Ventos fortes seguintes de chuvas motivaram queda de energia em ao menos metade da cidade de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, linha de fronteira com a Bolívia, a 428 km de Campo Grande. A intempérie influiu no expediente do fórum da cidade de 100 mil habitantes, que suspendeu o atendimento, um deles a comentada e aguardada audiência acerca do processo eleitoral que investiga a suposta compra de votos, no pleito de outubro do ano passado, capitaneada por Matheus Pereira Cazarin Silva, 34, eleito vereador pelo PSB.
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Cazarin foi, entre os 15 vereadores da cidade, o 12º segundo mais votado e virou 2º secretário da Câmara dos Vereadores do município fronteiriço.
Policiais federais, em setembro do ano passado, poucos dias antes das eleições flagraram um cenário que apontou fortes sinais de compra de votos implicando Cazarin. Toca o caso, o promotor de Justiça Eleitoral, Rodrigo Corrêa Amaro.
Diz trecho do processo, já com 634 páginas: Consta da documentação, notadamente o IPL nº 0600404-67.2024.6.12.0050, que MATHEUS PEREIRA CAZARIN SILVA, durante o período de campanha eleitoral municipal de 2024, em Corumbá/MS, e contando com o apoio da sua irmã Laura Cristinne Vieira Pereira Guedes, prometeu e entregou vantagem patrimonial (dinheiro) a eleitores com o fim de obtenção de voto e apoio eleitoral para a sua campanha ao cargo de Vereador de Corumbá”.
Sustenta, ainda, a investigação, que: “conforme os elementos de prova angariados no IP nº 0600404-67.2024.6.12.0050, aportou perante a Polícia Federal denúncia informando a ocorrência de separação de dinheiro para a compra de votos, na casa da genitora do representado, numerário esse que seria transportado no veículo automotor GM/corsa, de cor branca, placa NRW-5627, de propriedade da irmã de Matheus, inclusive com a informação de movimentação financeira nos dias 20 e 21 de setembro do corrente ano”.
Em trecho do processo, o Ministério Público Eleitoral afirma que o eleito vereador teria aplicado R$ 23 mil na trama suspeita. Cada eleitor teria recebido entre R$ 150,00 a R$ 450,00, em espécie. Alguns deles, em casa.
Flagra
“Com isso [as suspeitas], procedeu-se a abordagem do veículo conduzido [Corsa] pela irmã do representado, Laura Cristinne Vieira Pereira Guedes, sendo apreendidos 172 folhas de recibos preenchidos à mão, R$ 3.650,00 em espécie, 79 folhas contendo dados como endereço, bairro, número do título de eleitor e número de telefone, cadernos com anotações diversas e o aparelho celular, conforme termo de apreensão nº 3908462/2024”, escreveram os policiais federais que agiram na investigação.
Outra situação que lança suspeitas acerca da trama eleitoral tem a ver com uma conversa entre o candidato Matheus, e a irmã, note:
“No dia 20 de setembro, por volta das 13 horas e 17 minutos, LAURA envia um áudio a MATHEUS questionando sobre o pagamento para o FLÁVIO, marido de NILVANA. Essa última recebeu o PAGAMENTO, conforme afirmado por LAURA”.
A audiência acerca do caso deveria ocorrer no dia 25 de setembro, mas foi adiada pela primeira. Para ontem à tarde o juiz eleitoral Idail Toni Filho, tinha marcado para o período da tarde, mas apagão postergou, de novo, a audiência.
Seriam ouvidos, além do vereador em questão, seis testemunhas e dois policiais federais.
A reportagem tentou conversar o vereador Matheus, mas não conseguiu. Espaço segue aberto e, se houver manifestação, este material será atualizado.
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