Pular para o conteúdo
Transparência

Minerworld diz que responsáveis por roubo de 851 bitcoins foram indiciados nos EUA

A defesa da empresa Minerworld, ré em ação civil pública por práticas abusivas, afirmou na ação que corre na 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande que foram indiciados os responsáveis pelo suposto roubo de bitcoins sofridos pela empresa. No caso, a defesa da Minerworld sustenta que o roubo de […]
Arquivo -
Foto: Minerworld | Divulgação
Foto: Minerworld | Divulgação

A defesa da empresa Minerworld, ré em ação civil pública por práticas abusivas, afirmou na ação que corre na 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande que foram indiciados os responsáveis pelo suposto roubo de bitcoins sofridos pela empresa.

No caso, a defesa da Minerworld sustenta que o roubo de 851 bitcoins estimados em 16,3 milhões de dólares, que estavam em uma corretora de criptomoedas chamada Poloniex, foi a circunstância responsável pelos problemas de fluxo de caixa, que mais tarde culminaram no calote aos investidores, no segundo semestre de 2017.

Conforme a peça de defesa, os responsáveis pelo roubo seriam dois russos identificados como Danil Potekhin (pseudônimo cronuswar) e Dmitrii Karasavidi (pseudônimo Dmitriy Karasvidi). O nome dos responsáveis consta em nota à imprensa anexada à ação, juntamente com a tradução juramentada. A defesa afirma, no caso, que o caso mencionado refere-se ao inquérito no qual a Minerworld supostamente configura como vítima, que corre na Justiça dos Estados Unidos. Todavia, os documentos não comprovam a participação da empresa.

De fato, os russos citados são acusados de fraudar três câmbios de criptomoedas e seus respectivos clientes (dentre elas, a Poloniex) causando prejuízo estimado em 16,8 milhões dólares americanos, entre julho e outubro de 2017. O promotor de Justiça responsável pelo caso nos EUA também pediu a indisponibilidade civil e criminal de bens rastreáveis aos supostos crimes.

Na ação que corre em MS, a movimentação processual da última semana detalha que o advogado que representa a empresa nos EUA encaminhou e-mail direcionado pela autoridade americana de que o processo criminal havia sido distribuído, “uma vez que os criminosos haviam sido identificados na investigação, que havia saído de sigilo”.

Na sequência, a defesa anexou documentos comprobatórios. O primeiro é uma “nota à imprensa”, que teria sido elaborada pela Procuradoria Federal dos EUA do distrito do Norte da Califórnia, bem como sua tradução juramentada para o português. O segundo é o indiciamento dos dois suspeitos russos, que seriam responsáveis pelo roubo – devido aos autos custos de tradução, a defesa afirmou não ter condições, por enquanto, de apresentar a tradução juramentada.

A defesa destaca o modus operandi dos criminosos russos, que teriam criado sites que imitavam os câmbios de moeda virtuais, como a Poloniex, na qual a Minerworld afirma que houve roubo das criptomoedas. A prática é conhecida como “phishing” e “spoofing” e foram apontadas em manifestações anteriores da defesa na ação.

Estratégia

As informações anexadas aos autos reforçam a estratégia da defesa de que o roubo que a Minerworld afirma ter sofrido ocasionou a inadimplência dos milhares de investidores da Minerworld, e não que a empresa seria um esquema fraudulento de pirâmide financeira.

“Desta forma, resta devidamente demonstrada a efetiva ocorrência do delito acima narrado, originador dos problemas de fluxo de caixa da Requerida Minerworld SA, deitando por terra quaisquer ilações ou conjecturas do Parquet quanto a veracidade do crime sofrido pela Requerida Minerworld SA e por consequência, os seus sócios”, traz peça da defesa, assinada pelo advogado Rafael Echeverria Lopes.

Na mesma peça, a defesa da Minerworld também critica o MPMS (Ministério Público Estadual), ao qual a peça alega não ter seguido o estabelecido no Artigo 5º do CPC (Código de Processo Civil), que determina a boa-fé das partes envolvidas. “Entretanto, não foi o que se viu nos presentes autos por parte do Parquet, que mesmo ciente de toda a documentação acima citada (Parecer Técnico, Informações de Conta, Correspondências trocadas com a Poloniex e etc) insistiu em afirmar que os referidos fatos não haviam acontecido, e que tudo não passava de uma desculpa da empresa para deixar de honrar com suas obrigações”.

Minerworld

Afirmando minerar Bitcoins no Paraguai, a empresa surgiu no mercado de exploração de BitCoins com a garantia de alto lucro a partir da mineração da criptomoeda mais famosa. Ou seja, a partir das fazendas de mineração, que serviriam para validar as operações do Bitcoin, lucros seriam repassados aos investidores.

Todavia, a primeira fazenda de mineração comprovada da empresa, a MinerTech, só foi inaugurada em 2018. Desde outubro de 2017, a Minerworld passou a enfrentar denúncias de calote referentes aos repasses de rendimentos aos associados. Em 2018, ela foi alvo da operação Lucro Fácil, movida pelo MPMS, que integrou mandados de busca e apreensão na ação que corre na 2ª Vara de Direitos Difusos.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais
camara prefeitura

Veto da prefeitura à destinação de R$ 8,7 milhões para entidades volta para discussão na Câmara

Moraes nega pedido da defesa de Bolsonaro e mantém audiências com testemunhas no STF

Ônibus com 45 passageiros capota e deixa mulher e criança mortas em MG

Após decreto de emergência, prefeito de Sidrolândia anuncia reforço nas ações de saúde

Notícias mais lidas agora

Consórcio Guaicurus pede multa milionária ao município por ‘atraso’ no reajuste da tarifa

acidentes

Você passa lá? Veja ranking das ruas mais perigosas para dirigir em Campo Grande

STJ mantém decisão que obriga Campo Grande a pagar R$ 13,5 milhões para a Santa Casa

MC Pipokinha anuncia fim da carreira no funk: ‘Já ganhei muito dinheiro’

Últimas Notícias

Polícia

Homem é preso acusado de abusar de criança de 9 anos em MS

A prisão faz parte da Operação Caminhos Seguros 2025, que visa o combate à exploração sexual de crianças e adolescentes

Transparência

Prefeitura é cobrada para suspender doações de terrenos públicos “sem critério”

Recomendação é resultado de inquérito civil instaurado em 2021.

Transparência

Prefeito contrata advogado de campanha por R$259 mil sem licitação e entra na mira do MP

O profissional, com escritório localizado em Campo Grande, prestou serviços advocatícios na campanha do prefeito de Ladário no ano passado

Transparência

Com assistência insuficiente, inquérito pressiona implantação de CAPS I em Jardim

O documento destaca relatos de demora e deficiência no atendimento psicossocial