A construção do contorno de Três Lagoas, planejada desde 2009, deve sair do papel com o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta sexta-feira (11), em evento no Rio de Janeiro. A obra será realizada na cidade de origem da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB).

Conforme divulgado pelo Planalto, são R$ 44,7 bilhões em investimentos. Não foi informada a quantia por obra, mas sim por eixo de investimento (confira gráfico abaixo).

O contorno rodoviário é uma obra realizada pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), que já iniciou os trabalhos contratando o consórcio formado pelas empresas SA Paulista e Astec Engenharia, para elaboração dos projetos básico e executivo e execução por R$ 147.999.363,60. Atualmente, o fluxo das rodovias divide espaço com o trânsito urbano da cidade.

O novo trecho rodoviário de Três Lagoas foi planejado para ter 26,46 quilômetros. Será desde a cabeceira da ponte sobre o Rio Paraná, que divide os estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo, contornará a cidade pelo lado sul e conectará as rodovias BR-262, BR-158 e MS-158. A MS-158 é uma rodovia estadual que liga Três Lagoas ao município de Selvíria.

Ainda de acordo com o Dnit, os serviços incluem a implantação de pista dupla, viadutos e intersecção ao longo do trecho das obras. Serão executados serviços de terraplenagem, drenagem, pavimentação, obras de arte corrente, sinalização vertical e horizontal.

O projeto prevê a construção das obras de arte especiais, que são o viaduto sobre a rua Trajano dos Santos, viaduto sobre a linha férrea, viaduto sobre a BR-262, viaduto sobre a BR-158, viaduto sobre a vicinal, ponte sobre o Córrego da Onça e viaduto sobre a rua Jupiá e linha férrea.

Total de R$ 44,7 bilhões

Ao todo, são R$ 44,7 bilhões para obras como a construção do contorno de Três Lagoas, adequação da BR-267 e alça de acesso à ponte do Rio Paraguai, conclusão do Aeroporto de Dourados e moradias do Minha Casa Minha Vida.

O valor foi distribuído em 9 eixos temáticos:

R$ 15,7 bilhões para Transição e Segurança Energética

R$ 15,4 bilhões para Transporte Eficiente e Sustentável

R$ 4,5 bilhões para Educação Ciência e Tecnologia

R$ 3,5 bilhões para Inovação para a Indústria da Defesa

R$ 2,8 bilhões para inclusão digital e conectividade

R$ 1,8 bilhão para Cidades Sustentáveis

R$ 500 milhões para a Saúde

R$ 300 milhões para Infraestrutura Social e Inclusiva

R$ 200 milhões para o Água para Todos

Investimentos

O governo federal precisará investir quase R$ 44 bilhões só para terminar os empreendimentos dos pacotes passados. Considera o orçamento total de R$ 57,40 bilhões do conjunto de obras que ficaram dos outros 2 programas – cerca de R$ 13,5 bilhões foram executados.

Os dados são do TCU (Tribunal de Contas da União), que indica também que 30% de todas as obras federais no país hoje estavam nos PACs anteriores.

O novo pacote deve estipular R$ 240 bilhões em investimentos em obras públicas até 2026. É o equivalente à cerca de R$ 60 bilhões por ano. O novo PAC também cita financiamento de bancos públicos para concessões e PPPs (parcerias público-privadas), além de investimentos de estatais, sobretudo da Petrobras. A ideia é alavancar os recursos com esse tipo de parceria. Com esse extra, a expectativa do governo é atingir a cifra de R$ 1,3 trilhão até 2026.