Acusado pelo Gaeco de embolsar cerca de R$ 611 mil em propinas somente entre 2021 e 2023, o prefeito (afastado) de Terenos, Henrique Budke (PSDB) cobrava altos valores de propina de empreiteiros que integravam organização criminosa intitulada ‘farra das empresas convidadas’.
Conforme conversa interceptada pelo Gaeco entre os empreiteiros Sandro Bortoloto (Angico) e Cleberson Chavoni (Bonanza) revela que o grupo se assustava com os valores exigidos por Budke para liberar contratos ao grupo.
No trecho da conversa que os dois tiveram no dia 15 de agosto de 2022, Sandro procura o colega que também integra o que eles chamam de ‘parceria dos meninos de Terenos’ para pedir ajuda para pagar a propina.
Sandro – “me ajuda resolver esse ai” – e manda print da conversa com o prefeito Henrique
Cleber – “Quanto?
Sandro – “61”
Cleber – “eita pega”
Sandro – “kkkk”
No relatório de investigação, o Gaeco detalha: “CLEBERSON expressamente pergunta sobre o valor estipulado pelo Prefeito HENRIQUE a título de propina (<Quanto?=), pelo que, para a surpresa do empresário, SANDRO lhe esclarece que foi de R$ 61.000,00 (sessenta e um mil reais), assustando literalmente CLEBERSON (<Eita pega=) e, acima de tudo, escancarando a corrupção passiva praticada por HENRIQUE, no caso”.

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Pressão para receber propina
Não bastasse exigir altos valores para liberar pagamentos de contratos de obras públicas, o prefeito Henrique Budke inicia cobrança da propina dois dias após a conversa com o empreiteiro.
E, no dia seguinte, volta a cobrar o pagamento. “Nota-se que as cobranças de HENRIQUE não se dão de forma direta, mas suas mensagens, iniciando uma conversa sem contexto prévio, sem justificativa, sem conclusão de assunto, deixam claro ao empresário SANDRO que o Prefeito espera o acerto ilícito”.
Então, o Gaeco aponta que “Como se percebe, o valor de propina solicitado por HENRIQUE, no caso, foi alto, e os empresários enfrentaram dificuldades em levantar o montante para satisfazer o líder da organização criminosa, algo importante para se manter o esquema de pé”.
Confira a lista dos 26 denunciados por corrupção em Terenos
- Henrique Budke (PSDB), prefeito afastado de Terenos
- Arnaldo Glagau (PSD), vereador e empresário
- Arnaldo Santiago, empresário
- Cleberson José Chavoni Silva, empresário
- Daniel Matias Queiroz, empresário
- Edneia Rodrigues Vicente, empresária
- Eduardo Schoier, empresário
- Fábio André Hoffmeister Ramires, policial militar e empresário
- Felipe Braga Martins, empresário
- Fernando Seiji Alves Kurose, empresário
- Genilton da Silva Moreira, empresário
- Hander Luiz Correa Grote Chaves, empresário
- Isaac Cardoso Bisneto, ex-secretário municipal de Obras e Infraestrutura
- Leandro Cícero de Almeida Brito, engenheiro
- Luziano dos Santos Neto, empresário
- Maicon Bezerra Nonato, servidor público municipal
- Marcos do Nascimento Galitzki, empresário
- Nádia Mendonça Lopes, empresária
- Orlei Figueiredo Lopes, comerciante
- Rinaldo Córdoba de Oliveira, empresário
- Rogério Luís Ribeiro, empresário
- Sandro José Bortoloto, empresário
- Sansão Inácio Rezende, empresário
- Stenia Souza da Silva, empresária
- Tiago Lopes de Oliveira, empresário
- Valdecir Batista Alves, empresário

Assim, o chefe do MPMS pede que Budke se torne réu por organização criminosa e crime de frustração do caráter competitivo de licitação. Todos os outros réus ainda foram denunciados pelo crime de frustração do caráter competitivo de licitação.
O prefeito afastado ainda pode responder por corrupção passiva e lavagem de capitais. Orlei também foi denunciado por lavagem de capitais.
Já por organização criminosa foram denunciados Arnaldo Glagau, Arnaldo Santiago, Cleberson, Eduardo, Fábio, Fernando, Genilton, Hander, Isaac, Leandro, Nádia, Orlei, Rinaldo, Rogério, Sandro, Sansão, Tiago e Valdecir.
Ainda foram denunciados por corrupção ativa Cleberson, Felipe, Luziano e Sandro. Por corrupção passiva, podem se tornar réus Eduardo, Isaac e Orlei.
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