Pular para o conteúdo
Transparência

Com superlotação, fila para procedimentos e falta de médicos, HRMS continua sob investigação

Decisão do Conselho Superior do Ministério Público de Mato Grosso do Sul decidiu por manter as investigações
Vinicios Araujo -
Hospital Regional ( Ana Laura Menegat, Midiamax)

Apesar da FUNSAU (Fundação Serviços de Saúde do Estado De Mato Grosso do Sul) ter se comprometido a reforçar a equipe médica do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), o Conselho Superior do Ministério Público Estadual decidiu não homologar o arquivamento do inquérito civil que apura a insuficiência de socorristas e emergencistas na unidade. 

A decisão unânime dos conselheiros, divulgada no Diário Oficial desta quarta-feira (21), mantém em aberto o Inquérito Civil n. 06.2023.00000379-4, instaurado pela 32ª Promotoria de Justiça da Saúde de .

O voto do relator, conselheiro Silasneiton Gonçalves, destaca que as diligências ainda não foram esgotadas. A promotoria havia apresentado o pedido de arquivamento com base no entendimento de que a situação estava sendo resolvida. No entanto, a vistoria técnica mais recente, de agosto de 2024, revelou uma realidade ainda crítica na assistência médica da unidade.

Segundo o Relatório de Vistoria Técnica n. 90/2024, anexado aos autos, “as escalas médicas apresentam déficit atual de 10 profissionais com carga horária de 12 horas e um profissional com carga horária de 06 horas para o pronto atendimento de pacientes adultos, associado a um déficit de 8 profissionais com carga horária de 12 horas para o pronto-atendimento pediátrico para completar as escalas”.

A vistoria ainda constatou superlotação e precariedade no atendimento no Pronto-Socorro. Foi verificado uma grande quantidade de pacientes sendo atendidos, ou aguardando cirurgias e procedimentos, nos corredores da instituição. 

“Alguns pacientes aguardavam, por cirurgia de colecistectomia por exemplo, há cerca de uma semana, e outros estavam agendados somente para semana seguinte”, relata o documento. 

Na área vermelha, onde há 6 leitos, estavam internados 19 pacientes graves, “sem espaço para circulação dos profissionais”.

Contratações insuficientes

A FUNSAU informou à ter nomeado 5 novos médicos socorristas concursados em outubro de 2024 e outros 5 em janeiro de 2025, totalizando 10. No entanto, não houve contratação de pediatras, e a instituição reconheceu que “após a realização do último certame, restou evidenciado que a quantidade de vagas ofertadas era inferior à real necessidade do hospital”.

Embora o hospital afirme que “as escalas vagas são preenchidas com plantões extraordinários, de modo que os pacientes não ficam desassistidos”, o Conselho entendeu que a adoção de horas extras não resolve o problema estrutural de pessoal. Também há preocupação com a sobrecarga dos profissionais.

Diante do impasse, o Conselho determinou a realização de nova vistoria técnica para verificar se a contratação dos profissionais supriu realmente a demanda. 

“Imperioso realizar nova vistoria técnica para apurar se, de fato, as atualizações no quadro de profissionais do hospital regional estão sendo suficientes para atender à demanda do pronto-atendimento do HRMS (adulto e pediátrico)”, diz o voto do relator.

Com a decisão, o inquérito segue em trâmite até que todas as medidas sejam efetivamente implementadas e comprovadas.

Iniciativa privada deve assumir em breve

No dia 8 de maio, o governador Eduardo Riedel (PSDB) declarou que a próxima entidade a ser direcionada ao comando da iniciativa privada deve ser o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. A fala ocorreu logo após a concessão bilionária da Rota da Celulose, na B3.

“Nós temos preparado para esse ano, ainda na área social de saúde, o Hospital Regional que nós queremos duplicar a capacidade desse hospital, por um projeto de PPP [Parceria Público-Privada] a ser encaminhado para B3, estudamos outras rodovias; outras possibilidades”, disse.

Diante de problemas de insumos e falta de profissionais, o HRMS segue em plano de Ação Emergencial até setembro de 2025, um ano após o decreto que autoriza medidas excepcionais para socorrer a unidade hospitalar.

Assim, com a decisão emergencial, o Hospital fica autorizado a contratação direta de bens e de serviços indispensáveis à manutenção da prestação de serviços de saúde pelo com dispensa de licitação.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Ex-comandante da Aeronáutica diz que alertou Bolsonaro sobre inexistência de fraude nas urnas

edio bloqueio sed

Ex-secretário-adjunto da SED é alvo de operação da PF contra fraude em contratos da educação de MS

Mochi vai à tribuna da Alems e critica leilão com CCR MSVia como única interessada

Morre Dorinha Duval, primeira Cuca do Sítio do Picapau Amarelo, aos 96 anos

Notícias mais lidas agora

sed

Licitações da gestão de Reinaldo na SED-MS foram alvo de quatro operações da PF por fraude

sed

LISTA: Alvos da PF vão de empresários a ex-servidores da SED em MS

cedraz ministro tcu

Ministro do TCU destaca incertezas em proposta de leilão da BR-163 e histórico falho da CCR

Investigação de nepotismo na Prefeitura de Ponta Porã é arquivada

Últimas Notícias

Polícia

Perseguição contra traficante termina com tiros e carro apreendido com quase 1 tonelada de drogas

Traficante abandonou o carro e fugiu na manhã desta quarta-feira (21)

Transparência

LISTA: Alvos da PF vão de empresários a ex-servidores da SED em MS

Polícia deflagrou operação contra fraude em contratos da SED na gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB)

Transparência

Investigação é arquivada apesar de reconhecer falha hospitalar em parto de natimorto em MS

O caso envolvia denúncias de violência obstétrica, ausência de acompanhante, negativa de contato da mãe com o corpo do bebê e a falta de atendimento humanizado. 

Cotidiano

Audiência pública em Dourados discute violência contra crianças e adolescentes

Debate acontece nesta quarta-feira na Câmara Municipal