Após o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pedir a exoneração de um dos cunhados do de Corumbá, (PSDB), o chefe do Executivo local se antecipou e exonerou outro cunhado que foi nomeado na prefeitura para exercer cargos de caráter técnico, o que configura nepotismo.

Jefferson Telles Moreira foi nomeado assessor especial com salário mensal de R$ 7.420 pelo irmão de sua esposa, o prefeito Marcelo Iunes. A situação foi denunciada ao MP, que abriu inquérito para investigar a situação.

Depois de seis meses de apuração, foi emitida uma recomendação, ato administrativo que precede e visa evitar a entrada na Justiça, pedindo a exoneração de Jefferson. O ato foi publicado no Diário Oficial do MPMS de 25 de outubro e atendido logo, no dia 31, conforme publicado no Diário Oficial de Corumbá.

Contudo, o pedido referente apenas a Jefferson atingiu também outro cunhado de Marcelo Iunes. Fernando Pedroso de Barros exercia o cargo de assessor-executivo III e também recebia mensalmente R$ 7.420. Na recomendação não existe pedido de ressarcimento dos valores recebidos pelos nomeados no decorrer dos meses.

‘Cabide’ rende pelo menos R$ 93 mil e silêncio do prefeito

Na pressão: após reportagem, Iunes exonera dois parentes da Prefeitura de Corumbá
Jefferson Telles Moreira, cunhado de Marcelo Iunes (Reprodução)

Eleito vice-prefeito de Ruiter Cunha, Marcelo Iunes assumiu o comando da prefeitura em novembro de 2017 após a morte do titular do cargo. Desde então, a prefeitura se transformou em uma central de empregos para a família Iunes, com nomeação de irmão, cunhados, cunhada e até a esposa de Marcelo.

Eduardo Iunes, irmão de Marcelo, é servidor efetivo mas também foi nomeado como membro da junta interventora da Santa Casa de Corumbá, em situação semelhante a de Jefferson e Fernando, que configuraria ato de nepotismo.

Já a primeira-dama Amanda Balancieri foi nomeada secretária especial de Cidadania e Direitos Humanos, enquanto a cunhada Glaucia Iunes está lotada como secretária de . Como são cargos políticos, apesar de imoral, o ato não é ilegal.

O cabide de empregos da prefeitura rendeu mensalmente em salário a família pelo menos R$ 93,3 mil. Porém, o valor supostamente pode ainda ser maior devido a outras nomeações que foram denunciadas ao MPMS como possivelmente irregulares.

Conforme denunciante anônimo que entrou em contato com o Jornal Midiamax, existem 17 denúncias feitas ao Ministério Público local sobre ilegalidades cometidas pelo prefeito, a maioria delas envolvendo benefícios concedidos a familiares.

A reportagem entrou em contato por mensagens com o prefeito Marcelo Iunes nesta manhã, que chegou a responder “bom dia”. Porém, ao ser questionado se emitiria posicionamento sobre as situações relatadas, ele não mais respondeu.

Já nesta tarde, por meio da assessoria de imprensa, foi manifestado apenas que “quanto a nomeação de agentes políticos, a Administração Municipal cumpre o que determina a Lei e os vencimentos são todos pagos de acordo com a Legislação vigente”.

*atualizada às 16h35 para acréscimo de resposta da prefeitura de Corumbá