Pular para o conteúdo
Transparência

Conselheiros do TCE-MS suspeitos de fraude em licitação continuam afastados, decide STJ

Até então eles estavam afastados por 180 dias, desde dezembro do ano passado
Diego Alves, Renata Portela -
Conselheiros Waldir Neves, Iran Coelho das Neves e Ronaldo Chadid estão afastados por 180 dias. (Foto: Divulgação/TCE-MS)

O STJ (Supremo Tribunal de Justiça) prorrogou o afastamento dos conselheiros afastados do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul), Iran Coelho das Neves, Ronaldo Chadid e Waldir Neves, no âmbito da Operação Terceirização de Ouro, da PF (Polícia Federal). Eles tiveram redução de até 88,5% nos salários após a ação da PF.

“Ante o exposto, defiro o requerimento de prorrogação do afastamento do exercício das funções públicas dos Conselheiros e servidores, até o recebimento das denúncias autuadas nas ações penais n. 1.057/DF e 1.058/DF”, decidiu o ministro Francisco Falcão.

Até então eles estavam afastados por 180 dias, desde dezembro do ano passado. O STJ decidiu pela prorrogação do afastamento, a pedido subprocuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo.

No último dia 22 de maio, a 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande admitiu ação popular contra os conselheiros afastados do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul), Iran Coelho das Neves e Waldir Neves; e mais dez pessoas por irregularidades no contrato de R$ 102 milhões com a Dataeasy Consultoria e Informática.

Operação Terceirização de Ouro

Em 8 de dezembro de 2022, a PF (Polícia Federal) deflagrou a Operação Terceirização de Ouro, um desdobramento da Mineração de Ouro, realizada em junho de 2021. Com apoio da Receita Federal e CGU (Controladoria-Geral da União), foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão em e mais quatro cidades brasileiras.

As investigações apontaram uso de pessoas jurídicas vinculadas à participação no certame para contratação de empresas com licitações fraudulentas. Assim, entre as estratégias utilizadas para vencer as licitações, estava a agilidade na tramitação do procedimento.

Além de exigência de qualificação técnica desnecessária ao cumprimento do objeto. Por fim, faziam contratação conjunta de serviços completamente distintos em um mesmo certame e apresentação de atestado de capacidade técnica falsificado.

Um dos contratos investigados, com a Dataeasy Consultoria e Informática, supera R$ 100 milhões. A corte suspendeu os pagamentos à empresa após a operação e, ao fim do termo, encerrou o vínculo.

Iran, Chadid e Neves estão afastados por 180 dias. Eles tiveram redução de até 88,5% nos salários após a ação da PF.

Conselheiro do TCE-MS foi flagrado cobrando propina

Investigações da PF apontaram o conselheiro Waldir Neves cobrando propina de um empresário dono de uma fornecedora de café e água mineral para o TCE-MS. A corporação teve autorização para monitorar conversas de dois assessores de Neves, João Nercy Cunha Marques de Souza e William das Neves Barbosa Yoshimoto. A dupla era responsável por receber a propina.

Para a PF, o conselheiro “tinha ciência de que seus assessores cobravam e recebiam recursos de empresário que fornece insumos ao TCE-MS”. William Yoshimoto já tinha sido alvo da primeira fase da operação, a Mineração de Ouro.

Em janeiro de 2023, Neves conseguiu retirar a tornozeleira eletrônica para dar continuidade ao tratamento de um câncer de próstata. No fim do mês, o STF (Supremo Tribunal Federal) negou habeas corpus a Iran. A defesa pediu a revogação das medidas cautelares, para que o conselheiro retome as atividades.

Em sua decisão, o ministro Alexandre de Moraes observou que as medidas cautelares aplicadas contra o conselheiro foram autorizadas pelo STJ, e um recurso da defesa foi negado pela presidência da corte.

“Esta Primeira Turma vem autorizando, somente em circunstâncias específicas, o exame de habeas corpus quando não encerrada a análise na instância competente, óbice superável apenas em hipótese de teratologia ou em casos excepcionais. No particular, entretanto, não se apresentam as hipóteses de teratologia ou excepcionalidade”, escreveu.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Morre Dorinha Duval, primeira Cuca do Sítio do Picapau Amarelo, aos 96 anos

Investigação de nepotismo na Prefeitura de Ponta Porã é arquivada

Pedreiro douradense de 17 anos é bicampeão mundial de Muay Thai na Tailândia

inss

Mais de 1,74 milhão de aposentados solicitaram reembolso por desconto no INSS

Notícias mais lidas agora

sed

Licitações da gestão de Reinaldo na SED-MS foram alvo de quatro operações da PF por fraude

cedraz ministro tcu

Ministro do TCU destaca incertezas em proposta de leilão da BR-163 e histórico falho da CCR

sed

Empresário que mantém negócios no RJ e MS é principal alvo da PF contra fraudes na SED

Periculosidade: Membro de grupo criminoso responsável por mandar drogas para SP e Bahia é preso em MS

Últimas Notícias

Cotidiano

Audiência pública em Dourados discute violência contra crianças e adolescentes

Debate acontece nesta quarta-feira na Câmara Municipal

Brasil

Ex-comandante da Aeronáutica diz que alertou Bolsonaro sobre inexistência de fraude nas urnas

Ele é uma das testemunhas no processo em que Bolsonaro é acusado de tentativa de golpe de Estado

Transparência

Ex-secretário-adjunto da SED é alvo de operação da PF contra fraude em contratos da educação de MS

Édio Castro chegou a ser preso, em 2023, na Operação Turn Off por desvios de R$ 13 milhões

Política

Mochi vai à tribuna da Alems e critica leilão com CCR MSVia como única interessada

O parlamentar chamou atenção que a única interessada no leilão é a Motiva, nome atual da antiga CCR MSVia