e divisas, além de longa filas para comprar alimentos e medicamentos. Esta é considerada a pior crise enfrentada em décadas. Problemas como esses que reforçam o sentimento de insatisfação popular, que leva grande parte da população a buscar alternativas ao governo do MAS, o que alimentou as forças de centro e direitas no pleito.
Rodrigo Paz Pereira: tem 55 anos, é senador e filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora, que governou a Bolívia entre 1989 e 1993. De trajetória política marcada pelo diálogo e pelo perfil conciliador, Paz se consolidou como uma figura de centro no cenário boliviano. Antes de chegar ao Senado, foi prefeito de Tarija, no sul do país, onde ganhou destaque por defender pautas de gestão moderna e responsabilidade fiscal.