O promotor de Justiça, Luiz Eduardo Lemos de Almeida, emitiu recomendação para que as entidades responsáveis por bares (Abrasel) e supermercados (Amas) adotem providências, no prazo de dez dias, diante do surto de intoxicação por metanol em todo o país.
Em Mato Grosso do Sul, a secretaria de saúde investiga quatro casos suspeitos (em Ladário, Campo Grande, Rio Brilhante e Caarapó). Nesta segunda-feira (06), outros dois foram descartados. Além disso, há uma morte em investigação, ocorrida na Capital – leia mais abaixo -.
Conforme o documento publicado no diário do MP, as entidades devem orientar os estabelecimentos a adotar medidas rigorosas para evitar a compra e comercialização de bebidas adulteradas.
Além de – claro – evitar a compra de fornecedores ou sem documentação fiscal, com preços estranhamente abaixo do praticado no mercado, o MP também pontua medidas como dupla checagem na abertura de caixas com bebidas, conferência de informações da nota fiscal, além de prestar atenção em sinais de adulteração como lacres tortos, embalagem com rebarbas, erros de ortografia, divergência de lotes e odor de solvente.
Ainda, a Abrasel e Amas devem orientar seus associados sobre as implicações legais de vender bebidas adulteradas.
Por fim, o MP abriu um procedimento administrativo para acompanhar o caso.
O Brasil enfrenta um surto de intoxicação por metanol desencadeado pelo consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, com casos suspeitos e confirmados se espalhando por diversos estados. A crise, que se manifesta com sintomas como cefaleia, náuseas e grave turvação visual (cegueira), levou o governo a instalar uma sala de situação e a iniciar a distribuição de etanol farmacêutico — o principal antídoto — para as unidades federativas afetadas, enquanto as autoridades de segurança pública investigam a origem da substância criminosamente adicionada às bebidas, principalmente destilados.
Morte por suspeita de intoxicação por metanol em Campo Grande
Jovem, de 21 anos, que faleceu na última quinta-feira (2), após ingerir cachaça, sob suspeita de intoxicação pela substância. O jovem chegou a ser atendido em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) no Universitário, queixando-se de desconforto no estômago e náuseas, e chegou a vomitar um líquido escuro.
O rapaz estava consciente, respondia às perguntas e estava com pressão estável quando chegou à unidade de saúde; mas, pouco tempo depois, o quadro piorou de forma repentina, evoluindo para óbito.
Em nível nacional, o Ministério da Saúde confirmou 225 registros de intoxicação por metanol — somando casos confirmados e em investigação. O estado de São Paulo concentra a maioria das notificações, com 14 confirmações e 178 investigações em andamento.

Operações em MS
O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul realizou uma grande operação de fiscalização em boates, tabacarias e conveniências na Capital e no interior, durante o último fim de semana. A ação teve o objetivo de coibir a comercialização de bebidas irregulares e proteger a população contra o risco de intoxicação por metanol.
A força-tarefa contou com a participação da Polícia Civil, por meio da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes contra as Relações de Consumo), Deops (Delegacia Especializada de Ordem Política e Social) e do Garras (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos), além da Vigilância Sanitária Estadual e Municipal, Procon/MS, Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) e Guarda Municipal.
Durante as fiscalizações, as equipes encontraram dezenas de garrafas de bebidas vencidas ou sem comprovação de origem, incluindo energéticos, vinhos, licores e cachaças, em uma casa noturna da Capital. Os produtos vencidos foram descartados no local, recolhidos pela Vigilância Sanitária municipal, enquanto as bebidas estrangeiras sem procedência foram encaminhadas à Receita Federal. O gerente do local foi conduzido à delegacia e um inquérito policial será instaurado.
Orientações à população
A SES orienta que a população não deve consumir bebidas alcoólicas sem rótulo, de origem desconhecida ou adquiridas em locais não regularizados. O Estado mantém alerta permanente às unidades de saúde, com suporte técnico e científico 24 horas, via CIATox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Campo Grande).
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