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Transparência

De casebre à mansão: prefeito de Terenos teve salto patrimonial de 218% em quatro anos

Henrique Budke é apontado como chefe de uma organização criminosa que fraudou licitações de R$ 15 milhões em um ano
Adriel Mattos -
Prefeito de Terenos, Henrique Budke, mora em casa de alto padrão no Jardim América. (Fotos: Eliel Dias, Jornal Midiamax | Reprodução, Redes Sociais)

Em quatro anos, o patrimônio do prefeito de Terenos, Henrique Budke (), saltou 218%. Ele foi preso durante a Operação Spotless nesta terça-feira (9).

O tucano disputou a prefeitura em 2020, declarando um patrimônio de R$ 776,2 mil. Na época, ele morava em uma casa no bairro Camilo Boni, avaliada, na ocasião, em R$ 60 mil. Ele ainda declarou uma caminhonete Chevrolet S10 ano 2015 de R$ 90 mil.

Budke ainda tinha dois terrenos que somam R$ 50 mil, um apartamento de R$ 310 mil em , um contrato de financiamento de apartamento em nome da esposa no valor de R$ 200 mil e um consórcio de imóveis de R$ 66,2 mil.

Quatro anos depois, ao disputar a reeleição, o político declarou patrimônio de R$ 2,4 milhões. A antiga residência virou a sede da empresa dele, Cerrado Engenharia Ambiental, agora avaliada em R$ 100 mil.

Atualmente, o prefeito e a família moram em uma casa de alto padrão no América. Analisando a declaração de bens dele, não é possível confirmar se o imóvel está listado.

O tucano declarou em 2024 ter participação de 33,33% na empresa Resilix Ltda, quatro terrenos que somam R$ 328,6 mil, uma construção de R$ 210 mil, uma fazenda de R$ 1,5 milhão, parte de outra fazenda de R$ 220 mil, uma chácara de R$ 62,6 mil e R$ 26,1 mil em uma conta bancária.

Antiga casa de Henrique Budke, prefeito preso de Terenos. (Reprodução)

Prefeito de Terenos chefiava esquema de fraude em licitação

Henrique Budke é apontado como líder da organização criminosa alvo da Operação Spotless, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao ) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à ), nesta terça-feira, 9 de setembro.

A investigação apontou que o grupo liderado por Budke tinha núcleos com atuação bem definida. Servidores públicos fraudaram disputa em licitações, a fim de direcionar o resultado para favorecer empresas.

Os editais foram elaborados sob medida e simulavam competição legítima. Somente no último ano, as fraudes ultrapassaram os R$ 15 milhões.

O esquema ainda pagava propina para agentes públicos que atestavam falsamente o recebimento de produtos e de serviços, bem como aceleravam os processos internos para pagamentos de contratos.

A Operação Spotless foi deflagrada a partir das provas da Operação Velatus, que foi realizada em agosto de 2024. O Gaeco e Gecoc obtiveram autorização da Justiça e confirmaram que Henrique Budke chefiava o esquema de corrupção.

Spotless é uma referência à necessidade de os processos de contratação da administração pública serem realizados sem manchas ou máculas. A operação contou com apoio operacional da PMMS (Polícia Militar de MS), por meio do BPCHq (Batalhão de Choque) e do Bope (Batalhão de Operações Especiais).

Empresa foi contratada para asfaltar bairro onde mora prefeito

A empresa Tecnika Construção e Locação de Equipamentos LTDA (32.084.805/0001-57), alvo da Operação Spotless, foi contratada para asfaltar o bairro onde mora o prefeito de Terenos, Henrique Budke (PSDB).

Em novembro de 2023, a empreiteira foi contratada por R$ 321.593,33, para executar obras de pavimentação no Jardim América, onde fica a residência de Budke. No total, a Tecnika detém R$ 1,5 milhão em contratos.

Menos de um ano depois, a empresa assinou contrato de R$ 1.184.433,21 para recapear vias públicas e executar serviços de sinalização viária.

Operação do Gaeco em Terenos prende prefeito

A Prefeitura de Terenos é alvo de devassa do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) nesta terça-feira, 9 de setembro.

Em nota, a assessoria de comunicação da prefeitura confirmou a ação. 

Até o momento, o Poder Executivo Municipal não foi oficialmente comunicado sobre o real motivo da ação. Ressaltamos, porém, que a Prefeitura está colaborando integralmente com as autoridades competentes, fornecendo todas as informações e documentos que se fizerem necessários para o esclarecimento dos fatos”, diz o comunicado.

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(Revisão: Dáfini Lisboa)

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