Na semana passada, operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) revelou esquema de corrupção com fraude em licitações para obras no município de Terenos – a 31 km de Campo Grande. As investigações chegaram ao empreiteiro Hander Grote Chaves, que estaria em conluio com outros empresários e servidores nomeados na gestão do PSDB no município.

No entanto, o pai dele, Sidnei Grote Chaves, servidor do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de MS) – hoje aposentado – chegou a ser preso por fraude no órgão.

Conforme divulgado pela Polícia Civil, em 2013, Sidnei foi preso com outras duas pessoas no contexto da ‘Operação Mão Dupla’.

Na época, as investigações do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) concluíram que Sidnei realizava transferências de caminhões de empresas registrados em Campo Grande para registrar a frota em Terenos por meio da inserção de dados falsos no sistema do Detran-MS.

Para registrar frota de veículos no município, o processo era facilitado pelos servidores da agência de Terenos. Eles realizavam vistorias e alterações no sistema.

Além disso, Sidnei também foi apontado pelo MPMS em esquema de cooptação de candidatos a obter a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) de Campo Grande para realizar os exames em Terenos, que teoricamente seriam mais ‘fáceis’.

Assim, ele e outros servidores alteravam dados do domicílio do candidato no sistema.

Por fim, a Justiça alegou falhas na denúncia do MPMS e absolveu os envolvidos. “Não houve adequação típica das condutas descritas na inicial às hipóteses taxativamente estabelecidas pela novel legislação, de modo que, ante a expressa abolição do tipo administrativo que deu azo à presente demanda, não há que se falar na prática de ato de improbidade“, diz trecho da sentença, proferida em fevereiro deste ano pelo juiz Valter Tadeu Carvalho.

Pai e filho foram detidos com arma em operação contra fraude no Detran-MS

Durante cumprimento de mandados de busca e apreensão na residência de Hander, na semana passada, a polícia flagrou o empreiteiro com uma arma calibre .22.

Ele foi levado para a delegacia, onde ficou detido até pagar fiança de R$ 9.884.

Não é a primeira vez que o empreiteiro é implicado por porte de armas.

Conforme apurado pela reportagem do Jornal Midiamax, em 2013, Hander e o pai, Sidnei, assumiram à polícia possuir no rancho onde moravam na época, em Terenos, armas de calibres .38 e .357, de Hander, e um revóvler .38 de Sidnei.

Assim, foram detidos em flagrante. A ação ocorreu durante cumprimento de mandados no contexto de investigação de fraudes no Detran-MS. No total, os dois tinham sete armas de fogo na propriedade.

Porém, em 2019, a Justiça declarou extinta a punibilidade dos réus pela prescrição.

O Jornal Midiamax tentou contato com Sidnei e Hander para comentar os fatos citados na reportagem, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para posicionamento.

Corrupção em Terenos

De acordo com nota do MPMS (Ministério Público de MS), foi identificado esquema de corrupção que contava com participação de servidores públicos com empresários para fraudar licitações.

O Gaeco também apurou que grupo criou empresas sem estrutura ou experiência para celebrar contratos com a administração pública.

O nome da Operação é “Velatus”, que significa “velado”, em latim. A expressão remete à forma de atuação dos investigados, os quais agiram de forma insidiosa e velada para praticar crimes contra a Administração Pública.

A reportagem entrou em contato com o atual prefeito de Terenos, Henrique Wancura Budke (PSDB), que não atendeu as ligações. O espaço segue aberto para manifestação.