Com reajuste do passe, Campo Grande sobe em ranking e tem a 11ª tarifa mais cara entre capitais
Justiça atendeu pedido do Consórcio Guaicurus e mandou prefeitura subir passe do ônibus
Gabriel Maymone –
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Após o Consórcio Guaicurus conseguir na Justiça o aumento de 3,51% no passe de ônibus, Campo Grande passa a ter a 11ª maior tarifa entre as capitais do Brasil. Antes do reajuste, a capital sul-mato-grossense ocupava a 14ª posição.
Com valor de R$ 4,95 a partir desta sexta-feira (24), a tarifa de Campo Grande se iguala ao praticado na capital mato-grossense, Cuiabá. Assim, as duas figuram com a 11ª maior tarifa.
Algumas das capitais que lideram o ranking também já fizeram o reajuste em 2025, como é o caso das duas primeiras: Florianópolis e Curitiba.
Na ponta de baixo da tabela, o reajuste implementado em Rio Branco fez a capital acreana deixar a invejosa tarifa mais barata entre as capitais. Então, com o novo valor de R$ 3,75, deixou título de passe mais barato com a capital mais ao norte do país, Macapá.
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Veja abaixo o ranking atualizado em 24 de janeiro de 2025 com as tarifas de ônibus das capitais brasileiras:
- Florianópolis: R$ 6,90 (já reajustada em 2025)
- Curitiba: R$ 6,00 (valor congelado para 2025)
- Porto Velho: R$ 6,00 (valor vigente desde 2022)
- Belo Horizonte: R$ 5,75 (novo valor 2025)
- Salvador: R$ 5,60 (2025)
- Brasília: R$ 5,50 (congelada até 2026)
- Boa Vista: R$ 5,50 (tarifa de 2024)
- João Pessoa: R$ 5,20 (2025)
- São Paulo: R$ 5,00 (2025)
- Aracaju: R$ 5,00 (2025)
- Campo Grande: R$ 4,95 (2025)
- Cuiabá: R$ 4,95 (2024)
- Natal: R$ 4,90 (2025)
- Vitória: R$ 4,90 (2025)
- Porto Alegre: R$ 4,80 (em processo de reajuste, que deve acontecer em fevereiro)
- Rio de Janeiro: R$ 4,70 (2025)
- Manaus: R$ 4,50 (2025)
- Fortaleza: R$ 4,50 (prefeitura informou que não haverá aumento em 2025)
- Goiânia: R$ 4,30 (valor mantido para 2025)
- São Luís: R$ 4,20 (2024)
- Recife: R$ 4,30 (2025)
- Belém: R$ 4,00
- Teresina: R$ 4,00
- Maceió: R$ 4,00
- Palmas: R$ 3,85
- Rio Branco: R$ 3,75 (2025)
- Macapá: R$ 3,70
Consórcio Guaicurus pediu urgência no processo
Na última quinta-feira (17), o Consórcio Guaicurus oficializou à Justiça a urgência na intimação da prefeitura para fazer o reajuste da tarifa. Conforme documento anexado no processo pelos empresários do ônibus, a concessionária realizou o pagamento de R$ 313,70 referente a três diligências para o oficial de Justiça intimar o município da decisão.
Isso porque o prazo de 15 dias determinado pelo magistrado só começa a contar a partir da notificação judicial do município sobre a decisão. Como o Consórcio Guaicurus não havia pago as custas do oficial de Justiça.
No entanto, petição dos advogados do Consórcio cobra agilidade da Justiça. “Dessa forma, ante aos inúmeros prejuízos que a requerente enfrenta, requer sejam expedidos os mandados de intimação com urgência, para o imediato cumprimento”.
Receita bilionária
Os empresários de ônibus de Campo Grande são o verdadeiro exemplo do ‘mau negócio’ que rende milhões. Na verdade, bilhões. Isso porque equipe técnica da prefeitura da Capital certificou auditoria contábil nas planilhas do Consórcio Guaicurus e atestou que a concessionária teve receita de R$ 1.277.051.828,21 (um bilhão, duzentos e setenta e sete milhões, cinquenta e um mil, oitocentos e vinte e oito reais e vinte e um centavos) de 2012 a 2019 – somente os oito primeiros anos do contrato. Os técnicos chegaram aos valores a partir de balanços enviados pelas próprias empresas de transporte.
Conforme documento oficial da Agereg, os lucros do Consórcio Guaicurus só aumentaram. “Mantendo-se em um nível linear entre os períodos de 2016 a 2018, excetuando o exercício financeiro de 2019 com baixa, porém, mesmo registrando baixa em suas receitas [em 2019], o Consórcio auferiu lucro para o período, melhor que o exercício imediatamente anterior”.
Apesar de lucrar milhões explorando o transporte público em Campo Grande, perícia autorizada pela Justiça revelou que, desde 2015, a idade média dos ônibus que circulam nas ruas ultrapassou a média de 5 anos, determinada pelo contrato. Em vez de utilizar os recursos para melhorar os serviços, o laudo pericial apontou ainda que o número de ônibus nas ruas só diminuiu. “Evidente que o Consórcio sempre possuiu condições de adimplir o contrato de concessão”, diz documento da Agereg.
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