Juiz mantém bloqueio de R$ 277 milhões de Reinaldo Azambuja por propina da JBS
Pedidos tramitam há anos pelo desbloqueio dos bens
Renata Portela –
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A Justiça manteve o bloqueio de R$ 277 milhões do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB), pelo processo que trata de suposto pagamento de propina pelo grupo JBS. As investigações resultaram na Operação Vostok.
Conforme o advogado Gustavo Passarelli, o juiz Eduardo Eugênio Siravegna Júnior, da 2ª Vara Criminal de Campo Grande, foi favorável ao pedido de liberação dos bens de familiares de Reinaldo. No entanto, manteve o bloqueio dos bens do ex-governador.
Ainda segundo a defesa, nos próximos dias deve ser feito novo pedido para a liberação dos valores.
Operação Vostok e bloqueio dos bens
A operação, deflagrada em 2018, indicou a existência de suposto esquema de corrupção no Executivo estadual liderado pelo tucano, resultou no bloqueio de R$ 277 milhões dos investigados.
Além de dinheiro do próprio ex-governador, a Justiça também determinou o bloqueio de bens da família de Reinaldo, como da ex-primeira-dama, Fátima Souza e Silva, e seus três filhos, Rafael, Tiago e Rodrigo Souza e Silva. Este último chegou a ser preso quando da deflagração da Vostok, em setembro de 2018.
Durante a campanha eleitoral daquele ano, o ministro Félix Fischer atendeu a um pedido do tucano e autorizou o desbloqueio de R$ 1,4 milhão, valor declarado em conta bancária.
Os R$ 277 milhões bloqueados são a soma da suposta propina paga pelo grupo JBS a Reinaldo, de R$ 67,7 milhões, com o total em isenções fiscais concedidas em contrapartida à empresa, de R$ 209,7 milhões, valores calculados entre 2014 e 2016.
As investigações da Polícia Federal – que sustentam a denúncia do MPF (Ministério Público Federal) contra o governador, apresentada no ano passado – deram conta de que as vantagens ilícitas eram pagas por meio de doações de campanha e emissão de notas fiscais falsas de venda de gado e carne, os “bois de papel”.
Além de Reinaldo e de seu filho Rodrigo, mais 22 pessoas envolvidas no suposto esquema foram denunciadas ao STJ. A denúncia resultou na Ação Penal 980, também relatada pelo ministro Félix Fischer.
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