Servidora pivô de esquema de fraude no Detran-MS tem pedido de liberdade negado
Yasmin Osório Cabral recebia propina para dar baixas em caminhões com restrições e agia junto com despachante que está foragido, segundo a polícia
Gabriel Maymone –
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Presa acusada de operar fraudes no Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul), a servidora comissionada – e suspensa por 6 meses das funções – Yasmin Osório Cabral teve pedido de liberdade negado. Assim, ela permanece detida em uma cela no presídio feminino “Irmã Irma Zorzi”, no bairro Coronel Antonino, em Campo Grande.
Pivô de esquema de fraude no sistema do Detran-MS que pode ter rendido ‘lucro’ de até R$ 2 milhões, Yasmin foi presa em sua casa, no Jardim São Lourenço, por volta das 20h de sábado, por força de mandado de prisão preventiva. Ela recebia propina para, clandestinamente, dar baixas em caminhões com restrições, em fraude cometida em conjunto com o despachante David Clocky Hoffaman Chita, que está foragido.
Então, o advogado de defesa da servidora, André Stuart Santos, entrou com pedido de habeas corpus na segunda-feira. O HC foi negado em decisão proferida por volta das 16h desta quarta-feira (10). O pedido é analisado pela 3ª Vara Criminal.
Por enquanto, a decisão foi liminar, ou seja, provisória. Logo, ainda pode ser revertida com a decisão final.
Yasmim estava lotada por último na Corregedoria de Trânsito (Cotra) do Detran-MS (Departamento de Trânsito de Mato Grosso do Sul)
Leia também: ‘Supergirl’ do Detran-MS suspeita de cobrar propina e integrar esquema de corrupção é presa em Campo Grande
Operação revela fraudes no Detran-MS
Conforme o Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), Yasmin teria participado de esquema que rendeu cerca de R$ 290 mil em apenas um dia – mas os valores podem chegar a R$ 2 milhões. Ela seria pivô da investigação e teria papel-chave na identificação dos “beneficiários” dos desvios ocorridos no Detran-MS.
Conforme a polícia, a servidora obtinha clandestinamente senha de outros servidores, acessava o sistema e identificava caminhões com restrições. Então, passava informações para o despachante David Cloky Hoffamam Chita, que exigia o pagamento de R$ 10 mil dos proprietários para liberar os veículos.
Assim, ao receber os valores, a servidora liberava as restrições no sistema e o despachante baixava a documentação. Ao menos 200 veículos liberados irregularmente pelo grupo estão identificados.
Ainda ficou constatado nas investigações que Yasmin receberia presentes de David como um iPhone 15 Pro Max, joia e valores no Pix.
Negou pedido de despachante
O desembargador Fernando Paes de Campos negou pedido para revogar prisão preventiva contra o despachante David Cloky Hoffamam Chita, que está foragido após operação da polícia revelar que ele era chefe de esquema que pode ter lucrado até R$ 2 milhões com fraudes no Detran-MS (Departamento de Trânsito de Mato Grosso do Sul). O habeas corpus tramita na 3ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de MS).
“Destarte, ante ao exposto, indefiro a liminar pleiteada”, declarou o magistrado em decisão publicada no Diário Oficial da Justiça desta terça-feira (9).
Confira nota do Detran-MS sobre o esquema de fraude
“A investigação em questão corre sob sigilo de justiça, de maneira que, como determina o devido processo legal, afastamentos e demais processos administrativos, cíveis ou criminais, devem ser tratados como prevê a legislação.
O Detran-MS reforça que colabora com os órgãos de controle, interno e externo, para garantir apuração célere e punição rigorosa de eventuais servidores envolvidos em quaisquer práticas ilegais e/ou criminosas.
Reiteramos que a identificação de atividade ilícita que culminou com as investigações em curso, só foi possível graças ao monitoramento ininterrupto feito pelo Departamento de Trânsito, que identifica ações ou operações atípicas dos servidores, gerando alertas para os departamentos responsáveis investigarem mais a fundo“.
Na ocasião, Yasmin foi procurada pela reportagem para se posicionar sobre as acusações, mas não enviou resposta até a publicação dessa reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.
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