Empresa segue ativa e em nome de Elza Cristina e Amorim

A empresa ASE Participações, registrada em nome de Elza Cristina Araújo dos Santos e João Krampe Amorim que prestava serviço de locação de máquinas agrícolas não teria equipamentos suficientes para realizar o serviço, segundo aponta laudo da Polícia Federal de Mato Grosso do Sul. A negociação de um avião que pertencia à empresa foi o alvo da operação Aviões de Lama, deflagrada nesta quinta-feira (7) em Campo Grande.

Apesar de manter poucos equipamentos, a ASE tinha um avião, avaliado em R$ 2 milhões, que negociou, mesmo bloqueado, para tentar ‘pulverizar’ dinheiro oriundo de desvio de verbas públicas, segundo apontaram as investigações em conjunto com a Receita Federal e Ministério da Transparência.

Conforme laudo polícia, para cumprir o volume de contratos que mantinha com o Governo do Estado, a ASE deveria ter ao menos 23 escavadeiras e 72 caminhões, mas, na verdade, possuía cinco escavadeiras e 28 caminhões.

Em depoimento, um piloto revelou que o avião milionário era usado pela empresa de Flávio Scrocchio, da Terrasat, empresa de Tanabi, São Paulo, do cunhado de Edson Giroto. O avião foi vendido a um empresário e pago com outra aeronave menor, avaliada em R$ 350 mil, cheques e dinheiro que somam R$ 550 mil. O restante ainda seria pago em outras três parcelas.

A empresa também seria o foco da lavagem de dinheiro do grupo. Com capital declarado de R$ 1 milhão e aberta em 16 de maio de 2013, repassou R$ 24 milhões em empréstimos para uma das filhas de João Amorim e outros R$ 8 milhões a Elza Cristina, a própria dona, além de enviar  como distribuição de lucros a João Amorim mais de R$ 20 milhões.  

A empresa segue como ativa na Junta Comercial e tem como sócios os mesmos donos da Proteco Construções, Elza Cristina e João Amorim.

Operação

A terceira fase da Operação Lama Asfáltica, Aviões de Lama, deflagrada nesta manhã foi realizada para evitar a pulverização dos bens dos envolvidos, segundo informações do delegado Cleo Manzzotti, da Polícia Federal. Ao todo, a Receita Federal, Ministério da Transparência e Polícia identificaram R$ 20 milhões em créditos, ou seja, bens não declarados do grupo, que inclui seis pessoas.

Deflagrada com base na documentação apreendida na Operação Fazendas de Lama, a investigação identificou que o grupo vendeu a aeronave PT-TSM, avaliada em R$ 2 milhões, para dificultar o rastreamento pela Receita do recurso desviado.

Prisões

Ex-secretário especial do Ministério dos Transportes e ex-secretário de Obras durante a gestão de André Puccinelli (PMDB), Edson Giroto foi preso em casa nesta manhã, no Dahma, em Campo Grande. Flávio soube do mandado de prisão e se entregou na sede da Polícia Federal em Campo Grande.

João Krampe Amorim está fora de Mato Grosso do Sul e negocia se entregar à Polícia Federal. Ele é considerado oficialmente foragido, pois não foi encontrado em sua casa pela manhã, quando policiais federais chegaram com o mandado.