Operação contra corrupção deflagrada nesta terça-feira (13) em Terenos ouviu três empreiteiros. Os empresários somam mais de R$ 11 milhões em contratos com o município, a 30 quilômetros de Campo Grande. As contratações são dos últimos quatro anos, durante a gestão municipal do PSDB.

As empresas dos investigados possuem contratos no ramo de engenharia e obras. Conforme apurado no Portal da Transparência, as contratações começaram em 2021, após posse do prefeito Henrique Wancura Budke (PSDB).

O tucano ganhou as Eleições Municipais de 2020 e colocou o PSDB oficialmente no comando do município. Isso porque em 2012 foi eleito prefeito pelo MDB com apoio do PSDB.

Contratos

A empreiteira HG Empreiteira & Negocios Ltda (CNPJ 40.958.474/0001-65), alvo de operação ‘ganhou’ R$ 5.680.393,11 em contratos com a cidade. A empresa de Hander Luiz Corre Grote Chaves é responsável por diversas obras durante a gestão do atual prefeito, Henrique Wancura Budke (PSDB).

Hander acabou preso na manhã desta terça-feira (13), após ser flagrado com uma arma de fogo calibre .22. O flagrante ocorreu durante cumprimento de mandados no contexto da Operação ‘Velatus’. Aa ação investiga organização criminosa que fraudava licitações com participação de servidores municipais de Terenos.

Enquanto isso, Genilton da Silva Moreira (CNPJ 35.450.684/0001-08) fechou R$ 2.185.126,46 em contratos com o município. O empreiteiro também foi alvo de investigação e ouvido por promotores nesta terça-feira (13).

O terceiro empreiteiro investigado é Sansão Inácio, que prestou depoimento na sede do Ministério Público em Terenos. Apesar de negar à reportagem contratos com o município, empresa Sansão Inácio Rezende Eireli (CNPJ 09.032.861/0001-26) possui R$ 3.811.126,07.

Defesas

O advogado Ademilson dos Santos responde pela defesa de Hander e Sansão. Ao Jornal Midiamax, ele informou que a “ambos optaram por falar e responder as perguntas do promotor”.

Assim, pontuou que o cliente Hander disse durante oitiva “que não tem nenhum vínculo com nenhum servidor público, afirmou lisura nas licitações e colocou as contas à disposição”. Sobre Sansão, o advogado de defesa disse que não possui obras em Terenos.

“A inclusão do senhor Sansão é arbitrária, porque nem sequer ele tem obras no município, a empresa dele é muito antiga, constrói pontes, mas não tem tenhuma relação com o município”, disse.

Por fim, a defesa de Genilton, feita pelo advogado Pedro de Paula, comentou sobre a oitiva. “Optamos por ele não responder, assim que tivermos acesso a gente vai colaborar e esclarecer tudo aquilo que tiver que ser esclarecido, para quem tiver que esclarecer”, disse.

Operação em Terenos

Equipes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) deflagraram operação contra esquema de corrupção em Terenos.

Conforme informações oficiais, a operação prendeu uma pessoa em Campo Grande. Ainda, cumpriram outros nove mandados em Terenos, 5 em Campo Grande e um em Santa Fé do Sul, interior de São Paulo.

De acordo com nota do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), houve identificação de esquema de corrupção que contava com participação de servidores públicos com empresários para fraudar licitações.

Além disso, o Gaeco apurou que grupo criou empresas sem estrutura ou experiência para celebrar contratos com a administração pública.

O nome da Operação é “Velatus”, que significa “velado”, em latim. A expressão remete à forma de atuação dos investigados, os quais agiram de forma insidiosa e velada para praticar crimes contra a Administração Pública.

A reportagem entrou em contato com o atual prefeito de Terenos, Henrique Wancura Budke (PSDB), que não atendeu as ligações. O espaço segue aberto para manifestação.