Pular para o conteúdo
Transparência

Justiça deve decidir mais uma vez sobre contrato bilionário da Solurb suspeito de fraudes

Procuradora recorreu de acórdão após decisão negar determinação do STJ
Renata Portela -
Imagem ilustrativa (Divulgação)

Cancelamento ou manutenção do contrato nº 332/2012 entre o Município de e a Solurb Soluções Ambientais SPE Ltda (CNPJ 17.064.901/0001-40) volta a ser tema de debate no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). O contrato bilionário foi firmado sob suspeita de fraudes na licitação, da gestão do então prefeito Nelson Trad Filho (PSD).

A procuradora Ariadne de Fátima Cantú da Silva, da 3ª Procuradoria de Justiça de Interesses Difusos e Coletivos, apresentou embargos de declaração na tentativa de suspender acórdão do TJMS. A decisão do dia 8 de fevereiro, que manteve o contrato da Solurb, foi contra a suspensão da votação determinada horas antes pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Desta forma, a procuradora apresentou novamente os fatos que indicam supostas fraudes no processo licitatório que favoreceu a Solurb. A concessionária é formada por duas empresas, a LD Construções (CNPJ 01.597.070/0001-31) e a Financial Construtora Industrial (CNPJ 15.565.179/0001-00).

Em determinado trecho dos embargos, a procuradora lembra que em 2011, em poucos meses a LD Construções aumentou o capital social em 6 vezes, de R$ 6,5 milhões para mais de R$ 39 milhões. Já a Financial saltou de R$ 13,9 milhões para R$ 75 milhões.

Com isso, as duas empresas formando o Consórcio Solurb teriam lucro acumulado de mais de R$ 60 milhões, uma das exigências do edital da licitação. A procuradora chama isso de “aparente manobra contábil fictícia”.

“Depreende-se, portanto, diante de todo o contexto fático-probatório, que a única conclusão possível é a de que o edital foi pensado e construído afim de favorecer o consórcio CG Solurb”, diz trecho da peça.

A procuradora pede que o acórdão que negou os pedidos para cancelar o contrato seja anulado até que o caso seja julgado pelo STJ.

Desbloqueio de bens

Após o acórdão, o TJMS também decidiu pelo desbloqueio de bens de um dos sócios da Solurb, num montante de mais de R$ 14 milhões. A determinação favorável também foi apontada pela procuradora.

Em manifestação, Ariadne Cantú pede que a decisão seja indeferida e reconsiderada, podendo os valores serem novamente bloqueados.

Acórdão do TJMS

O julgamento aconteceu em 8 de fevereiro, com relatoria do desembargador Vilson Bertelli. Por unanimidade, os juízes afastaram as preliminares e deram provimento aos recursos. Ou seja, mantiveram o contrato da Solurb, atendendo aos pedidos das defesas.

Participaram da sessão com sustentação oral: Márcio Antônio Torres Filho, Eduardo Possiede Araújo, Ariadne de Fátima Cantú da Silva e Adriano Lobo Viana de Resende.

A decisão do ministro do STJ Sérgio Kukina é de horas antes da sessão já marcada e pedia a suspensão da votação do TJMS. Assim, o julgamento deveria ser suspenso até que fosse julgado agravo que tramita no STJ.

Mesmo assim, houve a votação.

Empresa recorre ao STJ

Em 2023, o ministro Sérgio Kukina do STJ publicou reconsideração sobre o cancelamento de contrato bilionário da Solurb. Inicialmente, em junho, o ministro decidiu por manter condenação de 2021, que determinava o cancelamento do contrato. A decisão foi tomada sobre agravo em recurso especial da Solurb para tentar anular a sentença inicial.

A alegação sobre a sentença que impugnou contrato administrativo é de prescrição. No entanto, o ministro manteve a sentença de primeiro grau, que cancelou o contrato bilionário.

Depois, no entanto, o ministro relator tornou a decisão sem efeito. Ele ponderou que a decisão deveria ser tomada pela turma do STJ.

Condenação

A sentença, de abril de 2021, do então juiz da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, David de Oliveira Gomes Filho, cancelou o contrato. Além disso, determinou nova licitação, que deveria ser aberta até janeiro de 2022.

Ainda determinou indisponibilidade de bens dos réus e empresas investigadas. No entanto, os acusados entraram com recursos e o processo ainda não transitou em julgado, aguardando sentença terminativa.

Na época, o advogado Marcio Torres apontou que a defesa recorreria ao órgão colegiado, após a decisão monocrática do ministro Sérgio Kukina. “A ação que ‘condenou ao cancelamento’ foi julgada apenas em primeira instância e já foi objeto de recurso, que será julgado pelo TJMS”, afirmou.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

O crucificado todos os dias

Maria de Fátima garante que se casará com Afonso Roitman: Resumo Vale Tudo, capítulo do dia 18/04/2025

Madalena experimenta vestido de noiva: Resumo Volta por Cima, capítulo do dia 18/04/2025

Edu confirma gravidez de Celeste: Resumo Garota do Momento, capítulo do dia 18/04/2025

Notícias mais lidas agora

Em 10 dias, quatro mulheres foram esfaqueadas por ex-companheiros em MS

pupy elefanta posto de gasolina 2

Viaja deitada? 8 fatos sobre Pupy, a elefanta que parou em posto de gasolina em MS

comércio

Sexta-Feira Santa: Confira o que abre e o que fecha no feriadão em Campo Grande

VÍDEO: em meio a comboio de caminhonetes, multidão e confusão, influenciador Rincon é preso no MT

Últimas Notícias

Cotidiano

Sexta-Feira Santa: Confira o que abre e o que fecha no feriadão em Campo Grande

Jornal Midiamax separou uma lista de serviços que abrem ou fecham em Campo Grande

Cotidiano

Feriado de Sexta-Feira Santa será de sol e chuva em MS

A previsão indica tempo mais instável, com aberturas de sol e aumento de nebulosidade

Leandro Mazzini - Coluna Esplanada

Ajuda oficial à peruana condenada por corrupção choca corpo diplomático

Terra de condenados Todo o corpo diplomático de Brasília e de vários países está pasmo com a ajuda oficial do Governo brasileiro na fuga de uma condenada por corrupção de outro país. Caiu como uma bomba em embaixadas e na OEA a camaradagem do Governo Lula da Silva III para trazer a Brasília a ex-primeira … Continued

Sérgio Cruz - O dia na história

1927 – Cervejaria de Corumbá lança nova marca, preparada por técnico alemão

Criada em 1914, a Cervejaria Corumbaense, por muitos anos, a preferida dos consumidores do Estado, lança, com ampla campanha publicitária, em 18 de abril de 1927, seu novo produto, a cerveja Centenário.