Convênio oficializa repasse de R$ 700 mil para corredor gastronômico Tia Eva, em Campo Grande

Recurso é decorrente de emenda impositiva da Sudeco, de autoria da senadora Tereza Cristina.

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Tia Eva
Tia Eva, mulher importante na história de Campo Grande (Foto: FCMS)

Convênio publicado na edição desta segunda-feira (23) do DOU (Diário Oficial da União) oficializa repasse de R$ 700 mil à Prefeitura de Campo Grande, a fim de viabilizar o corredor cultural gastronômico da Comunidade Quilombola Tia Eva, localizada na Capital.

Conforme o extrato, o valor total do projeto de implantação é orçado em R$ 720 mil reais, dos quais R$ 20 mil são contrapartida municipal. O recurso tem origem de emenda impositiva da Sudeco (Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste), da senadora Tereza Cristina (PP), que em abril havia oficializado a destinação.

O corredor cultural gastronômico Tia Eva é decorrente do projeto de lei do vereador Ronilço Guerreiro (Podemos), sancionado pela prefeita Adriane Lopes em março de 2023, e dispõe sobre estratégia de incentivo a promoção e ordenamento da localidade, mediante apoio dos órgãos envolvidos, visando preservar:

  • O livre trânsito de veículos e transeuntes;
  • A segurança local;
  • A harmonia estética;
  • A sinalização indicativa dos estabelecimentos participantes;
  • Apresentações musicais, poéticas e artísticas;
  • Festivais e encontros gastronômicos e culturais.

O Poder Executivo regulamentará a presente Lei no que couber, junto à Secretaria competente. Conforme documento, as despesas com a execução desta Lei correrão por conta de dotações orçamentárias próprias, por execução direta ou nos termos dos convênios de cooperação celebrados com essa finalidade.

Eva Maria de Jesus

Nascida em Mineiros, interior de Goiás, Eva tinha um sonho: dar um bom estudo para suas três filhas. Em 1887, aos 49 anos, Eva obteve sua carta de alforria, momento em que realizaria seu segundo sonho: ir para o Mato Grosso (atualmente, Mato Grosso do Sul) e construir um lugar para seus descendentes. Saiu de Goiás em 1905, chegando em Campos de Vacaria, hoje, Campo Grande, onde trabalhou como lavadeira, parteira, cozinheira, curandeira e benzedeira. Ela impressionava a todos, pois sabia ler e escrever, algo que era inesperado de uma escrava.

Em 1910, decidiu pagar uma promessa a São Benedito por a ter curado de uma ferida na perna. Construiu uma capela em agradecimento ao santo e conclui a igrejinha em 1912, demolida e substituída por uma de alvenaria em 1919. Tia Eva está enterrada dentro desta pequena igreja, a mais antiga da cidade.

A comunidade é reduto dos descendentes de Eva Maria de Jesus, mais conhecida como Tia Eva. Atualmente, praticamente 115 famílias formam a comunidade. No dia 5 de maio de 1998, a Igrejinha de São Benedito recebeu o definitivo tombamento como parte do Patrimônio Histórico de Mato Grosso do Sul, pelo governo do Estado.

Assim, Tia Eva é definida como uma comunidade urbana remanescente de quilombo desde 1905 e reconhecida pela Fundação Cultural Palmares. Pela Lei nº 2841, de 22 de dezembro de 2011, Anexo II, foi homenageada com a denominação do logradouro público “Rua Eva Maria de Jesus”, no bairro Parateí.

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