A prefeitura de Juti resolveu terceirizar o serviço de desinfecção de ambientes contra o vírus da covid-19 e, em junho deste ano, fechou contrato de R$ 35,8 mil para alugar dois nebulizadores durante seis meses. Se investido na compra para o município, o valor gasto pagaria pelo menos 20 aparelhos.
A administração de Juti dispensou licitação para contratar a Angico Construtora e Prestadora de Serviços Ltda, de Campo Grande, para locação de dois NAFs (Nebulizadores Atômicos a Frio) e cinco litros de solução sanitizante por 180 dias. A prefeitura justificou o negócio pela necessidade de desinfetar locais como comércio e casas de pessoas que testaram positivo para a covid-19.
Os valores despertaram suspeita de moradores do município. Uma denúncia encaminhada ao Midiamax compilou ofertas em sites especializados, onde é possível encontrar nebulizadores a preços mais baixos do que aqueles envolvidos na contratação feita pela prefeitura.
Um deles anuncia um nebulizador e mais cinco litros de sanitizante a R$ 1,7 mil. Em outro, somente o aparelho é vendido a R$ 1,2 mil.
Já o contrato da prefeitura de Juti com a Angico prevê o pagamento de R$ 5,9 mil por mês pelo aluguel de apenas dois NAFs.
O processo de dispensa de licitação também levantou desconfiança, uma vez que, segundo denúncia à reportagem, as outras duas empresas consultadas estão com situação cadastral ou fiscal irregular. Ou seja, não poderiam ser contratadas.
A reportagem procurou o prefeito de Juti, Gilson Marcos da Cruz (PSD), que não atendeu ou retornou. O contato foi documentado e o espaço segue aberto para manifestação.
